Nucoin: Nubank anuncia criptomoeda com foco em programa de fidelidade

Ativo digital será distribuído gratuitamente a clientes a partir de 2023

Paulo Barros

(Imagem: Reprodução/ Facebook/ Nubank)
(Imagem: Reprodução/ Facebook/ Nubank)

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O Nubank (NYSE:NU; B3:NUBR33) anunciou nesta quarta-feira (19) a Nucoin, uma criptomoeda própria que servirá de base para um novo programa de fidelidade do banco digital. A moeda tem previsão de lançamento no primeiro semestre de 2023 e será disponibilizada de graça para clientes no Brasil, na Colômbia e no México.

Segundo a empresa, o objetivo é permitir que clientes possam obter descontos e benefícios por acumular Nucoins. O banco ainda não forneceu detalhes sobre critérios de distribuição da criptomoeda. Antes do lançamento, entre outubro e novembro deste ano, o Nubank promete selecionar 2 mil usuários para testar a novidade.

Maior banco digital do Brasil, com 70 milhões de clientes, o Nubank oferece negociação de criptomoedas desde junho, em operação viabilizada pela Paxos, empresa responsável pela custódia dos ativos digitais.

“Este projeto é mais um passo à frente em nossa crença no potencial transformador da tecnologia blockchain e em democratizá-la mais, indo além de comprar, vender e guardar criptomoedas no aplicativo Nu”, conta Fernando Czapski, gerente geral da Nucoin no Nubank.

Ainda não se sabe se, após o lançamento, os clientes poderão sacar Nucoins para outras plataformas – até o momento, o banco digital não permite transferir criptos adquiridas.

A Nucoin será criada na blockchain Polygon, uma rede que roda em paralelo ao Ethereum (ETH) e é conhecida por oferecer transações rápidas e baratas. A empresa, de origem indiana, também é emite a MATIC, atualmente a 12ª cripto mais valiosa do mundo, com capitalização de US$ 6,4 bilhões.

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O lançamento de uma criptomoeda própria vem pouco depois de a fintech atingir 1 milhão de clientes de criptos. O avanço na seara dos ativos digitais, no entanto, vai na contramão das projeções sobre o desempenho da operação como um todo por conta das dúvidas em torno da capacidade da empresa de crescer e, ao mesmo tempo, aumentar a geração de receita.

No final de setembro, por exemplo, o Banco Central passou a limitar tarifa de cartões como os emitidos pelo Nubank, o que deverá impactar no faturamento a partir de 2023. Segundo o banco digital, se a medida estivesse em vigor desde 1º de julho de 2021, a receita da companhia teria sido afetada negativamente em 2,9%.

Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander recomendam a venda do papel do Nubank, enquanto o BTG tem recomendação neutra. No exterior, no entanto, a situação se inverte, com Goldman Sachs, Citi e Morgan Stanley recomendando a compra – a exceção é o JPMorgan, com recomendação de venda.

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No mês passado, a Nu Holdings, dona do Nubank, anunciou que deixaria de ser companhia aberta no Brasil, encerrando seu programa de BDRs nível 3 (os papéis são recibos de ações da empresa no exterior negociados na B3). Para analistas, apesar da alegada redução de custos, o saldo final da medida para a companhia é negativo, ainda mais levando em conta a forte expectativa gerada durante o processo de IPO.

As ações da empresa fecharam o pregão de terça-feira (18) na NYSE, em Nova York, em alta de 0,23%, a US$ 4,40.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas