Natura&Co (NTCO3): os sinais que a companhia deu para o mercado com a mudança do CEO da The Body Shop

Maior queda do Ibovespa em abril, grupo de cosméticos busca mudanças nas operações remanescentes após venda da Aesop

Equipe InfoMoney

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Empresa cuja ação registra a maior queda do Ibovespa em abril, com baixa de cerca de 20%, a Natura&Co (NTCO3) anunciou nesta quarta-feira (19) a saída do presidente-executivo da marca The Body Shop (TBS), David Philip Boynton, a partir da sexta-feira e a nomeação interina de Ian Bickley, para o posto.

Bickley é atualmente membro independente do conselho de administração da Natura.

“Ian irá trabalhar em estreita colaboração com a equipe de liderança executiva da The Body Shop para refinar o plano de negócios atual e a agenda de transformação da unidade, bem como acelerar a estratégia que busca recuperação de rentabilidade e conversão de caixa, assim como o retorno de uma receita sustentável”, afirmou a Natura.

O executivo vai trabalhar ainda na busca de um sucessor permanente, afirmou a Natura, sem citar prazos.

“A ampla experiência e os ‘insights’ de Ian são de extrema importância para moldar o novo ciclo da The Body Shop”, afirmou a Natura.

A mudança acontece em um contexto em que a recente venda da Aesop para a L’Oreal foi vista como positiva para a redução da alavancagem, mas que evidenciou o desafio nas operações que permanecem dentro do grupo.

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“Em poucas palavras, as mudanças na liderança do TBS não vêm como uma surpresa depois de mostrar uma deterioração significativa dos resultados operacionais nos últimos ano, enquanto que, mais recentemente, houve uma mudança estratégica de expansão/crescimento para sustentabilidade das vendas e geração de fluxo de caixa”, avalia o JPMorgan.

Boynton foi contratado em 2017, logo após a aquisição da TBS pela Natura&Co da L’Oreal, com o mandato de continuar com crescimento e expansão em meio à ótica da gestão anterior. Porém, os analistas veem essa estratégia como longe da ideal, dado o perfil da empresa de um mercado maduro.

Em um olhar mais amplo, antes da saída do CEO, o diretor global de varejo da TBS deixou a empresa em dezembro, enquanto o CFO da divisão foi trocado um mês antes.

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” No geral, embora acreditemos que as mudanças no TBS provavelmente sejam necessárias, dado o novo foco e prioridades, a alta concentração delas em um curto período de tempo não é ideal, particularmente no contexto mais amplo do alto nível de ruído nas ações e discussões sobre o turnaround da Avon e melhores plano para a TBS após a venda da Aesop pela Natura&Co, operação que consideramos transformador para o case”, avalia o JPMorgan, que tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para as ações.

Contudo, cabe destacar que analistas de mercado seguem bastante divididos com a ação. De acordo com compilação da Refinitiv, de 14 casas que cobrem as ações NTCO3, seis têm recomendação de compra e oito têm recomendação neutra, com preço-alvo médio de R$ 16,59.

Nesta semana, o Goldman Sachs reforçou recomendação neutra para o ativo, pois busca sinais de uma recuperação bem-sucedida na lucratividade, mas também uma melhor visibilidade no futuro para o crescimento orgânico da Avon LatAm, TBS e Avon International.

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(com Reuters)