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SÃO PAULO – É muito comum em períodos de desaceleração econômica e inflação alta presenciar um fenômeno entre as empresas de capital aberto: lucro e rentabilidade em queda. Se isso acontece, a bolsa – naturalmente – convergiria para patamares mais baixos, já que os investidores pagariam menos pelas ações de empresas cujo lucro vem em uma trajetória descendente.
Como esse tem sido o cenário econômico do Brasil nos últimos anos, é válido se os investidores se perguntem se isso ocorreu com o Ibovespa, o benchmark da bolsa aqui no Brasil. Por incrível que pareça, não. Pelo contrário: olhando o preço das ações sobre o lucro estimado para daqui 12 meses, o Ibovespa ainda está em um patamar atraente com as ações sendo negociadas em média 9,3 vezes o seu lucro, mostra um estudo da corretora XP Investimentos. É significativamente abaixo da média dos últimos 7 anos, em 11,8 vezes.
Não quer dizer que o mercado não tenha apostado na queda dos lucros. Em 2012 e 2013, o P/L chegou a bater os 19,0 vezes, embora a bolsa estivesse operando próximo dos 60.000 pontos. Analistas acreditaram que o lucro cairia drasticamente neste período por conta do cenário econômico. Como isso não ocorreu e os resultados superaram as estimativas, os analistas voltaram atrás e retornaram com as estimativas de lucros gordos para os próximos meses.
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Ironicamente, o Ibovespa – aos 48.000 pontos atualmente – está em um mesmo patamar idêntico tanto de P/L estimado quanto em pontuação que agosto de 2011, quando ocorreu o rebaixamento do rating dos Estados Unidos, país este que tem se recuperado signitificamente. Nos últimos 2 anos e meio no Brasil, portanto, temos andado de lado: de lá para cá nada piorou na lucratividade das empresas ou melhorou no cenário econômico nacional.
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