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SÃO PAULO – Após um bom tempo realizando leilões de swap cambial para impulsionar a cotação do dólar e tornar o mercado brasileiro mais competitivo, o Banco Central passou a utilizar dos swaps cambiais reversos para tentar evitar uma queda acentuada da moeda norte-americana. Apesar de estarem no noticiário quase todos os dias, o funcionamento destas duas ferramentas do BC não é muito clara para todas as pessoas.
Para entender tudo isso é primeiro preciso saber o que é um swap. Este ativo nada mais é que um contrato derivativo, ou seja, um instrumento financeiro cujo valor depende dos valores de outros ativos. Por exemplo, quando um investidor realiza o swap cambial reverso, ele troca o rendimento do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) em reais – usado como benchmark para fundos DI e de renda fixa – pela variação cambial em dólares.
Através dessas operações, o BC se compromete a comprar um determinado valor em dólares a uma taxa fixa de câmbio mais adiante. Por isso que quando este tipo de operação acontece, vemos no noticiário que ela equivale a uma operação de compra da moeda estrangeira no mercado futuro, o que leva o BC a utilizar estes mecanismos quando julga necessário uma alta do dólar ante o real, ou mesmo para controlar momentos de uma volatilidade grande e fortes quedas da moeda.
No swap cambial reverso, o BC se compromete a pagar juros ao investidor, em troca da variação cambial. Se o dólar cai, no entanto, os investidores ganham tanto com os juros como com a variação da moeda. Nesse sentido, o efeito é o mesmo de quando o investidor vende seus dólares para o BC, aplica os reais da venda na renda fixa e depois compra a moeda estrangeira a um preço menor.
Em uma operação de swap cambial puro, o Banco Central fica “vendido” em dólar – o que quer dizer que ele ganha com a queda da moeda – e “comprado” na taxa Selic, o que significa ganhar com uma variação positiva da taxa básica de juro. Já no swap cambial reverso, a situação é contrária. Desse modo, o BC fica “comprado” em dólar, ganhando com a valorização da moeda norte-americana, enquanto fica “vendido” em taxa Selic.