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A Nexpe Participações ([ativo=NEXP3]), antiga BR Brokers, informou na noite de quarta-feira (15) que o pedido de recuperação judicial foi deferido pela 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo.
A decisão judicial de deferimento, dentre outras providências, determina a suspensão de todas as ações e execuções atualmente em curso contra o grupo Nexpe pelo prazo de 180 dias, além da apresentação, com prazo de 15 dias, de habilitações e/ou divergências de créditos no âmbito do processo de recuperação judicial.
A Nexpe também deve apresentar o plano de recuperação judicial do grupo no prazo de 60 dias corridos, a contar da publicação da decisão judicial de deferimento.
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“A companhia reitera seu compromisso de manter seus acionistas, investidores e o mercado em geral devidamente informados sobre o desenvolvimento dos assuntos relacionados à Recuperação Judicial, na forma da legislação e regulamentação vigentes”, apontou a empresa.
A companhia comunicou na última terça-feira (14) ter feito o pedido de recuperação judicial, em conjunto com suas subsidiárias Abyara Brokers Intermediação Imobiliária, Basimóvel Consultoria Imobiliária, Bamberg Imóveis, Global Consultoria Imobiliária, MF Consultoria Imobiliária, Tropical Corretora e Consultoria Imobiliária e Niterói Administradora de Imóveis. Na sessão daquela data as ações caíram 47%.
A companhia destacou que, “em que pese os esforços adotados pela administração do Grupo Nexpe nos últimos meses, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, a fim de diminuir os impactos negativos causados pelas contingências trabalhistas do Grupo Nexpe e pela queda de faturamento que o mercado imobiliário sofreu durante os anos da pandemia da Covid-19, os membros do Conselho de Administração da Companhia aprovaram, em unanimidade, a apresentação da Recuperação Judicial”.
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Conforme destaca o Bradesco BBI, com um market cap apenas R$ 13 milhões, a situação desafiadora da Nexpe não é uma surpresa para o mercado.
“A antiga BrBrokers já foi uma das maiores corretoras de imóveis do Brasil e alcançou R$ 2,8 bilhões em valor de mercado após seu IPO em 2008. Então, a mensagem para o mercado é negativa, embora não esperemos grandes efeitos colaterais para o nomes sob nossa cobertura”, avalia.
O BBI ressalta que o negócio de corretagem da Nexpe encolheu significativamente durante a recessão de 2015-2017 e também sofreu durante a pandemia, que desencadeou uma quantidade significativa de contingências trabalhistas (144 ações no 3T22 e 300 no 1T21), consumindo R$ 62 milhões em caixa nos últimos dois trimestres e deixando a empresa com caixa de apenas R$ 30 milhões no 3T22.
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“A notícia da RJ sugere que a tendência de baixa persiste, com o processo judicial visando organizar esses pagamentos e proteger o caixa restante. A Nexpe registrou receita líquida de R$ 91 milhões e Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] negativo de R$ 28 milhões nos primeiros nove meses de 2022 (incluindo R$ 13 milhões em provisões trabalhistas)”, avalia.
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