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Menos de um mês após a abertura de capital em Nova York e com a listagem de seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em 9 de dezembro de 2021, grandes bancos iniciaram a cobertura para as ações do Nubank (NYSE:NU;B3:NUBR33), com destaque para os papéis negociados nos Estados Unidos.
Desde a abertura de capital (ou IPO, na sigla em inglês), os ativos listados nos EUA tiveram alta de cerca de 4% até o fechamento de 2021, passando por altos e baixos – as ações foram precificadas a US$ 9 no IPO.
Apenas nesta segunda-feira (3), Morgan Stanley, Citi, HSBC, Goldman Sachs e UBS BB iniciaram a recomendação para os ativos, a maioria com visão positiva – ou recomendação equivalente à compra. O Morgan é o mais otimista, com preço-alvo para o papel de US$ 16, um potencial de alta de até 70% frente o fechamento de 2021, enquanto Citi, Goldman e UBS BB também possuem recomendação de compra para os ativos.
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Já o HSBC tem visão mais conservadora, com recomendação neutra para os ativos, vendo um potencial de alta de 6,61% para os ativos.
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Apesar de terem uma visão positiva em sua maioria para os ativos, os analistas dos bancos destacam os desafios que estão no radar, assim como a volatilidade em um cenário macroeconômico complicado, com a desaceleração do crescimento do PIB, alta da inflação, aumento das taxas de juros e as próximas eleições presidenciais no Brasil. Cabe destacar que, entre 10 de dezembro, um dia após a estreia na NYSE, e o dia 20 de dezembro, as ações foram de US$ 11,85 para US$ 8,94, uma baixa de 24,56% em apenas seis pregões.
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O Citi aponta o risco de ruídos regulatórios, mesmo acreditando que esse último ponto não deveria afetar materialmente a capacidade deles criarem valor versus o que possuem nas estimativas.
O BTG Pactual, por sua vez, que iniciou a cobertura para os ativos NUBR33 com recomendação neutra em meados de dezembro, destacou que a combinação de seu valuation extremamente alto e o momento ruim podem tornar a ação uma escolha muito arriscada.
Contudo, em meio às recomendações majoritariamente de compra, o ativo do Nubank negociado nos EUA subiu 6,40%, a US$ 9,98, nesta segunda, enquanto os ativos NUBR33 avançaram 6,16%, a R$ 9,30, na B3.
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Confira as recomendações dos analistas para o banco digital:
Morgan Stanley – overweight (exposição acima da média do mercado) com preço-alvo de US$ 16
O banco Morgan Stanley iniciou cobertura para as ações do Nubank negociadas em Nova York com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado), equivalente à compra e preço-alvo de US$ 16, um potencial de valorização de 70,6% em relação ao fechamento de sexta-feira (31), de US$ 9,38.
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O banco destaca que, com base no uso de tecnologia, foco obsessivo no cliente, baixos custos e marca valiosa, o Nubank tem a oportunidade de construir a maior e mais lucrativa franquia bancária da América Latina.
O Morgan Stanley prevê um crescimento de receita de 97% em 2022, 54% em 2023 e 58% em 2024, para um sólido crescimento médio anual composto (CAGR, na sigla em inglês) de 3 anos de 68%, acima de todas as empresas financeiras de grande capitalização que o banco cobre na América Latina e atraente em relação a empresas globais líderes em tecnologia.
Também espera que o Nubank se equilibre com base no lucro líquido ajustado este ano, atingindo US$ 56 milhões e subindo para US$ 4,076 bilhões até 2026.
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Além disso, Morgan Stanley vê quatro fontes de potencial positivo para nossas previsões: expansão geográfica, escopo para adicionar mais produtos bancários, espaço para distribuição de produtos e serviços não financeiros e crescimento por meio de fusões e aquisições.
Goldman Sachs – recomendação de compra com preço-alvo de US$ 15
O Goldman Sachs iniciou a cobertura de ações do Nubank com recomendação de compra e preço-alvo em US$ 15, ou upside de cerca de 60% frente o fechamento do ano passado.
Segundo o relatório, o banco digital está “bem posicionado para penetrar no setor bancário latino-americano” com seus 48 milhões de clientes, tendo já bons níveis de monetização. A partir de 2023, a lucratividade deve crescer ainda mais, com a instituição se movimentando para aumentar sua carteira de empréstimos.
Mesmo com os riscos macroeconômicos, o GS vê chance de o Nubank crescer de forma “anticíclica”, uma vez que apresenta, já há algum tempo, tendências sólidas.
UBS BB – recomendação de compra com preço-alvo de US$ 12,50
O UBS BB iniciou cobertura de ações do Nubank com recomendação de compra e preço-alvo em US$ 12,50, ou potencial de valorização de 33,26% em relação ao fechamento de sexta-feira (31) na Bolsa americana.
Segundo o relatório, apesar de riscos regulatórios e de execução, a larga base de clientes (48 milhões) e o foco total no usuário provê “vantagens competitivas” ao banco digital. A contínua expansão e a aceleração da monetização também chamam atenção dos analistas do banco americano.
“Acreditamos que Nu pode se tornar um jogador significativo tanto no México quanto na Colômbia, mas o Brasil deve continuar sendo um mercado muito mais importante”, afirmaram.
Citi – recomendação de compra com preço-alvo de US$ 12
O Citi iniciou a cobertura para as ações do Nubank com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 12, ou potencial de valorização de 27,93%. Os analistas do banco veem a empresa com dois grandes diferenciais na comparação com os entrantes e incumbentes.
Entre eles, os analistas destacam que: (i) o nível de serviço/ experiência ao consumidor é superior e isso reflete em maior taxa de ativação (cerca de 73% em base mensal) e reduz o custo de aquisição ao cliente ao gerar indicações “boca-a-boca”; (ii) qualidade da originação do crédito tem sido consistentemente melhor que o sistema (ainda numa escala pequena, é verdade).
Como maiores riscos, destacam que o desenvolvimento de produtos que parece um pouco atrás de outras plataformas e há o risco de ruídos regulatórios, mesmo acreditando que esse último ponto não deveria afetar materialmente a capacidade deles criarem valor versus o que possuem nas estimativas.
HSBC – recomendação neutra com preço-alvo de US$ 10
O HSBC iniciou a cobertura para as ações do Nubank negociadas na NYSE com recomendação neutra e preço-alvo de US$ 10, ou potencial de alta de 6,6%.
Os analistas do banco apontam que, com sua escala incomparável e marca poderosa, o Nubank se tornou rapidamente a maior empresa financeira da América Latina em valor de mercado.
O banco aponta que os motivadores para o sucesso foram: 1) nenhuma taxa anual para seus cartões de crédito; 2) uma boa experiência do usuário, levando a um NPS (indicador que reflete a qualidade do atendimento percebida pelo cliente) de 90; 3) forte reconhecimento da marca, possibilitando o crescimento; e 4) uma abordagem que auxilia no controle de risco.
“Seu rápido crescimento em adições líquidas de clientes e ofertas limitadas de produtos até agora têm sido os principais obstáculos para a monetização, mas vemos um potencial significativo de vendas cruzadas à medida que amplia seu ecossistema. Suas operações brasileiras já são lucrativas e esperamos que o ‘Nu’ alcance equilíbrio em 2024 com seu ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) acima de 30% no prazo mais longo. Por último, a sua equipe de gestão é experiente, com uma formação diversificada”, avaliam os analistas.
Os analistas destacam que, entre os principais ventos contrários, estão os eventos macroeconômicos e regulatórios. A desaceleração do crescimento do PIB, alta da inflação, aumento das taxas de juros e as próximas eleições presidenciais no Brasil definem um cenário macro difícil.
“Esperamos que os custos de financiamento mais elevados sejam repassados aos consumidores finais, mas estamos preocupados com a piora na qualidade dos ativos e com a desaceleração da demanda de empréstimos esperada para 2022. Vemos as mudanças regulatórias como uma das principais ameaças, mas mais em termos de ruído e volatilidade das ações do que qualquer impacto real”, avaliam.
BTG Pactual também com visão mais conservadora para papéis NUBR33
Cabe ressaltar que, em 17 de dezembro, o BTG havia iniciado a cobertura para as ações NUBR33 negociadas na B3. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 9,30.
“No geral, não temos dúvidas de que a história é muito convincente. Tememos, no entanto, que a combinação de seu valuation extremamente alto e o momento ruim tornem a ação uma escolha muito arriscada. O Nubank ainda se parece muito mais com um banco do que com uma empresa de software. E os bancos têm necessidades de capital e custos de inadimplência enquanto crescem. Dada a deterioração do macro no Brasil, ser prudente em 2022 pode ser a estratégia certa”, avaliam os analistas do banco.
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