Obrigado, Ibovespa: as ações que pegaram o embalo da forte alta desta 3ª

Contagiadas pela euforia vista no mercado global, ações que foram penalizadas nas últimas semanas tiveram um ótimo desempenho nesta sessão

Thiago Salomão

Publicidade

SÃO PAULO – A bolsa brasileira mostrou bastante euforia no pregão desta terça-feira (7). Excluindo os primeiros minutos do dia de forte volatilidade, o Ibovespa consolidou um movimento de alta, impulsionado pelo ótimo desempenho de blue chips com significativa participação no índice, tais como Petrobras, Vale e ações de bancos e construtoras.

Esse dia positivo para as grandes companhias da Bovespa contagiou também papéis de outras empresas que, embora estejam vivendo dias ruins na bolsa ou simplesmente não acompanharam o rali recente do Ibovespa nas duas últimas semanas, apresentaram um forte movimento de valorização no dia – mesmo sem nenhuma notícia nova sobre elas.

O caso mais emblemático pode ser visto nos setores financeiro e imobiliário, já citados no começo da matéria e que não vinham bem das pernas nos últimos dias de negociação. Dentre as construtoras, ações da PDG (PDGR3), MRV (MRVE3) e Gafisa (GFSA3) fecharam o dia com altas de mais de 3%, mas nem de longe conseguem amenizar as perdas acumuladas no ano, que encontram-se em 31,42%, 29,30% e 14,01%, respectivamente.

Dentre os bancos, o principal destaque fica com o Banco do Brasil (BBAS3). Até ontem, as ações da instituição acumulavam perdas de quase 10% nos últimos 30 dias. Hoje, elas fecharam com forte alta de 4,27%, bem acima de seus pares Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,64, +2,94%), Bradesco (BBDC4, R$ 33,40, +2,99%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 14,69, +3,82%), que não sofreram tanto quanto o BB nas últimas semanas.

Outros casos isolados dentro do Ibovespa também merecem destaque. A Dasa (DASA3) viu suas ações fecharem em alta de 4,26%, após caírem mais de 20% entre março e abril. Já as ações preferenciais da Oi (OIBR4), que acumulavam desvalorização de 20% nos últimos 6 pregões até ontem, avançaram 3,49% nesta terça, fechando a R$ 4,45. A B2W (BTOW3), por sua vez, subiu 3,25%, para R$ 11,76 por ação, mas da metade de março pra cá ainda apresenta uma queda de 30% de valor de mercado.

Efeito dominó “positivo”
Conforme explica Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Investimentos, essa euforia toda mesmo em um dia de ausência de novidades sobre estas empresas é reflexo do bom humor visto lá fora, que acaba chegando até o mercado brasileiro.

Continua depois da publicidade

De uma forma simples: o sentimento de otimismo nas bolsas mais desenvolvidas – Estados Unidos e Europa – reflete-se no desempenho das ações locais, e acaba chegando até as nossas blue chips, visto que boa parte delas é de fácil acesso dos investidores estrangeiros. Essa alta dos “pesos pesados” da nossa bolsa, por sua vez, contagia o mercado em geral, que, em busca de “barganhas”, vai atrás de ações que não acompanharam o repique da bolsa brasileira.

Segundo Pereira, alguns indicadores técnicos, como o IFR (Índice de Força Relativa), mostravam que muitas ações estavam em níveis bastante sobrevendidos. A partir daí, em dias de forte pressão compradora nos mercados, esses papéis que já caíram demais acabam sendo o principal alvo dos investidores.

O motivo para essa euforia veio principalmente da Europa. Por lá, os resultados trimestrais de importantes instituições financeiras – como Crédit Agrícole, Société Génerale, Commerzbank, HSBC e Allianz – vieram em geral melhores que o esperado, trazendo uma sinalização positiva para o mercado à respeito do fragilizado setor financeiro europeu. Além disso, dados industriais de França e Alemanha vieram bem acima do esperado.

Continua depois da publicidade

Veja mais: os 5 resultados na Europa que surpreenderam os mercados nesta 3ª feira

“Atraso” brasileiro
O sinal de otimismo ganha mais força também pelo ótimo momento atual das bolsas internacionais, que operam em níveis históricos – a Europa encontra-se nas máximas de 2 anos, enquanto Tóquio fechou esta terça na máxima desde 2008. Nos EUA, o Dow Jones fechou esta sessão acima dos 15.000 pontos pela 1ª vez na história; o S&P 500 também renovou sua melhor pontuação.

Enquanto isso, o Ibovespa, que embora tenha fechado as duas últimas semanas no azul e encerrou esta terça na máxima desde 28 de março, ainda acumula perdas de 7,7% em 2013.

Continua depois da publicidade

Outros “repiques” na Bovespa nesta 3ª feira:

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers