O quanto as ações de empresas brasileiras têm a ganhar com as mudanças no MSCI

Próxima revisão do índice é esperada até agosto de 2024

Felipe Moreira

(Getty Images)
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A MSCI anunciou na última segunda-feira (12) que as listagens estrangeiras do Brasil atendem aos requisitos de materialidade e agora são elegíveis para entrarem no MSCI Brazil. A próxima revisão do índice é esperada até agosto de 2024, e as ações bem posicionadas para o Índice Padrão são Nubank (ROXO34), XP (XPBR31), Stone (STOC31) e PagSeguro (PAGS34).

Embora em certa medida esperada, o JPMorgan vê a notícia como positiva, pois elimina incertezas e pode aumentar o peso do Brasil na América Latina em cerca de 7% e nos Mercados Emergentes em cerca de 1%. Segundo cálculos do JPMorgan, isso poderia significar uma demanda potencial de aproximadamente US$ 2,5 bilhões para o índice da Nubank, cerca de US$1 bilhão para a XP e de US$ 400-300 milhões para Stone/PagSeguro, implicando em um impulso de 12 vezes a 6 vezes no volume médio diário negociado (ADV).

Outros nomes cobertos pelo JPmorgan, como Inter (INBR32) e Patria (P2AX34), podem eventualmente se beneficiar considerando o Índice Padrão ou o Índice de Small Caps, dependendo da liquidez, capitalização de mercado e free float no momento da revisão.

Na região da América Latina, houve uma alteração nos componentes: a inclusão da Caixa Seguridade (CXSE3) no Brasil. A MSCI não relatou outras mudanças no índice da América Latina. Atualmente, a região representa 9,3% do Índice de Mercados Emergentes Padrão, com o Brasil em 5,6%, o México em 2,8%, o Chile em 0,5%, o Peru em 0,3% e a Colômbia em apenas 0,1%.

Entre os países, a China perdeu cerca de 30 pontos-base de participação, mas ainda mantém a posição líder com um peso de 24,8% no índice, enquanto a Índia ganhou esses 30 pontos-base, elevando seu peso no índice para 18,2%. Completando os cinco países líderes, que juntos têm um peso de 78% no índice, estão Taiwan com 16,5%, Coreia com 12,7% e Brasil com 5,6%.

O Itaú BBA comenta que poucas mudanças foram feitas nesta revisão do índice, mas para a Caixa, espera ver entradas passivas de US$ 80 milhões, além de entradas ativas de pelo menos outros US$ 80 milhões. Quanto às saídas, o banco espera ver movimentações em algumas ações, incluindo B3 e Asure Software.

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Além disso, o BBA destaca que as ações brasileiras listadas no exterior agora são elegíveis para inclusão no índice, o que é uma notícia relevante para o mercado brasileiro. Na segunda-feira, após a categoria ultrapassar ambos os limites (5% do MSCI Brasil IMI e 0,05% do MSCI ACWI), a MSCI aprovou a inclusão de empresas brasileiras elegíveis no índice a partir de agosto de 2024.

Atualmente, o BBA acredita que Nubank e XP não terão problemas em ingressar no índice, enquanto os resultados da Stone devem ser acompanhados de perto para verificar se sua capitalização de mercado até os últimos dez dias úteis de julho atenderá os critérios de elegibilidade.

Para os ativos sob gestão passiva que acompanham a América Latina, isso poderia criar uma pressão significativa de compra para esses três nomes. No final de janeiro, analistas do BBA realizaram uma análise de fluxo que resultou em uma estimativa de US$ 2,8 bilhões em entradas (ativas e passivas) para o Nubank, representando 13 dias de pressão de compra; US$ 1 bilhão de entradas para a XP, com 8 dias de pressão; e potencialmente US$ 324 milhões de entradas para a Stone, com 4 dias de pressão.