Nova bolsa pode aumentar complexidade e custos do mercado brasileiro

Realizar operações de High Frequency Trading seria mais díficil com a existência de dois ambientes bursáteis, afirma Richard Bentley

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Uma nova bolsa pode fazer com que as operações de HFT (High Frequency Trading) sejam mais custosas, afirmou Richard Bentley, vice-presidente de Capital Markets da Progress Software, em entrevista para a InfoMoney nesta segunda-feira (26), durante a TradeTech Brazil. Bentley destaca os altos custos de infraestrutura quando se implementa um sistema de HFT.

Só para obter um ambiente com qualidade suficiente, a única operadora de bolsa nacional, a BM&F Bovespa (BVMF3), gastou mais de R$ 500 milhões nos últimos anos, em busca de sistemas mais confiáveis, estrutura de co-location (servidores localizados na própria sede da bolsa) e DMA (Acesso Direto ao Mercado). O grande problema, porém, ficaria por conta da divisão entre ambientes. “Uma nova bolsa cortaria a liquidez”, diz. Liquidez é essencial para a operação de mecanismos de trade automatizado, no qual a Progress oferece plataformas, tanto com base na análise técnica quanto utilizando análise quantativa.

Para ele, não é apenas a operadora da bolsa que deve arcar com os custos. “É preciso dividir os custos entre aqueles que vão lucrar com isso”, afirma. Isso é providencial, já que muitos investidores e corretoras acreditam que o custo recai sobre eles – na forma de elevados emolumentos. Sobre isso, Bentley lembra que a própria BM&F Bovespa já tem uma tabela especial de custos para quem vai operar no mercado utilizando esse tipo de mecanismo.