Conteúdo editorial apoiado por

No meu melhor dia como trader fiz R$ 1 milhão: conheça história de Alison Correia

Trader há 20 anos, ele conta sobre o maior ganho no mercado, mas também as perdas, como do valor equivalente ao da aposentadoria da mãe, de R$ 150 mil

Augusto Diniz

Publicidade

Conteúdo XP

Alison Correia passou por vários momentos como operador, nos seus 20 anos como trader, como quando fez R$ 1 milhão em um dia no mercado. Entretanto, nem tudo foi sempre ganho.

Ele recorda quando a mãe comentou que se aposentaria, depois de duros anos como professora. Como cuidava do dinheiro da família, notou que a sua genitora havia poupado R$ 150 mil no longo período de trabalho. “Num belo dia, nessa época da aposentadoria dela, perdi exatamente o que ela ganhou em uma vida. Isso para mim foi um raio na cabeça”, lembra. “Foi muito simbólico. Isso me machucou demais. Fiquei um tempo sem operar”, afirma.

Baixe uma lista de  10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

Trader: poderia ter parado antes

Alison Correia já trabalhava no mercado financeiro há quase dez anos. Ele tinha entrado no mercado em 2003, com 18 anos, quando o pregão era no viva voz.

“O que me machucou é que eu tinha experiência. Perdi por fazer o que ensino as pessoas a não fazer. Fiquei tão alavancado aquele dia que poderia ter perdido todo ganho da minha vida. Nesse dia, estava ganhando R$ 30 mil no final da manhã, mas perdi. Poderia ter parado naquela hora”, argumenta.

Continua depois da publicidade

Poucos anos antes, ele tinha visto o que é ganhar muito dinheiro de uma só vez. Ele trabalhava na Bolsa de Valores, no centro de São Paulo, ainda no sistema viva voz.

“Minha corretora não tinha tantos clientes e a gente era obrigado a fazer operações lucrativas para a tesouraria”, explica ele.

Veja também:

Continua depois da publicidade

1 milhão

“A gente tomava muita decisão no grito, tinha muito feeling operacional através dos gestos”, diz. Fechado em um ambiente, no prédio da Bolsa, em que estavam concentrados os operadores do pregão, todos sabiam aqueles poucos que já haviam feito 1 milhão de reais de lucro em um dia, enquanto a maioria não conseguia fazer um décimo desse valor em suas operações diárias.

“Isso era um marco chegar a 1 milhão de reais. Carimbar sete dígitos em um day trade tomando risco era demais”, ressalta.

Mas foi na crise do subprime (2008) que Alison Correia conseguiu a façanha, “tomando muito risco, vendendo muito índice, comprando muito dólar”. Ele conta que o Brasil tinha conquistado na mesma época grau de investimento: “Estava todo mundo eufórico, quando começa a sair as notícias do subprime. O que diferenciou é que a gente tomava muito risco, sempre muito alavancado”.

Continua depois da publicidade

O trader enfatiza que depois, isso não mais ocorreu e acha hoje uma ação desnecessária. “Para buscar 1 milhão tem que estar disposto a perder dois milhões”, contabiliza ele já embutindo os riscos. “Nem banco se expõe tanto assim hoje”, diz.

Confira ainda:

Reaprender com fim do pregão viva voz

Outro desafio enfrentado por Alison Correia foi na transição do pregão em viva voz para o eletrônico, em 2009. “Para gente foi muito difícil sair dali, daquele burburinho, com todo aquele charme, para ir trabalhar na frente de uma tela no silêncio”, afirma.

Continua depois da publicidade

“A gente teve que reaprender a operar. As pessoas me deram suporte técnico, mas ao mesmo tempo o raciocínio operacional foi o maior desafio”, lembra ele, que chegou a tirar um período sabático antes de voltar à mesa de operação. “Era um trader muito bom de viva voz”, ressalta.

Ele conta que teve que dar uns passos atrás e mapear o mercado de outra maneira. “O mercado era o mesmo, mas o que acontecia é que tinha participantes diferentes, tinham os robôs, os algoritmos, o mercado não fluía na tela na mesma forma que fluía no pregão”, conta.

“Quando recomeço a operar eu perco muito dinheiro. Tudo aquilo que olhava no pregão já não funcionava do mesmo jeito. Achava uma coisa, acontecia outra no mercado. Passou a dar tudo errado”, recorda.

Imagem da época do pregão viva voz da Bolsa

Tempo para acertar a mão

“Mas a essência de vender e comprar nunca mudou. O que precisava entender era como esses participantes de moviam e de que forma que os preços andavam”, comenta.

Alison levou tempo para acertar a mão e voltar a ganhar dinheiro como antes. Mas ele ressalta que o sistema eletrônico era inevitável, pois gera transparência e velocidade das negociações, além de facilitar que mais pessoas possam participar do mercado.

Pouco tempo depois de se assentar no mercado, dessa vez com operação eletrônica, ele montou um negócio próprio voltado para fundos. “A minha vida inteira só operei mercado futuro: dólar, índice e juros”, ressalta.

Olho no fluxo

O experiente trader sempre operou por análise de fluxo e nunca trocou por gráfico, que só veio a existir cerca de dez anos depois dele entrar no mercado. “Era tudo tela simples. Tinha compradores, vendedores e execuções de ordem. Só”, lembra.

Em 2014, Alison Correia ingressou na XP, onde passou a compartilhar o seu conhecimento de mercado em “salas virtuais”. Em 2019, criou a Top Gain, um canal no YouTube de mercado financeiro cujo objetivo central era melhorar a comunicação com os traders, algo que para ele era deficiente no segmento.

Hoje, é também sócio da Dom Investimentos, escritório de assessoria vinculado a XP. “Estamos trabalhando para fazer um cross (cruzamento) com a Top Gain”, afirma.

Leia também:

Trade: É preciso ganhar conhecimento

Com muita vivência no mercado financeiro, Alison Correia acha que as pessoas que entram no mercado como day trade devem medir o quanto vão gastar para aprender.

“As pessoas chegam no mercado depois de fazer um curso no final de semana com um youtuber e acham que já vão ganhar dinheiro na terça-feira”, diz.

“Não enxergam como uma forma de profissão. Esse é um erro. Elas não fazem planejamento financeiro para seu aprendizado. Todo mundo vai perder dinheiro. Não tem problema, desde que aprenda, e tem que ser controlado. Não precisa quebrar para aprender”, ressalta.

Alavancagem maior

E quando os traders evoluírem e começarem a ter algum dinheiro de sobra, devem pensar no que ele chama de “alavancagem inteligente”. “Eles devem mensurar os lucros que estão tendo para se alavancar daquilo que têm feito certo, para conseguir um resultado financeiro maior”, diz.

Saiba mais:

“Mas se alavancar não é pegar seu dinheiro de reserva e sim o dinheiro de lucro. Separar 30% de lucro para ganhar acima da média, para encontrar seu número – você não vai alavancar a vida inteira, mas dentro de seu equilíbrio. Usar o lucro a seu favor, sem comprometer o seu capital”, ensina.

Guias de análise técnica:

Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o infomoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. As melhores plataformas para operar na Bolsa. Abra uma conta na XP.