Novo capítulo de R$ 1 bi da “novela Cemig”, duas ações elevadas e IPOs: veja mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (26)

Lara Rizério

(Divulgação/Cemig)
(Divulgação/Cemig)

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SÃO PAULO – No noticiário corporativo desta terça-feira, chama atenção a notícia de que o conselho da Cemig aprovou um aumento de capital de até R$ 1 bilhão. Enquanto isso, o Banco Indusval anunciou que pediu o cancelamento de seu processo de OPA; já a Algar Telecom analisa IPO e propõe conversão de ações. Confira os destaques:

Cemig (CMIG4)
A Cemig convocou Assembleia Geral Extraordinária para votar aumento de capital de até R$ 1 bilhão, com a emissão de até 200 milhões de novas ações. As deliberações foram tomadas pelo conselho de administração da empresa e a AGE está marcada para 26 de outubro.

Um pouco antes, também na segunda, o vice-presidente da Câmara, deputado Fabio Ramalho (PMDB-MG), afirmou que a companhia faria aumento de capital, aliado a uma venda de ativos, para tentar ficar com as usinas de Jaguara e Miranda. Segundo ele, a empresa também aguarda receber uma carta-fiança do Citibank para poder fechar uma proposta financeira pelas hidrelétricas.

Segundo o deputado, a empresa pediu uma audiência com o ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça para apresentar a proposta. A Advocacia-Geral da União (AGU) também deve participar da reunião, de acordo com ele.

Se conseguir homologar um acordo por uma das duas usinas, a Cemig vai tentar disputar a outra no leilão, marcado para quarta-feira (27). A ideia é tentar arrematar ao menos uma delas por meio da Aliança Energia, empresa que pertence à Vale (55%) e à Cemig (45%).

O acordo proposto pela Cemig prevê ainda que a empresa desista da disputa judicial pelas hidrelétricas, desde que o governo faça o mesmo. O leilão das usinas de Jaguara, Miranda, Volta Grande e São Simão será realizado nesta semana. O governo quer arrecadar R$ 11 bilhões com a licitação.

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E, segundo aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o governo topou acordo proposto pela bancada de Minas Gerais para manter sob controle da Cemig uma das quatro hidrelétricas incluídas no leilão previsto para esta quarta. No caso, a usina de Miranda. O acerto prevê que a estatal pague pela renovação da concessão em 15 de dezembro. 

Fleury (FLRY3)
A Fleury teve a recomendação elevada para outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo Credit Suisse, com preço- alvo de R$ 37.  Além das perspectivas positivas para o case da empresa, o Credit ainda aponta que não espera impacto negativo da saída da Advent, não esperando que isso mude a estratégia de sucesso da Fleury, apontando ainda que a sua saída deva aumentar a liquidez das ações.

A companhia ainda informou que recebeu carta de renúncia de Juan Pablo Zucchini e Brenno Raiko de Souza aos cargos de Conselheiros de Administração. Já era prevista a saída dos dois, que fazem parte do fundo Advent, que recentemente vendeu sua participação da companhia.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras elevará o preço da gasolina em 0,4% e do diesel em 1,7% nas refinarias a partir de 27 de setembro, informou a companhia. 

Santos Brasil (SBTP3)

O Itaú BBA, por sua vez, elevou a recomendação das ações da Santos Brasil para outperform, apesar de algumas incertezas no radar. O novo preço-alvo, para 2018, é de R$ 4,20 por papel. Os analistas esperam um Ebitda consolidade 2,5 vezes maior no próximo ano, além de projetar melhor desempenho nos terminais de Vila do Conde e Imbituba, além do capex mais estável  relacionado à renovação antecipada da concessão do Tecon Santos. 

Vale (VALE3)

Segundo informa o Estadão, a  Vale foi a empresa que apresentou mais pedidos de licença para a exploração mineral na Reserva Nacional do Cobre (Renca). O Ministério de Minas e Energia estabeleceu, na publicação do decreto presidencial que extinguiu a reserva, que apenas pedidos de exploração e pesquisa anteriores a 1984, ano de criação da Renca, seriam analisados. A mineradora detém a maioria dos pedidos antigos.

Publicada em abril, a Portaria 128, do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Bezerra Filho, indeferia os pedidos pós-criação da reserva, em um total de 551 – e nessa lista de rejeitadas estão subsidiárias da Vale e de grandes empresas do setor, como a Anglo American. Dos 154 pedidos de exploração e pesquisa antigos e passíveis de análise, pelo menos 104 eram de empresas da Vale.

Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e do cadastro de empresas jurídicas do Ministério da Fazenda. Uma parte das empresas dessa lista já teve baixas e seus pedidos e direitos foram incorporados por outras.

Para ter acesso à Renca, a Vale operou por meio de um emaranhado de empresas. Uma delas é a Mineração Guanhães, com 19 pedidos de licença. Neste ano, a Guanhães ainda obteve do DNPM direitos de mineração das empresas Itapi, Bacajá, Iriri, Araguaia, Capoeirana e Tapajós, antigos registros da companhia que têm pedidos de exploração da reserva. Dados do Ministério da Fazenda mostram que a Guanhães está ativa e funciona no terceiro andar de um prédio na Avenida Graça Aranha, no centro do Rio, espaço ocupado pela Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia). A Guanhães tem entre seus sócios a própria Vale S.A. e a Docepar, outra subsidiária da mineradora. Procurada, a Vale negou ser proprietária.

Tecnisa (TCSA3) e Cyrela (CYRE3)

A Tecnisa informou, por meio de comunicado divulgado nesta segunda, que recebeu correspondência da Cyrela informando redução de participação acionária. A nova parcela será de 9,98% das ações ordinárias, equivalente a 33 milhões de papéis. A Cyrela informa que o objetivo da participação acionária é estritamente de investimento. “Negócios realizados não objetivam alterar composição de controle ou estrutura administrativa da companhia. Não foram celebrados acordos ou contratos regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão”, afirma o comunicado. 

Ultrapar (UGPA3)

Segundo o Valor, o clima no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é pela reprovação da compra da Liquigás pela Ultragaz e já existem empresas se movimentando para comprar a subsidiária da Petrobras, apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A concentração no mercado de gás de cozinha (GLP) preocupa a autoridade antitruste desde que o negócio foi anunciado pelo conselho de administração da petroleira já que o negócio envolve a junção das duas maiores empresas do setor.

CVC (CVCB3)

A CVC convocou Assembleia Geral Extraordinária para 11 de out, às 10h, para aprovação da incorporação das ações da Read Serviços Turísticos e da Reserva Fácil Tecnologia, segundo comunicado. Caso a AGE aprove as incorporações, Read e Reserva Fácil “passarão a ser subsidiárias integrais” e os atuais acionistas não controladores da Read e da Reserva Fácil se tornarão acionistas da CVC

 

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV disse que não participará concorrência para o estádio do Atlético Mineiro. A construtora esclarece, após pedido da CVM, que não construirá estádio do Clube Atlético Mineiro, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira. “A MRV Engenharia investirá em ações de marketing, conforme usualmente faz, através de patrocínio esportivo e ‘naming rights’, ou seja, será atribuído ao estádio o nome da MRV, que chamará Arena MRV”, disse a companhia.

Banco Indusval (IDVL4)
O Indusval informou que pediu o cancelamento de sua OPA (Oferta Pública de Aquisição), que resultaria na saída da empresa da bolsa. Em comunicado, a empresa justificou a decisão dizendo que continua em tratativas confidenciais de parcerias estratégicas que, “apesar de não envolverem a transferência de controle da companhia, poderão, caso sejam concretizadas, impactar a sua rentabilidade futura e a decisão do acionista com relação à adesão ou não à Oferta”.

A companhia disse ainda que “poderá retomar as discussões acerca da realização de eventual oferta pública de aquisição ações para cancelamento de registro de companhia aberta após o desfecho das tratativas em curso”.

Camil

Segundo a Coluna do Broad, do jornal Estadão, a Camil reduziu a faixa indicativa de preço em seu IPO (oferta inicial de ações) para um piso de R$ 9,00, depois de não conseguir demanda suficiente dos investidores para emplacar a operação. O intervalo anterior estava entre R$ 10,50 e R$ 13, mas a demanda, nesse valor, cobriu apenas metade da oferta. Agora, a empresa precisa correr para tirar a operação do papel, visto que a precificação da ação ocorrerá nesta terça-feira. Procurada, a Camil não comentou.

Algar Telecom

A Algar Telecom afirmou em comunicado que está “em preparação para possível realização de oferta pública inicial de ações” e convocou AGE para 11 de outubro, às 10h, para tratar da proposta de conversão obrigatória da totalidade das ações PN classe A em PN classe B, na relação de 1 PN classe B para cada PN classe A convertida. 

A companhia também convocou acionistas titulares de ações PN classe A para Assembleia Geral Especial em 11 de outubro, às 11h, para tratarem da deliberação sobre a conversão, segundo outro comunicado. Em fato relevante na noite desta segunda-feira, Algar Telecom disse que “está avaliando a possibilidade de realizar uma oferta pública inicial de ações” e contratou instituições financeiras para assessorar análise e determinação dos termos de eventual oferta. A oferta “estará sujeita à concessão dos registros pela CVM, aprovações regulatórias e condições de mercado”. 

Wilson Sons (WSON33)

A Wilson Sons informou que a sua subsidiária Wilson Sons Ultratug Offshore está negociando novos termos contratuais para oito embarcações de apoio (PSVs) que estão em operação para a Petrobras. A negociação considerará (i) a suspensão temporária desses contratos devido ao cenário atual de demanda reprimida, prorrogando os prazos originais dos contratos por um período igual à suspensão, e (ii) uma redução das taxas diárias das embarcações. A negociação contempla uma redução estimada total de aproximadamente 6% na taxa diária média da frota, e até 858 dias de suspensão para todos os navios combinados.

A companhia disse que continua buscando novas oportunidades para maximizar a utilização da frota. 

Teka (TEKA4)
A Teka Tecelagem Kuehnrich informou que conseguiu regularizar sua situação na B3, evitando assim que suas ações tivessem a listagem cancelada. Confira o comunicado da B3 sobre o assunto:

“A B3 informa que, considerando que a empresa atendeu o requisito do
Regulamento para Listagem de Emissores e Admissão à Negociação de
Valores Mobiliários, cujo descumprimento havia motivado o processo de
negociação não contínua, a partir do pregão de 18/09/2017, as ações de
emissão da empresa voltam à negociação normal e fica afastado o
cancelamento de listagem da companhia na B3 que estava previsto para
25/09/2017″.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.