OGX lidera perdas, Braskem sobe 7% e Laep dispara 19,5%; veja destaques

JBS cai após notificação de carne de cavalo na Bélgica; Oi, Usiminas, BR Properties, Daycoval e Panamericano mostram volatilidade após divulgarem resultados

Rodrigo Tolotti

Ocean Lexington
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SÃO PAULO – Após chegar a subir durante a manhã, o Ibovespa inverteu durante a tarde e fechou o dia com queda de 0,52%, aos 57.314 pontos, completando assim seu 9º dia de queda nos últimos 10 pregões, além de também ter alcançado seu menor patamar desde novembro.

Ajudando a empurrar o índice para baixo, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) fecharam com queda de 4,83%, valendo R$ 3,15, sua menor cotação desde novembro de 2008. Este foi o quinto dia seguido de queda para a empresa, que acumula desvalorização de mais de 17% no período.

Na ponta positiva, destaque para a Braskem (BRKM5), que encerrou o dia com a maior alta do índice, após o Credit Suisse elevar a recomendação para os papéis da empresa. Com isso, os ativos BRKM5 encerraram o dia com valorização de 7,05%, aos R$ 14,88, interrompendo uma sequência de quatro quedas.

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Eletropaulo cai após Safra dizer que ação deve chegar a R$ 5
Atualizando os números referentes às projeções macroeconômicas e a dívida não contabilizada de R$ 1,47 bilhão referente ao fundo de pensão, entre outros, o Safra reduziu em 72% o preço-alvo para as ações da Eletropaulo (ELPL4), que passou de R$ 18,00 para apenas R$ 5,00. Com isso, as ações da empresa caíram pelo terceiro dia consecutivo, cotadas a R$ 13,15, uma queda de 2,23%.

O reembolso da chamada “bolha tarifária” de R$ 930 milhões, as novas premissas dos analistas para capex (custos de capital) e taxa de desconto também levaram à reavaliação para os ativos. A recomendação para as ações segue underperform (desempenho abaixo da média do mercado). “Tal recomendação leva em conta nossa visão de que as estimativas sobre o potencial de valorização da ELPL4 e geração de caixa não são atraentes e os investidores têm outras alternativas no setor de energia elétrica”, afirmam Sérgio Tamashiro e Thiago Auzier.

JBS é notificada sobre carne de cavalo e ações são penalizadas
O escritório comercial da JBS (JBSS3) na Bélgica foi notificado na segunda-feira de que a empresa teria comercializado a um de seus clientes na Europa carne de cavalo, conforme comprovado por exame de DNA e comunicado ao mercado pela própria empresa. Com a notícia, as ações da empresa foram bastante penalizadas na bolsa e encerraram o dia com queda de 3,89%, valendo R$ 7,16.

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A carne foi produzida pela empresa alemã Schypke, que não possui nenhuma relação societária ou operacional com o frigorífico brasileiro, e comercializada pela JBS Toledo. No entanto, a empresa brasileira se exime de culpa e diz que tomará todas as providências legais para garantir que não sofrerá qualquer prejuízo. “Desde o início do fornecimento, todo o processo operacional e logístico foi conduzido pelo produtor alemão, que enviava o produto diretamente ao cliente final.” Além do mais, a empresa lembra que os clientes da JBS Toledo “participaram ativamente” do processo, ao aprovarem os fornecedores europeus selecionados.

Laep firma fusão com Overseas e BDR dispara 19,5%
Fora do índice, os ativos da Laep (MILK11) ganharam força neste pregão, após o conselho de administração da companhia aprovar na noite de ontem a fusão com a Prosperity Overseas, controlada pela Companhia Fabril e Comercial da Angola.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da companhia subiram 19,51%, sua máxima do dia, indo para R$ 0,49. O volume financeiro movimentado com os papéis MILK11 foi bem superior à média dos últimos 21 pregões (de R$ 94,3 mil) e atingiu a marca de R$ 1,85 milhões. Pela fusão, a Laep, controladora da marca Parmalat no Brasil, deixará de existir e a Prosperity, com sede nas Bermudas, será sucessora de todas as obrigações conjuntas das empresas.

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Resultados impulsionam Oi e BR Properties – mas por pouco tempo
A Oi (OIBR3; OIBR4) viu suas ações subirem forte nesta sessão, mesmo após anunciar um lucro líquido abaixo das expectativas do mercado, mas logo perderam forças no decorrer da sessão, acompanhando a tendência do mercado brasileiro. Com ganhos de R$ 113 milhões, a empresa não atingiu a média das projeções compiladas pelo Portal InfoMoney, de R$ 241 milhões. Os papéis ordinários da empresa subiram 0,6%, valendo R$ 8,35, enquanto as ações preferenciais avançaram 0,56%, para R$ 7,20 – ambos chegaram a subir mais de 5% no intraday.

Outra empresa que apresentou seu balanço foi a BR Properties (BRPR3), que teve uma alta de mais de 2,5 vezes em seu lucro no quarto trimestre na comparação anual, impulsionado pela valorização de propriedades para investimento. Para o Bank of America Merrill Lynch, o destaque do resultado ficou com os divindendo yield para 2012 de 2,1%, enquanto as projeções do banco eram de 1,5%. As ações da empresa fecharam o dia com alta de 0,16%, cotadas a R$ 24,73, após chegarem a subir quase 4%.

Usiminas, Daycoval e Panamericano
Já a Usiminas (USIM3; USIM5) divulgou um prejuízo líquido de R$ 283,1 milhões, ficando abaixo das expectativas dos analistas, que previam um prejuízo de R$ 88,7 milhões, no compilado do Portal InfoMoney. No pregão desta terça, as ações da companhia fecharam com queda. Enquanto os papéis USIM3 ficaram cotado a R$ 10,58, com recuo de 2,49%, as ações USIM5 caíram 0,31%, para R$ 9,77.

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Outra empresa que apresentou prejuízo líquido no quarto trimestre foi o Banco Panamericano (BPNM4), que apontou resultado negativo em R$ 38,4 milhões, bem abaixo do lucro de R$ 13,6 milhões no mesmo período de 2011. Em seu balanço, a empresa explica que a diferença entre os resultados se deve aos diferentes valores de cessões de carteiras de crédito realizadas em cada período. Os papéis fecharam com alta de 2,45%, valendo R$ 6,70.

Ainda no setor bancário, o Banco Daycoval (DAYC4) obteve aumento de 17,2% em seu lucro líquido, alcançando R$ 82,5 milhões no quarto trimestre e R$ 357,5 milhões no acumulado anual. Segundo a empresa, o resultado foi impactado pelas operações de swap dos ativos preferenciais, que geraram resultado negativo bruto de R$ 10,7 milhões. As ações da empresa encerraram valendo R$ 10,65, com alta de 3,70%, a terceira valorização seguida dos papéis.

MPX fecha em alta antes de divulgar resultados
Em um dia atípico para a MPX Energia (MPXE3), as ações da empresa, que chegaram a registrar perdas de 4,7% durante a manhã, fecharam o dia com valorização de 4,4%, aos R$ 10,67. O momento da companhia segue cheio de expectativas. Às vésperas da divulgação dos resultados de 2012, que deve ocorrer ainda nesta terça, notícias apontam para a venda do controle da companhia.

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Gerando ainda mais dúvidas para os investidores, o grupo EBX, em comunicado ao mercado, não confirmou que venderá participação na companhia. Eike Batista, acionista controlador, destacou “que está sempre buscando maximizar valor para os seus acionistas e constantemente estuda possibilidades de novos negócios e arranjos societários, sendo certo que, até o presente momento, não há proposta, documento vinculante ou qualquer decisão nesse sentido”. 

Biomm segue em alta
Um dia após forte alta das ações, a Biomm (BIOM3; BIOM4), empresa especializada em produtos biotecnológicos, segue em um momento positivo. As ações ordinárias da companhia subiram 24,08% nesta terça, indo para R$ 8,45, enquanto as preferenciais registraram valorização de 15,94%, sendo cotadas a R$ 8,29. O Volume de negócio das ações BIOM4 foi de R$ 1,53 milhão, com 138 negócios, enquanto os papéis BIOM3 tiveram volume de R$ 31,2 mil, com 4 negócios realizados.

Um projeto da empresa, prevê a construção de uma nova fábrica de insulina pela companhia, que deve fazer uma nova emissão de ações e procurar financiamento de bancos de desenvolvimento para captar recursos. E mesmo com o momento de alta, a Fama Investimentos acredita que ainda há espaço para a valorização dos papéis da companhia, e que isso deve ocorrer à medida que maiores informações acerca do projeto sejam divulgadas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.