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Na última segunda-feira (3), diversos bancos iniciaram cobertura para as ações do Nubank (NYSE:NU;B3:NUBR33) negociadas em Nova York, com o Morgan Stanley sendo mais otimista, com preço-alvo de US$ 16 para os ativos, enquanto o HSBC se mostrou mais conservador, com recomendação neutra e preço-alvo de US$ 10 para os papéis negociados nos EUA.
Já nesta terça-feira (4), o Itaú BBA iniciou a cobertura para o ativo, com recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) – ou equivalente à venda – e preço-alvo de US$ 8 para o final de 2022, uma expressiva queda de 19,8% em relação ao fechamento da véspera, de US$ 9,98.
Na avaliação dos analistas, o Nubank “tem muitas conquistas e potencial de crescimento, mas seu valuation não deixa espaço para contratempos”, com um “desafio estrutural para seu potencial de monetização de clientes no Brasil”.
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A avaliação é de que a fintech tem “muito mérito” ao construir uma base forte de clientes, em sua maioria ativos. “Mas a próxima etapa é mais desafiadora”, diz o Itaú BBA. Os clientes do Nubank e a exposição ao crédito tendem para a faixa de renda mais baixa no Brasil (56% ganham até três salários mínimos), o que limita estruturalmente a monetização. A expectativa ainda é de que, com o ciclo de possível alta da inadimplência no setor em geral afete a base recém criada de clientes.
“Acreditamos que isso provavelmente desencadeará uma correção e reduzirá a percepção do mercado sobre estimativas de lucro do banco/ potencial do cliente”, apontam os analistas, que elegem o Banco Inter (BIDI11) como o digital preferido, com um valuation mais atrativo e um melhor perfil de crédito / cliente. O BBA aponta que irá procurar melhores pontos de entrada no Nubank.
Para os analistas, as receitas de serviços podem ajudar na monetização, mas a maior parte das receitas do setor bancário
concentra-se na crescente área de crédito de varejo, em que cerca de 50% do volume do Brasil é concentrado nos 10% dos clientes mais ricos.
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É esperado que o Nubank encare as linhas de consumo de crédito que contem com maior margem líquida de juros (ou NIM, na sigla em inglês), como cartões de crédito e empréstimos pessoais, onde os tíquetes são menores e os prazos são mais curtos e, portanto, o financiamento de longo prazo não é necessário. “Esta fatia de R$ 560 bilhões de crédito pode ser extremamente lucrativa. No entanto, os índices de inadimplência são mais voláteis nesses produtos, especialmente nos mercados de baixa renda”, avaliam.
O BBA espera um vento contrário cíclico à frente, esperando que a inadimplência da indústria do cartão de crédito se deteriore rapidamente em 2022, de cerca de um dígito (a rigor, entre 5%) para perto de dois dígitos para o segmento de baixa renda. Os cartões de crédito são o principal produto da Nubank para experiência, venda cruzada e monetização (cerca de 50% das receitas e cerca de 80% da exposição de crédito total).
Nesse cenário, os analistas apontam que a provável maior inadimplência pesará sobre o lucro por ação e colocará a companhia diante de um dilema: a empresa restringe a aprovação de crédito e/ou limites do cartão para preservar a qualidade do crédito, ou continua acelerando o crescimento, visando outras métricas?
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Para os analistas, o capital levantado recentemente dá ao Nubank espaço para preferir o crescimento, e seu valuation provavelmente incentivará a isso. A crescente carteira de crédito pessoal (de R$ 1 bilhão em dezembro de 2020 para R$ 5 bilhões no terceiro trimestre de 2021) também precisará ser monitorada de perto. É provável que uma parte tenha sido originada pelos clientes de cartão de crédito para pagar suas contas, e deve ser executado com cuidado para evitar postergação e aumento do risco de crédito.
O banco projeta crescimento da carteira de crédito para mais de R$ 200 bilhões, além de R$ 65 bilhões em receita e R$ 19 bilhões em lucro líquido em 2026.
Nesta terça, os papéis do Nubank caíram 2,40%, a US$ 9,74, na Bolsa de Nova York, depois de avançarem 6,40% na véspera. A volatilidade tem sido característica no desempenho dos ativos, com os primeiros dias de negociação, em 9 e 10 de dezembro de 2021, em forte alta, superando o valor de mercado do Itaú (ITUB4), para depois acumularem uma baixa de 24,56% entre os dias 11 e 20 de dezembro.
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Analistas otimistas com o papel destacam que o banco digital está bem posicionado para se expandir no setor bancário latino-americano, além das vantagens competitivas com o grande número de clientes (48 milhões). Entre os riscos, está um cenário macroeconômico complicado, com a desaceleração do crescimento do PIB, alta da inflação, aumento das taxas de juros e as próximas eleições presidenciais no Brasil.
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