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O Spotify é a principal plataforma de streaming de música do mundo, com mais de 380 milhões de usuários, mas seu reinado pode estar caminhando para o fim – ao menos se depender da tecnologia NFT, que já começa a ser abraçada por artistas como alternativa para incrementar a remuneração pelo trabalho.
O NFT vem sendo explorado no ramo da música por conferir autenticidade e exclusividade a um ativo emitido digitalmente – no caso, uma faixa musical disponibilizada via Internet.
O DJ e produtor musical Deadmau5 e a banda de indie rock Portugal The Man protagonizaram a iniciativa mais recente nesse sentido ao anunciar, na quinta-feira (2), o lançamento de um milhão de cópias digitais em NFT de seu novo single, “This is fine”.
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Os itens foram disponibilizados na plataforma Mint Base, construída na blockchain Near Protocol (NEAR). Cada NFT está à venda por 0,25 NEAR, ou cerca de US$ 2,20. O objetivo é tornar a faixa a mais rápida da história a atingir um milhão de cópias vendidas.
Música descentralizada
Além de garantir a autenticidade, os NFTs permitem que itens digitais sejam compatíveis com diferentes serviços ou carteiras, funcionando como arquivos em MP3 que não podem ser copiados. O único requisito para isso funcionar é usar uma mesma blockchain ou acessar pontes entre diferentes blockchains, como acontece entre o Ethereum (ETH) e a Polygon (MATIC).
Para especialistas, esse caráter independente representa a maior ameaça ao Spotify. Segundo um estudo do banco dinamarquês Saxo Bank o mercado musical está prestes a passar por uma revolução no modo de comercialização em meio à popularização de plataformas de NFTs, e o maior perdedor deverá ser o Spotify.
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O principal motivo, segundo o banco, é o modelo de negócios descentralizado permitido por plataformas de nova geração, que eliminam intermediários e entregam mais valor ao artista.
“O caso de uso de NFTs pode ser particularmente atraente na próxima etapa para a tecnologia de geradores de conteúdo na indústria musical, já que os músicos se sentem injustamente tratados pelos modelos de compartilhamento de receita das plataformas de streaming atuais, como Spotify e Apple Music”, apontou um dos analistas do banco.
Uma das soluções promissoras nesse ramo é a Audius (AUDIO), que oferece uma plataforma descentralizada onde artistas podem divulgar seu trabalho sem o intermédio de gravadoras e com a possibilidade de colocar mais dinheiro no bolso. A tecnologia NFT tem um espaço importante nessa estratégia, servindo de certificado de autenticidade para a música adquirida.
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A promessa atraiu grandes nomes do mercado. Artistas como Katy Perry, The Chainsmokers e Jason Derulo toparam investir no negócio junto com o ex-CEO da Sony Music. Além disso, o negócio já captou US$ 8,6 milhões com fundos como Coinbase Ventures e Pantera Capital. Neste ano, a solução ainda fechou parceria com o Tiktok.
Já o projeto Vezt vai por um caminho diferente, e utiliza a tecnologia blockchain para fazer uma espécie de IPO (abertura de capital) de canções – um processo chamado de Oferta Inicial de Canção (ISO, na sigla em inglês).
Brasil
Iniciativas brasileiras também tentam correr atrás dessa que parece ser uma oportunidade de mercado promissora. O All Be Tuned, criado pela fintech Moeda Semente, arrecadou R$ 60 mil em 24 horas com a venda de sua primeira música em NFT, em março deste ano.
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Mais nova, a Muzicoin pretende ir além e oferecer criptomoedas como pagamento ao usuário que se mantiver ativo na plataforma. Depois, ele pode utilizar as moedas dentro da plataforma para comprar produtos e serviços. Permite ainda que o artista registre sua música junto com contratos fechados com empresários e gravadoras.
“A blockchain da MUZi é inviolável e imutável. Isso elimina a possibilidade de adulteração por parte de um indivíduo mal-intencionado, construindo um livro-razão de transações onde todos os membros da rede podem confiar”, conta Emmerich Ruysam, CEO da Muzi.
Para o Saxo Bank, o crescimento de alternativas descentralizadas fará o Spotify desvalorizar até 33% em 2022. Neste ano, as ações da empresa já apresentam forte queda: de cerca de US$ 300 no começo do ano para atuais US$ 229.
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