O que levou o Ibovespa a subir pelo 11º pregão consecutivo?

No Brasil, menores ataques ao BC e responsabilidade fiscal ajudam a explicar avanço; nos EUA, desaceleração da inflação e Trump são destaques

Vitor Azevedo

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Por trás da sequência histórica de onze altas, que o Ibovespa registrou nesta segunda-feira (15), há um empurrão das notícias vindas dos EUA, como o atentado contra o ex-presidente Donald Trump e as falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

No caso de Trump, a malsucedida tentativa de assassinato do candidato do Partido Republicano deve alavancar a sua candidatura, que têm a preferência do mercado.

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“O mercado acredita que a chance do Trump ganhar a eleição aumentou já que o candidato ficou em foco. Mesmo que a eleição de Trump eleve os riscos fiscais nos EUA, o mercado não vê com bons olhos a reeleição de Biden”, resumiu Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.

Ajudou o Ibovespa, que subiu 0,39%, indo aos 129.431, o desempenho das bolsas em NY, puxadas por Powell e Truump. Para o presidente do Fed, os dados recentes animaram e aumentaram a confiança na luta contra a inflação. Assim, em sua avaliação, não é necessário esperar a inflação chegar à meta, de 2%, para começar o corte de juros nos EUA.

Enquanto isso, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que a inflação moderada em junho, divulgada na semana passada, o deixou mais confiante de que as pressões sobre os preços estão diminuindo de uma forma que respalda a redução das taxas de juros.

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Lembrando que juros mais baixos estimulam os ativos de risco, como as bolsas de valores.

Ibovespa em sequência de altas

É importante reforçar que o Ibovespa está prestes a testar um ponto crítico, que é a faixa dos 130 mil pontos, que analistas técnicos apontam como resistência forte a ser ultrapassada, para que o índice possa buscar suas máximas históricas.

Dessa forma, o noticiário internacional desta segunda-feira (15) foi importante para garantir o 11º pregão de ganhos do Ibovespa.

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Internamente, algumas notícias positivas para a bolsa já fizeram preço, como o fato de o presidente Lula parar de brigar publicamente com o Banco Central, por conta dos juros. Isso ajudou na redução dos juros futuros (DIs) neste mês de julho.

Fora isso, o andamento no Congresso de temas como a reforma tributária e os acordos das dívidas dos estados também ajudam a reduzir a pressão sobre o governo. 

“Hoje também tivemos a divulgação do Focus sobre as perspectivas da Selic. Não houve mudanças (para final de 2024, em 10,50% e para 2025, 9,5%; enquanto isso, se atualizou a perspectiva do IPCA em 2024, que recuou de 4,02% para 4%”, menciona Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.

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O fato de o governo ter, nas últimas semanas, anunciado por exemplo um corte de gastos ajuda a explicar a redução para a previsão da inflação, já que gastos públicos maiores também impulsionam a alta dos preços. 

Além do mais, a diminuição dos ataques contra o BC sinalizam que o atual governo executivo pode, no futuro, manter uma política de “respeito à inflação” — havia o temor (agora perdendo força) de que, com o final do mandato de Roberto Campos Neto marcado para o fim do ano, o novo presidente da instituição monetária poderia ser mais heterodoxo.

Já o IBC-Br,, considerado uma “prévia do PIB” e também divulgado hoje, veio além do esperado. Uma atividade economia mais forte, além de ajudar do lado do crescimento, também sinaliza que o governo pode arrecadar mais em 2024.

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Sequências de 11 altas do Ibovespa

Data PontosRetorno*
21/08/200314.66913,83%
02/08/201068.5179,91%
08/01/201879.3799,22%
15/07/2024129.3214,37%
Fonte: Elos Ayta. *Retorno porcentual em 11 pregões consecutivos