Olimpíada tem meta ousada de reduzir emissões, mas tende a cumpri-las, diz analista

Objetivo de Paris 2024 é ter a metade da média de emissões de carbono dos jogos de Londres 2012 e Rio 2016

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris se comprometeram em realizar o evento esportivo “mais verde” já visto no mundo. Para isso, uma série de medidas para atingir esse objetivo foi adotada.

Luiza Aguiar, analista ESG da XP, participou nesta quinta-feira (1) do Morning Call da XP e explicou que a meta da Olimpíada desse ano é a de reduzir a emissão de carbono à metade da média que foi alcançada nos eventos em Londres, em 2012, e no Rio de Janeiro, em 2016.

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Olimpíadas: Infraestrutura existente

A de Tóquio não foi utilizada como referência porque os Jogos naquele país deveriam ter sido realizados em 2020, foram adiados para 2021 por conta da pandemia, mas aconteceram sem a presença de público.

“É super desafiador atingir essa meta”, afirma a analista. “É muito normal quando uma cidade vai receber uma Olimpíada, ela passar por grandes transformações. Criam-se edificações. O que Paris fez é que eles estão usando 95% da infraestrutura dos Jogos em locais já existentes ou temporários, que serão desmontados ao final do evento”, explicou.

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Já as construções que precisaram ser feitas, segundo ela, utilizaram materiais de baixo carbono e de base biológica.

Energia renovável

“Outro ponto que eles estão investindo bastante é na energia renovável. Eles estão usando 100% de energia de matriz renovável, principalmente de fontes solar e eólica. Lembrando que a França, na Europa, é que tem menor pegada de carbono na sua matriz energética”, ressalta.

“Isso já é muito positivo. Eles estão também conectando essa energia renovável à rede pública de Paris. Isso faz com que diminua a necessidade de usar geradores, que normalmente são movidos a diesel”, destaca.

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Grande circulação de pessoas

Na parte de transporte, Luiza Aguiar explica que se prevê movimentar pelo meio 15 milhões de espectadores, 15 mil atletas e 45 mil voluntários. Então, é um evento esportivo de grande porte.

“Traz uma circulação de pessoas muito grande. Então, o transporte é fundamental para reduzir essa pegada de carbono. Primeiro, eles fizeram com que 80% dos locais de competição fossem até 10 quilômetros da Vila Olímpica, para reduzir as distâncias de deslocamento”, conta.

“Eles também investiram em frota de carro elétrico. E fizeram com que todos esses lugares de competição fossem acessíveis por transporte público”, acrescenta.

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Vila dos Atletas

Foram ainda implementado sistema de refrigeração geotérmica natural na Vila dos Atletas, o que deixa as temperaturas interiores estáveis, sem necessidade de uso de ar-condicionado, com alto consumo de energia.

“São iniciativas que a gente vê com bons olhos e que tende a fazer uma Olimpíada de fato com uma menor pegada de carbono”, afirma.

Luiza Aguiar explicou também que sempre houve intenção de fazer provas da Olimpíada em rio urbano – no caso de Paris 2024, no rio Sena. Apesar de ter sido adiada por conta de a poluição da água ter passado do limite, no fim, o rio Sena recebeu as provas de triátlon dos Jogos.