O que os dados do IBGE dizem sobre o setor de tecnologia e teles na Bolsa brasileira?

As tendências apontadas pelo IBGE pautam algumas das mudanças apresentadas pelas principais companhias listadas dos setores

Camille Bocanegra

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Alta de 10% no número de telefones celulares, menos linhas fixas e uso de internet praticamente realizado apenas pelo celular. Esses foram alguns dos insights destacados em relatório do JPMorgan sobre a Pesquisa Nacional por Amostragem Doméstica (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada na sexta-feira (16).

Dentre os destaques, estão também o menos uso de computadores pessoais (de 46% para 39% dos domicílios possuíam) e ainda baixa penetração de dispositivos inteligentes (cerca de 16% dos domicílios possuem). Os dados se conectam com estratégias e oportunidades para companhias para companhias de telecomunicação, como TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3) , e de tecnologia, como Positivo (POSI3) e Intelbras (INTB3).

Na área de tecnologia, a Positivo já reconhece que a venda de computadores pessoais, após um certo boom na pandemia, voltou a retroceder. A pesquisa do IBGE aponta justamente esse movimento. A tendência obrigou a companhia a investir em outros segmentos, como de serviços e mercado corporativo.

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Já a Intelbras aposta em internacionalização desde o passado e busca reconhecimento no segmento de Segurança. Em análise recente do Goldman Sachs, a companhia foi considerada como apta para capturar valor na adoção de novas tecnologias por consumidores e empresas brasileiras. Isso se daria através de portfólio de produtos em crescimento e ampla cadeia de distribuição para o banco estrangeiro, que iniciou a cobertura do nome com compra e preço-alvo em R$ 27,00.

A XP destacou que a companhia tem foco em aprimorar estratégias de comunicação, para expandir soluções de fibra ótica e tecnologias de rede. De acordo com comentários de analistas da XP em evento realizado com CEOs, a companhia se pauta em comunicação, segurança e energia na próxima fase.

As tendências atuais do setor de telecomunicações apontam para maior racionalização tanto para TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3), segundo a XP. A visão do Research da corretora é que aumentos de preços nos segmentos pós-pago, por exemplo, foram bem recebidos para TIM enquanto a Vivo busca monetização de novos serviços.

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O momento das companhias se conecta com o observado na pesquisa do IBGE, uma vez que o potencial de crescimento se apresenta limitado para a indústria. Para o JPMorgan, o cenário pede esforços de empresas para vendas de serviços adicionais, movimentação da Vivo.

Além disso, de acordo com comentário do Bradesco BBI, a TIM busca implementação de parceria com a Nokia para expansão da rede 5G. A notícia foi positiva no momento do anúncio, em julho, e a análise considera que o gasto de capital (capex, em inglês) com investimentos parece ser estável para a TIM.