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A Natura (NTCO3) anunciou na quarta-feira (4) que o tribunal que supervisiona os procedimentos de falência Chapter 11 nos EUA — semelhante à recuperação judicial no Brasil — da Avon Products Inc. (API), subsidiária da companhia, aprovou um acordo global entre a Natura e o Comitê Oficial de Credores Quirografários dos Devedores da Avon e a venda das operações da Avon fora dos EUA para a empresa por meio de uma oferta de crédito de US$ 125 milhões. Com isso, a varejista afirmou que vai retomar estudos sobre “alternativas estratégicas” para Avon.
O Bradesco BBI avalia que a decisão reduziu ainda mais o risco da tese, limitando os passivos relacionados aos credores da Avon e permitindo a companhia avançar com seus esforços de simplificação corporativa.
Segundo BBI, as principais áreas de foco agora incluem (i) a próxima rodada de simplificação corporativa com uma potencial venda, cisão ou parcerias para a Avon International, (ii) conclusão da integração da Avon na América Latina e (iii) normalização dos fundamentos da Natura&Co pós-simplificação corporativa.
Sendo assim, o BBI reiterou sua perspectiva positiva sobre o valor potencial que a Natura&Co pode gerar a partir dessas iniciativas estratégicas e, como resultado, manteve classificação equivalente à compra com um preço-alvo de R$ 20 ao final de 2025.
Com a conclusão do processo, a XP Investimentos comenta que a Natura “deve contar não apenas com um P&L mais leve, mas também com um modelo de negócios muito mais limpo”.
Além disso, analistas permanecem otimistas com a implementação da Onda 2 e o aumento dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), o que deve suportar resultados sólidos na varejista na América Latina.
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O time de análise vê o valuation da Natura como atrativo, com um múltiplo de 12,5 vezes Preço/Lucro para 2025 e um rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) de aproximadamente 9%, enquanto enxerga espaço para um pagamento extraordinário de dividendos em 2025.
Na avaliação do Itaú BBA, o desafio agora é encontrar uma solução estratégica para a Avon Internacional, pois está muito claro que o foco da administração está na operação da Améria Latina.
Segundo BBA, a reconsolidação da API enfraquece (ou atrasa) um pouco a tese daqueles que estavam contando com uma “vida após o Capítulo 11” que seria 100% centrada nos mercados latinos.
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Os negócios da América Latina continuam sólidos, na visão do BBA, com forte geração de caixa, embora a queima de caixa da API (estima da em US$ 120 milhões por ano nas margens EBITDA atuais) deva continuar sendo um obstáculo por algum tempo até que uma solução estratégica seja encontrada — esse seria o próximo gatilho importante para as ações.