O que o economista mais pró-Bolsonaro do mercado espera para o Brasil

O convidado desta semana no programa Papo com Gestor é Pedro Jobim, economista-chefe e sócio-fundador da Legacy Capital

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil no último domingo (28) com 55,54% dos votos válidos. Apesar do mercado se mostrar otimista antes do desfecho do segundo turno, alguém já “cantava a bola” desde o ano passado. Essa pessoa é Pedro Jobim, economista-chefe e sócio-fundador da Legacy Capital.

Hoje ele é considerado um dos economistas mais pró-Bolsonaro da Faria Lima, mas quando fundou a Legacy, em 29 de junho, estava bem pessimista com o mercado brasileiro, com o CIO da asset, Felipe Guerra, esperando que a bolsa tombasse para os 60 mil pontos.

Contudo, quando ficou claro que o segundo turno seria entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro, Jobim e sua equipe montaram posições pró-Brasil acreditando que o candidato do PT não teria chances. “Eu sempre acreditei que se essa escolha fosse posta na mesa, a sociedade ia viver quase que um momento de convulsão, mas no fim o PT seria rejeitado”, contou contou o economista formado pelo ITA, com mestrado na PUC e PhD em Chicago, em entrevista ao Papo com Gestor.

Por possuir menos de seis meses de vida, a casa não pode divulgar a performance do fundo no período, por isso, o InfoMoney buscou o valor na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Do início até 29 de outubro, o ganho foi de 3,49%, ou 166,98% do CDI – cálculo descontando o dia positivo na bolsa do dia 30.

Para ele, o episódio da facada, em 6 de setembro, não foi o grande ponto de virada das urnas: “Essa eleição já estava decidida há muito tempo”. E completa: “Eu acho que a facada pouco importou; Bolsonaro ia ganhar de qualquer jeito”.

Mas o que sustenta esse otimismo do economista com Bolsonaro? Segundo ele, além do pragmatismo, ou seja, do governo precisar de uma reforma independentemente do presidente, Bolsonaro está cercado de bons assessores, possui uma agenda liberal e “tem noção do que é necessário fazer para o país crescer”.

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“O Brasil está em uma situação fiscal dramática, então eu entendo que ele vai ser muito pragmático, que vai entender a necessidade disso, embora as pessoas possam ter dúvidas em relação ao passado dele”, diz. E reforça: “Ele não é mais um deputado, agora ele é presidente e precisa governar”.

Otimista com o cenário brasileiro, o economista estima um PIB de 1,5% para 2018 e de 3,5% para 2019, com investimentos na casa dos 10%, consumo próximo a 4% e câmbio em R$ 3,70. Estimando uma inflação de 4% neste ano e menor que 4% em 2019, Jobim afirma que a Selic só deve subir a partir do último trimestre do ano que vem.

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Dado este cenário, o fundo carrega posições que refletem esse sentimento de otimismo: entre 12% e 15% comprado no Ibovespa, entre 7% e 8% em setores do S&P, além de posições vendidas em dólar local e aplicadas em Copom, acreditando na manutenção das taxas de juros.

Durante o programa, Jobim comentou sobre o impacto do Federal Reserve (EUA) na recuperação da economia brasileira, projeções de dólar, de Brasil e como seria a reforma da previdência ideal. Confira a entrevista completa no vídeo acima.

O Papo com Gestor é um programa de entrevistas semanais apresentado por Thiago Salomão, editor-chefe do InfoMoney. O programa é fruto de uma parceria com a XP Investimentos e traz toda semana uma entrevista com gestores que estão se destacando dentro da lista de fundos da plataforma digital da XP.

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Agora você pode acompanhar o Papo com Gestor também no Spotify! Clique aqui para ouvir o programa ou faça o download pelo player abaixo: