OGX pede fim da recuperação judicial; R$ 800 mi bloqueados de Joesley Batista, Petrobras e mais destaques no radar

Confira as principais notícias corporativas desta sexta-feira (2)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue bastante movimentado, com destaque para o bloqueio de R$ 800 milhões das contas de Joesley Batista, a OGPar e OGX entrando com pedido de encerramento de recuperação judicial. Além disso, a Petrobras informou que fechou uma operação de financiamento com o Banco do Brasil no valor de R$ 7 bilhões com vencimento em 2022, na modalidade NCE (Nota de Crédito a Exportação). Confira os destaques desta sexta-feira (2):

OGPar (OGXP3)

A OGPar, OGX, OGX Austria GmbH e OGX International GmbH ingressaram, junto ao juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, com pedido de encerramento do processo de recuperação judicial, segundo comunicado da OGX. Foram cumpridas todas as obrigações previstas em seus respectivos planos vencidas até 2 anos após a concessão da recuperação judicial, diz a companhia. As companhias entendem que não existem pendências e obstáculos legais
ou processuais que possam impedir o encerramento da recuperação
judicial e informam que há recursos pendentes de julgamento,
desprovidos, no entanto, de efeito suspensivo. Em 30 de outubro de 2013, as empresas entraram com pedido de recuperação judicial, apresentando dívidas superiores a R$ 13,8 bilhões, diz o comunicado.
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou na quinta-feira que fechou uma operação de financiamento com o Banco do Brasil no valor de R$ 7 bilhões com vencimento em 2022, na modalidade NCE (Nota de Crédito a Exportação), segundo comunicado da companhia.

A petroleira, que visa à melhora do perfil de amortização e à redução do custo da dívida, também informou que liquidou antecipadamente com o Banco do Brasil NCEs no valor de R$ 6 bilhões que venceriam em 2019.

A estatal também informou que poderá aumentar a frequência de reajustes dos preços dos combustíveis, caso confirme uma avaliação preliminar de que as correções feitas pelo menos uma vez por mês não têm se mostrado suficientemente eficientes para acomodar a volatilidade.

A empresa reiterou que no primeiro trimestre deste ano, período avaliado no relatório, os preços praticados pela empresa estiveram sempre acima da paridade internacional, como determina a nova política da companhia.

A estatal ainda comunicou que, na próxima segunda-feira, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e a diretoria da companhia realizarão, em São Paulo, um “Encontro com Investidores”. Na ocasião, serão abordados os destaques operacionais e financeiros e as perspectivas da Petrobras.

 

JBS (JBSS3)

 A Justiça Federal no Estado de São Paulo determinou, em caráter liminar, o bloqueio de 800 milhões de reais das contas de Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, de acordo com comunicado na última quinta-feira. O montante é referente ao alegado lucro obtido pelo empresário com a venda de dólares pouco antes da divulgação da gravação com o presidente Michel Temer, em 17 de maio.

A decisão foi proferida pelo juiz federal Tiago Bitencourt De David, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo, baseada em uma ação popular interposta por dois cidadãos. “A legitimidade passiva justifica-se pela relação com o patrimônio público de quem recebeu empréstimos do BNDES, pela condição de player do mercado capaz de desestabilizar o mercado de ações e de moedas”, disse o juiz na decisão. O pedido inicial pediu o bloqueio de 10 bilhões de reais das contas “de pessoa jurídica dos réus”, de acordo com a decisão, onde constam, além de Joesley e a JBS, a holding J&F e o irmão Wesley Batista, assim como diretores das empresas.

Os autores afirmaram que houve crime de “insider trading” (uso de informações privilegiadas) dos envolvidos para a compra de 1 bilhão de dólares “às vésperas” da divulgação dos áudios de uma gravação de uma conversa de Joesley com o presidente Michel Temer. Pesa também a acusação de terem vendido o equivalente a 327,4 milhões de reais em ações da JBS em abril, época em que já colaboravam com as investigações. O juiz decidiu, no entanto, bloquear apenas os valores de Joesley Batista referentes ao suposto lucro obtido com a venda de dólares.

“Tiago Bitencourt considerou a necessidade de adotar-se a medida adequada e necessária menos restritiva possível, especialmente diante dos empregos e da aparente solidez das empresas rés”, disse a nota da Justiça. Os autores da ação popular querem que os réus sejam condenados a pagar 15 bilhões de reais no total.

Na terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) e a J&F anunciaram terem fechado um acordo de leniência que prevê o pagamento de multa recorde no valor de 10,3 bilhões de reais por atos praticados por empresas controladas pela holding. Por meio de nota, a J&F disse que “não tem conhecimento sobre o processo e que também não foi citada. A companhia esclarece ainda que tem como política e prática a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais e de commodities provenientes de sua dívida, recebíveis em dólar e de suas operações”.

BR Properties (BRPR3)

De acordo com informações da coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a BR Properties prepara uma oferta de ações subsequente (follow on) de cerca de R$ 1 bilhão. Os acionistas Abu Dhabi Investment Authority (Adia) e a GP Investments, que adquiriram o controle da companhia do BTG Pactual no ano passado, devem subscrever 70% da operação que será anunciada nos próximos dias. Os bancos contratados para estruturar a oferta são basicamente os credores da empresa: Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e ainda o Bank of America Merryl Linch (BofA).

 

Cemig (CMIG4)
A elétrica mineira Cemig anunciou um plano de desinvestimentos que inclui ativos que somam valor patrimonial de R$ 6,564 bilhões de reais, sendo que a empresa espera ter sucesso em no mínimo 50% do programa até o primeiro semestre de 2018, segundo fato relevante.

As vendas de ativos, que terão como objetivo reduzir aceleradamente a enorme dívida da companhia, incluirão o negócio de geração da controlada Light, fatias nas transmissoras Taesa e Transmineira e as participações da empresa nas grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte. Na Taesa, a Cemig venderá 19% dos 31,5% que detém. Nas grandes hidrelétricas, buscará vender todas as participações.

A companhia também pretende se desfazer das subsidiárias de gás e telecomunicações, Gasmig e Cemig Telecom, e encontrar um sócio estratégico para a controlada de geração limpa Renova Energia.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Cesar Vaz de Melo, disse que o objetivo do plano é reduzir a relação entre dívida líquida e geração de caixa da empresa a um patamar “aceitável” de 2,5 vezes, ante 4,21 vezes no final do primeiro trimestre de 2017.

Segundo ele, muitas das negociações pelos ativos já estão em estágio avançado, e em alguns casos já há propostas não vinculantes feitas por interessados.

“Não há dúvidas da administração da Cemig com relação à efetiva venda desses ativos. Agora sim com propostas que já estão maduras, negociadas e renegociadas”, disse Melo.

Também estão na lista de desinvestimentos pequenas hidrelétricas e subsidiárias com portfólio de projetos na área, como as usinas Cachoeirão, Pipoca e Paracambi e as subsidiárias Guanhães Energia, Brasil PCH e ESPRA.

Executivos da Cemig disseram que esperam receber ainda nesta semana uma proposta para entrada de um sócio estratégico em sua controlada Renova Energia, o que acabaria com a necessidade de injetar recursos na empresa.

Já a Light Energia, com ativos de geração, deve ser vendida para a Aliança, uma joint venture da Vale com a Cemig que opera uma série de hidrelétricas.

Em Santo Antônio e Belo Monte, que estão entre as maiores hidrelétricas do Brasil, a Cemig tem conversado com outros sócios dos empreendimentos para conduzir as vendas. Mas em Belo Monte a prioridade neste momento é resolver algumas pendências, como a venda de uma fatia da energia da usina que ainda está descontratada.

Além dessas operações, a Cemig pretende negociar com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a devolução da hidrelétrica de Itaocara. A empresa e a Light arremataram o projeto em leilão, mas não têm recursos para construir a usina.

“Embora permaneçamos céticos, dado que a empresa tem discutido este processo de desinvestimento há mais de um ano, gostamos do guidance de Ebitda mais alinhado com as expectativas do mercado”, diz o Itaú BBA. 

Biosev (BSEV3)

A Biosev reverte lucro de R$ 22,4 milhões com prejuízo líquido de R$ 313,4 milhões da safra correspondente ao quarto trimestre de 2017. Já a receita líquida totalizou R$ 1,57 bilhão, alta de 15% na base de comparação anual. O Ebitda ajustado somou R$ 367,6 milhões, queda de 23% na mesma base de comparação, enquanto a margem Ebitda caiu para 23,4%, baixa de 11,5 pontos percentuais ante o mesmo resultado do ano anterior. 

Cosan (CSAN3)

A Moody’s América Latina afirmou os ratings corporativos da Cosan  em Ba2/Aa1.br, enquanto a perspectiva foi alterada de estável para negativa, em razão da revisão da perspectiva do rating soberano do Brasil. 

Triunfo (TPIS3)

A Concer recebeu nesta quinta-feira mandado de citação referente à execução movida pelo BNDES para que pague empréstimo-ponte em parcela única, segundo comunicado.  Em 7 de fevereiro, a Triunfo disse que unidades Concer e Concebra tomaram conhecimento da existência de ações das execução movidas pelo BNDES.  Na Concer, valor executado é de R$ 219 milhões, vencido em novembro do ano passado. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.