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A companhia de energia renovável Omega Energia (MEGA3) anunciou na última segunda-feira que a empresa britânica de private equity Actis LLP vai adquirir 10% de seu capital social por cerca de R$ 770 milhões, conforme fato relevante.
A Tarpon Investimentos, que detém o controle acionário da Omega, concedeu à Actis opções de compra de ações ao preço de R$ 13,50 por ação (o valor de fechamento da véspera foi de R$ 10,20). Uma vez que a Actis detenha 10% da empresa, um novo acordo de acionistas entrará em vigor, tornando a empresa britânica parte do grupo de controle da Omega.
A Actis e a Omega também firmaram um compromisso de investimento, pelo qual a empresa de energia renovável pode requerer que a Actis invista até R$ 850 milhões de reais nela. O investimento ocorreria por meio de aumento de capital, no qual a Actis terá que subscrever novas ações da Omega pelo preço de até R$ 16 por ação. O aumento de capital pode acontecer no período entre 1º de outubro de 2022 e 31 de março de 2023, disse a Omega.
O anúncio levou a uma forte alta das ações na sessão desta terça-feira. Os ativos MEGA3 saltaram 16,57%, a R$ 11,89.
No mesmo comunicado, a Omega anunciou que assinou um protocolo de intenções para um investimento potencial de até US$ 500 milhões de um parceiro não revelado dos Estados Unidos. O investimento seria usado para desenvolver ou adquirir projetos de energia renovável nos Estados Unidos.
A Omega afirmou ainda que está em fase final de tratativas para concluir a aquisição de direitos de um projeto eólico com capacidade instalada projetada de 531 MW, localizado no Estado do Texas, EUA.
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Para o Bradesco BBI, a entrada da Actis assegura recursos para crescimento e pode aliviar o ruído após a fusão, elevando a percepção de governança corporativa.
À primeira vista, para analistas, este negócio parece ser positivo, “com a Omega matando dois coelhos com uma única cajadada”. A Actis é uma conhecida empresa de private equity em energia/infraestrutura renovável. Tê-los como acionista relevante poderia ajudar a aliviar o ruído após a fusão entre Omega Geração e Desenvolvimento, avaliam os analistas.
Em segundo lugar, a Omega também garantiu um importante financiamento de capital (até R$ 850 milhões) para continuar desenvolvendo seu cronograma de projetos, que é um elemento crítico para sua história como plataforma de
crescimento/consolidação de energia renovável no Brasil. O BBI mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 13, ou um valor 27% maior frente o fechamento da véspera.
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Para o Credit Suisse, a injeção de capital é positiva na primeira leitura, mas mais detalhes necessários.
“Vemos os parâmetros iniciais como positivos para os acionistas da Omega, uma vez que o preço de referência da opção outorgada pela Tarpon está acima dos preços atuais das ações e os termos do aumento de capital estão acima do nosso preço-alvo e diluição implícita. Além disso, a futura injeção de capital deve ajudar a desenvolver o portfólio da Omega (a captação foi uma preocupação considerando condições macro desafiadoras) e ter um novo acionista de referência também pode ser positivo com o alinhamento dos acionistas minoritários em novos investimentos e futuros aumentos de capital”, apontam os analistas.
Quanto aos novos investimentos nos EUA, o Credit aguarda mais informações sobre o projeto de cálculo das TIRs [Taxas Internas de Retorno] e impactos para a Omega. A recomendação para o ativo MEGA3 é outperform (desempenho acima da média do mercado), ou um potencial de alta de 43% em relação ao fechamento da véspera.
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O Itaú BBA destaca esperar uma forte reação positiva, apontando que a opção de compra de até 10% de participação da Tarpon ao preço de R$ 13,50 por ação, o que representa um prêmio de 32% sobre o preço atual da ação. “Dado o grande prêmio, acreditamos que a Actis provavelmente comprará ações no mercado e só exercerá a opção de compra se estiver ‘dentro do dinheiro'”, apontam os analistas.
A capitalização não é mais uma preocupação, destaca o BBA. A diluição será muito menor do que a Omega provavelmente obteria em um potencial follow-on, dados os termos de capitalização do novo acordo.
“A Omega é, a nosso ver, uma das melhores alocadoras de capital no segmento de renováveis, com sólido histórico de desenvolvimento de dutos e perspectivas promissoras após a aprovação da fusão com a Omega Desenvolvimento”, apontam os analistas do BBA, que têm recomendação em revisão para os ativos.
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(com Reuters)
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