Oi (OIBR3;OIBR4): caixa é suficiente para garantir operações até entrada de dinheiro novo, diz CEO

Após receber US$ 200 milhões de financiamento Dip em junho, operadora espera novo aporte no ano que vem

Mitchel Diniz

Foto: Divulgação
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Com baixa cobertura de analistas, as teleconferências de resultados da Oi (OIBR3;OIBR4), em recuperação judicial, tem sido marcada por perguntas de investidores, principalmente pessoa física. Na apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia, ficou clara uma preocupação dos acionistas: até quando o caixa da companhia suportaria o período de RJ?

“O nosso plano inclui uma série de passos para que, obviamente, exista um perfil de caixa que permita a companhia operar adequadamente até que todo esse processo seja concluído, com ingresso de dinheiro novo”, respondeu Rodrigo Abreu, CEO da Oi.

O plano divulgado no início deste ano está pendente de revisões em função de negociações com credores.

“Ele prevê alguns passos que estão sendo cumpridos, como por exemplo, o foco muito grande na redução de custos e um acordo com credores que permitisse a entrada de um DIP”, explicou o executivo, citando o modelo de financiamento específico para empresas em recuperação judicial.

No DIP financing, o credor passa na frente dos demais na fila para receber o valor devolvido. Em junho, a Oi recebeu US$ 200 milhões dos credores por meio dessa modalidade. Foi a primeira parcela de um financiamento acordado no último mês de abril.

No resultado do segundo trimestre, divulgado ontem, a administração destacou que o recebimento da primeira tranche reforçou a posição de caixa da companhia, de R$ 2,6 bilhões, alta de 41% em bases anuais.

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“A partir dessa entrada se discute então as condições para entrada de dinheiro novo na companhia”, afirma Abreu. “A nossa previsão é que todo o perfil de caixa seja suficiente para levar a companhia até entrada desse dinheiro novo, até metade do ano que vem”.

Segundo o executivo, o plano é que esses recursos cheguem à companhia entre o final do primeiro trimestre do ano que vem e início do segundo.

“O plano prevê a entrada de um aporte que garanta a cobertura do consumo operacional enquanto a companhia não gera caixa livre, mas quanto menos dinheiro novo for necessário para a companhia, melhor. Então temos foco muito grande em redução de consumo mais do que qualquer outra coisa nesse momento”, disse Abreu.

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O prejuízo da Oi no segundo trimestre de 2023

A Oi operadora em recuperação judicial, reportou prejuízo líquido de R$ 845 milhões no segundo trimestre de 2023. O saldo negativo é 69,9% maior que o registrado um ano antes. No entanto, a operadora conseguiu reduzir em 33,4% o prejuízo registrado no primeiro trimestre.

“Esse é um dos primeiros trimestres em que começamos a nos aproximar de uma comparação anual mais ‘limpa’, após o fechamento da operação de venda dos ativos mobile”, destacou Abreu.

A receita líquida da companhia no período foi de R$ 2,434 bilhões, queda de 11,2% em relação ao segundo trimestre de 2022. Também houve redução de 2,8% em relação aos três primeiros meses do ano.

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O desempenho foi resultado da queda de 50,3% receita dos serviços legados, para R$250 milhões, que superou a expansão dos serviços core, como a Oi Fibra a Oi Soluções.

As receitas da Oi Fibra cresceram 15,3% na comparação anual, para R$ 1,1 bilhão e as da Oi Soluções avançaram 2,8%, para R$ 705 milhões. Assim, o faturamento consolidado da chamada Nova Oi, que exclui o legado, cresceu 10,5%, para R$ 2,168 bilhões.

Na teleconferência dos resultados, Abreu disse que a tendência da fibra é entrar em fase mais madura de crescimento, de forma saudável e rentável.

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“A gente vê um mercado que se aqueceu muito inicialmente, levou a um nível de crescimento bastante alto. E a Oi talvez tenha sido a que mais se beneficiou desse crescimento, capturando espaço e market share. Não a toa, somos o segundo maior player de fibra do país”, explicou o executivo.

Abreu reconhece que esse crescimento foi reduzido por aumento de competitividade e de um ambiente macro “que demorou um pouquinho mais de tempo para reagir”, causando impacto em capacidade de consumo e novas aquisições, assim como em inadimplência e churn (cancelamentos).

“Escala vai ser um elemento importante para que os players de banda larga continuem a operar. É natural ver os menores se consolidando e, ao mesmo tempo, um mercado com nível de competitividade adequado”, diz Abreu.

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Segundo o CEO, a estratégia da Oi está focada em valor, e não crescer base a qualquer custo.

“Nós continuamos crescendo, mas com bastante prudência na frente da aquisição. A ideia é continuar acelerando, obviamente, essa aquisição de maneira mais focada em geração de valor. Com base na redução de churn que estamos obtendo, esperamos voltar a crescer aumentando não só base, mas arrecadação e rentabilidade”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados