Navegar esse ano vai exigir uma dose de cautela adicional, diz head da Itaú Asset

Fayga Delbem, no entanto, vê a indústria de fundos de crédito privado bastante amadurecida; Itaú Asset é a maior do segmento no país

Augusto Diniz

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Fayga Delbem, head de crédito core da Itaú Asset, avalia que 2025 não será igual a 2024, que foi um bom ano para a indústria de fundos de crédito privado.

“2025 tem desafios importantes. Navegar esse ano vai exigir uma dose de cautela adicional para o gestor”, diz ela, que participou do episódio 269 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter. A Itaú Asset é a maior gestora de crédito do Brasil, com portfólio de cerca de R$ 450 bilhões.

Oportunidades

Segundo Fayga, apesar da “assimetria de cenários”, que faz com que o gestor tenha cuidado adicional, há oportunidades também no crédito privado.

 “O crédito evoluiu numa maturidade que deve estar de forma definitiva compondo o portfólio dos investidores. Ele tem o benefício de uma menor correlação com outras classes de ativos”, afirma.

“Quando a gente olha informação de portfólio para um ano de alta volatilidade como a gente espera, é superimportante ter diferentes classes dentro de um portfólio como um todo. Talvez não seja a hora do investidor estar alocado apenas em crédito privado. Acho importante o investidor ter um portfólio pulverizado”, pontua.

Renda fixa

Para Fayga, a renda fixa com a taxa de juros alta está superatrativa. “Diversificar é importante. Acho que a gente tem na indústria opções democráticas de investimento, inclusive lá fora”, diz.

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“Olharia não só o portfólio Brasil, mas um portfólio global. Mas o crédito conquistou seu espaço de forma perene. Lembrando que 2025 é um ano com mais volatilidade, isso não quer dizer que não gere oportunidade”, ressalta.

A crise da indústria de crédito em 2023, por conta do pedido de recuperação judicial da Americanas (AMER3) e Light (LIGT3), mostrou a importância da pulverização no segmento, segundo ela.

“A gente tinha produtos expostos às companhias que tiveram desafios importantes em 2023. No mercado, existiam produtos que tinham 5% a 7% dessas companhias (no fundo de crédito privado). Isso destrói de forma estrutural aquele produto”, explica. Para a gestora, a indústria aprendeu com o ocorrido há dois anos.