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O Conselho de Administração da Natura&Co (NTCO3) autorizou na última segunda-feira (5) sua diretoria a avaliar uma possível separação da Natura&Co Latam e da Avon em duas companhias independentes e de capital aberto, a fim de gerar mais valor aos acionistas. O anúncio foi bem recebido pelo mercado, sendo que as ações NTCO3 subiram 6,79%, a R$ 17,15, também em um dia de ânimo para a Bolsa brasileira como um todo.
A XP Investimentos comenta que o anúncio reforça a estratégia da companhia de simplificar sua estrutura corporativa e destravar valor. Para a casa, a Natura materializou todos seus estudos numa janela de tempo relativamente curta, desbloqueando valor para seus acionistas. Assim, mantém recomendação de compra para os ativos.
Em relatório antes da abertura do mercado, o JPMorgan apontou que esperava uma reação positiva no preço das ações, pois a medida: i) simplifica ainda mais a estrutura corporativa da Natura, concentrando-se nas operações principais da América Latina; enquanto (ii) elimina o ruído da recuperação da Avon International e do persistente consumo de caixa, incluindo a discussão do amianto; e, iii) tem o potencial de desbloquear valor, já que muitos atribuem um valor negativo às operações internacionais da Avon.
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O banco vê como o principal mérito dessa transação potencial a simplificação das operações e a segregação de ativos com dinâmicas e necessidades de mercado diferentes.
O JPMorgan reitera classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para a Natura&Co e acredita que os processos de simplificação devem apoiar uma geração de fluxo de caixa livre melhor e pagamentos de dividendos mais altos no curto prazo. Isso principalmente considerando que a empresa se encontra em uma posição de caixa líquido abaixo do ótimo e que como meta uma relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 1,5 vez no longo prazo. A ação da empresa é a principal escolha do banco no varejo da América Latina.
Já o Bradesco BBI avalia que as operações da Natura&Co na América Latina poderiam ter múltiplos mais elevados como uma entidade separada. Se a nova empresa latino-americana for negociada a um múltiplo superior a aproximadamente 6,0 vezes valor da Firma (EV)/Ebitda da Natura, e em linha com a média histórica da empresa entre 2016 e 2017, pode ser visto um aumento no valor para os acionistas.
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” Por enquanto, existem diversas incertezas sobre o momento da cisão e os termos do acordo, mas ainda vemos um impulso positivo nas ações, à medida que a gestão da Natura&Co continua avançando a todo vapor na agenda de simplificação do grupo”, diz relatório. O banco mantém recomendação de compra para Natura&Co.
Para o BBI, a Avon Internacional é a etapa final da jornada de simplificação implementada pela equipe de gestão da Natura&Co, liderada por Fabio Barbosa (CEO) e Guilherme Castelan (CFO) desde meados de 2022. “As complexidades da Avon internacional, como a ampla dispersão geográfica, a exposição aos mercados desenvolvidos e a lucratividade limitada, têm prejudicado os números consolidados da Natura&Co e impulsionaram a decisão”, comenta o banco.
À primeira vista, como a cisão implica que a Avon América Latina será operada pela Natura&Co, o BBI demonstrou preocupação com os termos do novo acordo comercial entre as partes e a estrutura de capital em ambas as empresas. No entanto, o banco vê benefícios da divisão das operações na América Latina, uma vez que a unidade de negócios tem margens mais altas e está em um estágio mais avançado de integração e potenciais sinergias entre Natura e Avon. Portanto, avalia a transação como uma indicação potencialmente positiva para a Natura&Co.