O caminho do Ibovespa até os 110 mil pontos, segundo o BTG Pactual

Estrategistas do banco seguem com uma visão bullish para o Ibovespa, apesar da forte alta recente do benchmark da bolsa brasileira

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Se em outubro de 2017 a equipe de estratégia do BTG Pactual havia apontado ser possível o Ibovespa ficar acima de 100 mil pontos, o cenário de otimismo para o índice segue positivo. Com a condenação do ex-presidente Lula diminuindo os riscos de eleição de uma candidatura antirreformista, a visão “bullish” para o mercado continua, abrindo espaço para uma alta até os 110 mil pontos. Nesta sexta, o índice superou os 85 mil pontos. 

 Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Os estrategistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira apontam que a decisão unânime no julgamento do ex-presidente, sem dúvida, limita consideravelmente o número de estratégias legais que a defesa poderá usar, afetando a sua capacidade de candidatar-se à presidência nas próximas eleições. 

Eles apontam que Lula poderá se registrar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas a chance de concorrer é próxima de zero – “até meados de setembro, sua candidatura deve ser negada”. 

Desta forma, reforçam, o mercado provavelmente seguirá o rali e, com as chances de um candidato reformista vencendo as próximas eleições aumentaram, eles reforçam uma visão “bullish” com o Ibovespa. 

“Nós acreditamos que existe uma combinação de fatores que apoiam o Ibovespa”, destacam os estrategistas. São quatro os pontos: i) a recuperação econômica pode ser mais forte do que o originalmente previsto, oferecendo suporte ao aumento de lucros da ordem de 18% em 2018; ii) a alocação para ações brasileiras estão em níveis historicamente baixos; iii) um cenário sem reformas em 2018 parece estar precificado; e iv) apesar de não ser mais uma pechincha, ainda há potencial de valorização para as ações brasileiras.

Continua depois da publicidade

Olhando para todos esses fatores, contudo, eles fazem uma ponderação: “as eleições do Brasil podem trazer uma maior volatilidade para os mercados, pois o resultado pode causar mudanças radicais nas políticas econômicas. Indubitavelmente, a falta atual de um claro candidato para a centro-direita, pró-reformas, aumenta a incerteza”. 

Caso se desenhe o cenário com taxas de juros reais a 3% e crescimento do PIB de 3% (o que seria possível com um presidente alinhado às reformas fiscais), o índice poderia buscar o nível dos 110 mil pontos. 

Olhando para o cenário de queda de juros reais e de recuperação da economia, os estrategistas destacam os setores de shopping centers, construtoras, consumo e varejistas, empresas de infraestrutura e companhias alavancadas. Eles também apontam que ações de alta qualidade podem ter uma boa performance em um cenário de volatilidade, enquanto os bancos podem se beneficiar da forte atividade econômica. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.