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Enquanto as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram uma sessão de derrocada nesta quarta-feira (14) devido ao risco político, a ação de uma companhia ligada ao setor teve o movimento diametralmente oposto no dia. A Oceanpact (OPCT3), prestadoras de serviços offshore no Brasil e que possui inclusive contratos com a Petrobras, viu suas ações fecharam em disparada de 11,07%, a R$ 2,91.
A alta das ações, inclusive, é atribuída a uma vitória na Justiça contra a própria Petrobras.
A Oceanpact venceu ontem, por unanimidade, uma disputa legal contra a petroleira estatal, por seu descumprimento das regras de circulação de bandeira estrangeira relacionadas ao navio de apoio offshore Coral OSV. Com isso, a Oceanpact deve receber cerca de R$ 400 milhões, o que já representava 76% do valor de mercado de acordo com o fechamento da véspera, segundo ressaltou o Bradesco BBI. Este valor deverá ter correção monetária e de juros.
Segundo os analistas do banco, o resultado positivo da disputa legal pode acrescentar R$ 2 por ação para a companhia. Atualmente, o BBI tem recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 4,50, ou potencial de valorização de 35% frente o fechamento desta quarta.
“Se a Oceanpact vencer até o último estágio de apelação, isso seria uma boa notícia para a empresa. Acreditamos que a Oceanpact poderia usar os recursos de caixa para gestão de passivos, já que as taxas de CDI nos níveis atuais de dívida estão consumindo praticamente todo o fluxo de caixa da empresa após os investimentos”, apontam os analistas.
Se a Petrobras não recorrer, os analistas esperam que a empresa já seja capaz de gerar fluxo de caixa no segundo semestre de 2023, assumindo que a empresa use todos os recursos para pagar dívidas.
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Outra questão apontada pelo BBI é como os acionistas provavelmente serão tratados nesse potencial resultado positivo. Os analistas questionam se a empresa usará boa parte do fluxo de caixa para formalizar um programa de remuneração aos acionistas ou se aumentará os investimentos de capital.
“Para termos uma visão mais construtiva em relação à nossa recomendação para as ações, precisaríamos ver uma política robusta e de longo prazo de distribuição de dividendos aos acionistas”, concluem.