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Ainda é quinta-feira mas a semana já foi marcada pelo anúncio de diversas trocas de CEOs em companhias listadas na Bolsa brasileira. A principal delas, a troca de comando da Vale (VALE3), contou com a aprovação unânime de Gustavo Pimenta pelo Conselho de Administração.
No dia seguinte ao anúncio, VALE3 subiu cerca de 3%. Na visão de analistas, o mercado reagiu positivamente à retirada de um forte fator de incerteza da companhia. A troca de comando já havia sido alvo de polêmicas, uma vez que alguns nomes ventilados para o cargo, como Guido Mantega, não foram bem recebidos. Quando foi noticiado que Mantega não ocuparia o cargo, ainda em janeiro deste ano, as ações da mineradora apresentaram ganhos de 1,67%.
Agora, o anúncio foi recebido de forma positiva tanto pela experiência do executivo quanto pelo cumprimento dos ritos necessários dentro do estatuto da Vale. A escolha também representou o fortalecimento da unicidade do conselho, nas palavras do presidente do colegiado, Daniel Stieler.
Já na Ambev (ABEV3), ainda que a mudança não fosse esperada por analistas nem pelo mercado, a visão é de que ela não deve trazer muito impacto para a estratégia da companhia. A troca de Jereissati Neto por Carlos Lisboa a partir de 2025 não deve trazer nenhum tipo de ruptura no cotidiano da companhia, uma vez que a rotação de executivos já é praxe na cultura da cervejeira, segundo análise da XP.
Na sessão seguinte ao anúncio (que aconteceu na noite de 27 de agosto), os papéis caíram 0,61%, cotados a R$ 12,95. O movimento não foi intenso e acompanha as ligeiras oscilações que o papel tem registrado nas últimas semanas.
A troca de presidência da Taesa (TAEE11) foi a primeira a causar efeitos imediatos na companhia. O conselho de administração da transmissora de energia elétrica elegeu Rinaldo Pecchio Jr. como presidente-executivo, com mandato que teve início na última quarta-feira (28), segundo fato relevante ao mercado.
O evento foi considerado neutro por analistas da Genial Investimentos. Na visão da corretora, o executivo já tem experiência no tipo de cargo em companhias de transmissão. Além disso, Pecchio já atuava na Taesa em cargo de diretoria e, portanto, sua nomeação não causa nenhum tipo de surpresa para a tese da empresa, para a Genial.
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Os papéis da transmissora caem cerca de 1% nesta quinta-feira, mas fecharam com alta de 1,38% na sessão de ontem (seguinte ao anúncio).
Por fim, a última troca de mandatário que marcou a semana foi a da Odontoprev (ODPV3). Elsen Carvalho deve assumir o comando da companhia no lugar de Rodrigo Bacellar, que renunciou. De acordo com o comunicado da empresa, Carvalho acumulará a função com a sua atribuição atual de diretor comercial, cargo que ocupa desde 2017. E Bacellar passa a ocupar a posição de head da Atlântica Hospitais, do Grupo Bradesco Seguros. “As alterações passam a ter eficácia a partir de hoje”, disse a Odontoprev.
Na visão do JPMorgan, a troca não trará mudanças significativas na estratégia da companhia, uma vez que Elsen já está na empresa há 7 anos liderando a área comercial. A renúncia de Bacellar tampouco é vista de forma negativa, uma vez que o executivo assumirá outra grande divisão da companhia, que deve receber investimentos significativos, de acordo com o JPMorgan. A análise do Itaú BBA é similar e não antecipa alterações na estratégia corporativa. O movimento dos papéis da Odontoprev, no entanto, é de queda de 1,85%, a R$ 11,14 na tarde desta quinta.
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(com Reuters).