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Os Estados Unidos retornam nesta terça-feira (18) do feriado do Dia dos Presidentes, celebrado sempre na terceira segunda-feira de fevereiro em homenagem a George Washington, o primeiro presidente do país. Todas as atenções estão voltadas para as negociações entre EUA e Rússia para encerrar o conflito na Ucrânia. No campo econômico, investidores aguardam os dados do Índice Empire State de Atividade Industrial.
No Brasil, que também registra uma agenda esvaziada, os investidores estão focados em dados futuros. Ontem, o Ibovespa subiu para a máxima anual, superando os 129 mil pontos, refletindo o otimismo do mercado. Já o dólar, que havia caído mais de 1% na sexta-feira (14), apresentou uma leve alta de 0,29%, fechando a R$ 5,712, ainda influenciado pela cautela.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a agenda do dia às 9h com uma reunião com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 11h, participa da cerimônia de chegada do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Em seguida, às 11h30, tem uma reunião privada com o líder português, seguida de uma reunião de trabalho às 12h, ambas no Palácio do Planalto.
No período da tarde, às 15h30, recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Às 16h, encontra-se com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. À noite, às 19h, Lula participa da cerimônia de entrega do Prêmio Camões de Literatura à escritora Adélia Prado, representada por seu filho, Eugênio Prado, no Palácio Itamaraty. Para encerrar o dia, às 20h, oferece um jantar ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, inicia a agenda do dia participando da primeira sessão da 60ª reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) – Parte I, das 10h às 11h50. No período da tarde, das 12h às 13h30, ele se reúne com Rodrigo Maia, diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), e Isaac Sidney de Menezes, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em seguida, das 14h às 17h, participa da segunda parte da reunião do Comef. À noite, das 18h30 às 19h30, tem encontro com Jhonatan de Jesus, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e Vital do Rêgo Filho, presidente. Todas as reuniões são fechadas à imprensa.
Zona do Euro
7h – Pesquisa ZEW (fevereiro)
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Internacional
Reunião EUA-Rússia
Autoridades dos EUA e da Rússia se reúnem em Riade, Arábia Saudita para o que pode ser a negociação mais significativa até o momento entre os dois antigos rivais da Guerra Fria sobre o fim da guerra na Ucrânia. Espera-se que ambos os lados discutam maneiras de encerrar o conflito e restaurar as relações entre os dois países.
A Ucrânia e os líderes europeus foram excluídos desta fase das negociações. O governo ucraniano afirmou que nenhum acordo de paz pode ser firmado em seu nome.
Demissão
O governo de Donald Trump pediu à Suprema Corte que demita o chefe de uma agência que protege funcionários federais e delatores, segundo uma petição obtida pela AFP. Essa é a primeira vez que Trump recorre ao tribunal máximo para defender suas primeiras medidas. Muitas de suas decisões para reduzir gastos e desmontar agências enfrentam processos e foram bloqueadas. A Casa Branca demitiu Hampton Dellinger, principal advogado do Escritório do Conselho Especial, mas um tribunal ordenou sua reintegração. No sábado, o Tribunal de Apelações rejeitou o pedido do governo para reverter a decisão. No domingo, o recurso à Suprema Corte chamou a ordem de “ataque sem precedentes à separação de poderes”.
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Investigação
A Justiça Federal da Argentina investiga se Javier Milei cometeu crime ao promover a criptomoeda $LIBRA, que colapsou horas após o lançamento. Advogados apresentaram queixa-crime, e a juíza María Servini foi designada para centralizar o caso. A oposição pressiona por impeachment, enquanto Milei nega irregularidades e promete investigação interna. O Observatório de Direito da Cidade acusa o presidente de integrar uma associação criminosa que causou perdas de US$ 4 bilhões. O colapso ocorreu após Milei e aliados divulgarem o ativo, impulsionando seu valor antes do declínio. O presidente da Câmara, Martín Menem, também é citado. O caso gerou instabilidade no mercado financeiro argentino.
Comprar briga
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou líderes europeus na Conferência de Segurança de Munique, questionando se os valores do continente ainda merecem a defesa americana. Ele acusou a Europa de reprimir a liberdade de expressão, ignorar preocupações populistas e falhar no controle da imigração. Em vez de abordar temas como a guerra na Ucrânia, atacou políticas internas do bloco. A União Europeia reagiu, acusando Washington de “comprar briga”. A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, disse que aliados deveriam focar em ameaças reais. Já o ministro alemão da Defesa classificou as falas como “inaceitáveis”. A televisão estatal russa celebrou as declarações, destacando o distanciamento entre EUA e Europa.
Economia
Déficit primário
Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda melhoraram a previsão do déficit primário para 2025, de R$ 84,3 bilhões para R$ 80 bilhões, mas pioraram a de 2026, prevendo déficit de R$ 83,3 bilhões. A projeção para a dívida pública bruta caiu para 80,74% do PIB em 2025, mas subiu para 84,90% em 2026. O mercado segue cético sobre a sustentabilidade fiscal do governo, enquanto o aumento dos juros pelo Banco Central eleva o custo da dívida. O governo busca zerar o déficit em 2024 e alcançar superávit de 0,25% do PIB em 2026, mas as medidas anunciadas geram dúvidas.
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Recorde histórico
Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhões, o maior valor real desde o início da série histórica do Monitor do PIB, apurado pelo Ibre/FGV. O PIB per capita também alcançou R$ 56.796, um recorde histórico. A economia brasileira registrou uma expansão de 3,5% no ano, com destaque para o quarto trimestre, que teve crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2023. Porém, houve desaceleração em comparação com os trimestres anteriores. O consumo das famílias avançou 5,2% em 2024, e a indústria, especialmente o setor de máquinas e equipamentos, cresceu 12%.
Mais intenso
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou que o aperto monetário precisa ser mais intenso devido à alta incerteza econômica. Em evento da Amcham Brasil, ele comentou que o mercado pode ter exagerado no prêmio de risco nos preços dos ativos no fim de 2024. Para David, o BC busca minimizar riscos para alcançar a meta de inflação de 3%, colocando-se em uma posição mais segura diante das incertezas. O BC elevou a Selic para 13,25% em janeiro e sinalizou mais um aumento em março. Sobre o câmbio, David afirmou que a oscilação do final de 2024 foi ligada à incerteza, mas o mercado agora corrigiu essa percepção. Ele também destacou a desigualdade nos juros, apontando que alguns créditos estão distantes da Selic e precisam de ajustes estruturais.
Leilão do BC
O Banco Central informou que vai realizar um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) na terça-feira, das 10h30 às 10h35, com oferta total de US$3,0 bilhões de dólares. A operação tem como objetivo a rolagem de um vencimento previsto para 6 de março deste ano, conforme comunicado do BC.
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Crédito
Pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que a carteira de crédito no país deverá crescer 8,5% em 2025. Em dezembro passado, a expectativa da entidade era de um crescimento de 9% do crédito no ano corrente. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (17). Em 2024, o crescimento do crédito foi de 10,9%, segundo o Banco Central.
Política
Sem desaforo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a postura dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, afirmando que o país rompeu com a tradição de defender o livre comércio e a democracia. Lula questionou a inconsistência entre o livre trânsito de capital e as ameaças frequentes no cenário internacional, destacando que o Brasil não aceitará imposições externas, sobretudo os desaforos de Trump. O presidente também criticou o abandono dos princípios do Consenso de Washington, enfatizando a transição de uma política de abertura de mercados para um cenário mais protecionista. Sua fala ocorreu em meio a tensões comerciais globais e mudanças na política externa americana.
População assaltada
Lula criticou a atuação dos intermediários na cadeia de distribuição de combustíveis, afirmando que a população é “assaltada” pelos altos preços cobrados na bomba. Lula explicou que a gasolina e o diesel são vendidos a preços bem abaixo do que os consumidores pagam, com a diferença sendo atribuída ao aumento de impostos estaduais e à margem dos intermediários. O presidente também afirmou que a Petrobras deveria vender diretamente aos grandes consumidores para evitar esses custos adicionais. Além disso, Lula defendeu a importância de defender a Petrobras de tentativas de privatização e reafirmou seu apoio à política de conteúdo nacional.
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Isolado
Uma carta escrita pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, revelou preocupações sobre o atual momento político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, Kakay descreve uma mudança no comportamento de Lula em seu terceiro mandato, destacando seu isolamento e dificuldade em se comunicar com interlocutores próximos. O advogado também apontou que a reeleição de Lula em 2026 está em risco, dado o cenário político atual e a queda de popularidade, conforme mostram pesquisas recentes. Kakay ainda mencionou a necessidade de uma direita mais moderada para afastar o fascismo, sugerindo que o sucessor de Lula é uma questão central para o futuro político do país.
Comissões
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, recebe os líderes partidários nesta terça-feira (18) para definir a pauta de votações do Plenário e discutir a instalação das comissões permanentes. O encontro está marcado para as 14h na Residência Oficial, em Brasília. As informações são da Agência Senado.
A expectativa é de que as 16 comissões da Casa sejam instaladas na manhã da próxima quarta-feira (19). Na ocasião, os colegiados permanentes devem eleger seus presidentes e vice-presidentes.
Ainda na quarta-feira, o Plenário deve ter sessão deliberativa presencial. Segundo a Presidência do Senado, a sessão está marcada para 16h.
Pente-fino
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, sugeriu uma compensação fiscal para a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), defendendo um “pente-fino” no programa Bolsa Família. O governo propõe a isenção para rendimentos de até R$ 5 mil, enquanto a oposição quer o teto elevado para R$ 10 mil, com um impacto de R$ 35 bilhões na arrecadação. Cavalcante questiona a alta quantidade de beneficiários do Bolsa Família, sugerindo que há fraudes, e acredita que uma revisão no programa e cortes em ministérios poderiam financiar a isenção fiscal. O governo já começou a revisar o cadastro do programa, excluindo 1,1 milhão de beneficiários, mas o debate sobre a isenção fiscal e suas compensações deve intensificar-se no Congresso.
Voto distritral misto
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Roberto Barroso, defendeu nesta segunda-feira (17) a adoção do voto distrital misto nas eleições proporcionais. Segundo ele, esse modelo permitiria que o eleitor soubesse exatamente quem o representa e ajudaria a reduzir a distância entre a política e a sociedade.
Jantar
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, deve realizar na próxima quarta-feira (19) um jantar em sua residência com todos os outros ministros da Corte e o presidente Lula (PT), segundo reportagem da Folha de S. Paulo. O encontro acontece na semana em que se espera a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no âmbito das investigações de tentativa de golpe de Estado.
Corporativo
Petrobras (PETR4)
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, defendeu a pesquisa e exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, destacando sua importância para a reposição de reservas e o aumento da produção até 2030. Ela assegurou que a Petrobras tomará todas as medidas de segurança necessárias, caso a licença ambiental seja concedida. O presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apoiaram a iniciativa, ressaltando a importância do desenvolvimento sustentável para o Brasil. Silveira criticou o Ibama pela demora na liberação da licença, apontando o impacto positivo da exploração para a economia e a arrecadação de recursos.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)