Natura despenca após confirmar conversa com Avon; Petrobras cai 5% e Suzano é a única alta do Ibovespa

Confira os principais destaques corporativos desta sexta-feira (22)

Mariana Zonta d'Ávila

(Mariana Zonta)
(Mariana Zonta)

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SÃO PAULO – Refletindo o noticiário negativo sobre a reforma da Previdência com a prisão do ex-presidente Michel Temer e a insatisfação de Rodrigo Maia com o governo, o Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira (22) em queda.

Enquanto Bradesco (BBDC3), Santander (SANB3) e Itaú (ITUB4) e estatais caíram forte – incluindo Banco do Brasil (BBAS3) – refletindo o humor azedo do mercado e a ameaça do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de deixar a articulação política da Previdência, exportadoras como Suzano (SUZB3), por exemplo, subiram influenciadas pela alta do dólar. Os papéis de SUZB3 foram inclusive os únicos do Ibovespa que fecharam em alta.

Seguindo as baixas de ontem, caem forte as ações de B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4), influenciadas pela divulgação de fracos resultados no 4º trimestre de 2018.

Outra empresa que despencou na bolsa nesta sexta-feira foi Natura (NATU3), que confirmou estar em conversas para comprar a Avon e levantou preocupações acerca de sua alavancagem; uma espécie de “déjà vu” do que aconteceu durante a compra da The Body Shop em setembro de 2017.

Confira esses e mais destaques abaixo:

Vale (VALE3)

A agência de rating S&P retirou a nota da Vale de observação para possível rebaixamento e reafirmou o rating “BBB-“, com perspectiva negativa. Ao mesmo tempo, a S&P rebaixou o rating do perfil de crédito individual (SACP) de “bbb” para “bbb-“.

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Segundo a agência, a Vale tem sido proativa no reparo aos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG), mas os episódios de Brumadinho e Mariana colocam em dúvida a habilidade da mineradora em “compreender, mapear, controlar e mitigar riscos em barragens”.

Já a perspectiva negativa para o rating deve-se às incertezas sobre o montante de multas e indenizações que a Vale terá que pagar, e como isso vai impactar as métricas financeiras e a liquidez da companhia, além da reputação.

Ainda no noticiário da mineradora, a Justiça determinou que a empresa suspenda todas as atividades vinculadas à barragem de Dique III, em Nova Lima, em Minas Gerais. De acordo com a decisão, além da barragem a empresa deve interromper as operações de usinas, cavas e transportes associadas a essa estrutura, que faz parte do Complexo de Vargem Grande, até que seja comprovada a estabilidade da barragem e neutralizados todos os riscos humanos, ambientais e socioambientais.

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Também entre os destaques, a Vale recebeu da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais (Semad) a autorização provisória para operar a barragem de Laranjeiras, o que possibilitará o retorno das operações na mina de Brucutu em até 72 horas.

Natura (NATU3)

Diretores da Avon Products estão discutindo a venda da empresa para a Natura, informou o jornal Wall Street Journal. Segundo uma pessoa não identificada familiarizada com o assunto, a Natura compraria as operações da Avon na América do Norte, bem como a companhia de capital aberto. As conversas estão em estágios iniciais. Com a notícia, os papéis da Avon chegaram a subir 8% no pré-market da Nasdaq.

Em relatório, os analistas dos JP Morgan levantam a questão de que o foco da Natura deveria estar na desalavancagem no curto e médio prazos, mas ao comprar a Avon, estaria comprando também uma empresa que “enfrenta desafios de crescimento e lucratividade nos EUA e internacionalmente”.

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Eletrobras (ELET3; ELET6)

Por conta da prisão do ex-presidente Michel Temer em decorrência de suposto recebimento de propinas na construção de Angra 3, a Eletrobras disse que os contratos relacionados à construção da usina de Angra 3 foram objeto de análise no curso da investigação independente conduzida pela própria empresa, desde o início de 2015 até o final de 2018.

“Todos os atos ilícitos referentes a Angra 3 identificados na investigação foram objeto das medidas administrativas cabíveis, como encerramento de contratos e exoneração de executivos envolvidos, bem como foi efetuado o registro de perdas na ordem de R$ 141,3 milhões, disse Eletrobras.

A estatal informou que está acompanhando as ações da Operação Lava Jato para avaliar se deve adotar alguma medida adicional, visando o ressarcimento de perdas.

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Burger King (BKBR3)

O Burger King informou que o procedimento de bookbuilding da oferta secundária de 33,4 milhões de ações ordinárias definiu o preço por ação em R$ 21,41. O início da negociação das ações na B3 será em 25 de março e a liquidação será em 27 de março.

Renova (RNEW3); AES Tietê (TIET11)

O conselho de administração da Renova aceitou a nova proposta vinculante apresentada pela AES Tietê para comprar o Complexo Eólico Alto Sertão III. Em fato relevante, a companhia informou que a operação está sujeita à negociação dos documentos definitivos, que deverão contemplar o cumprimento de condições precedente e a obtenção das aprovações necessárias para a conclusão.

Hypera (HYPE3)

O conselho de administração da Hypera propôs a eleição de Alvaro Stainfeld Link para o cargo de presidente do Conselho, substituindo Luiz Eduardo Violland, que focará em projetos pessoais. Também foi proposta a eleição de Flair José Carvalho para compor o Conselho como membro independente. Além disso, Hugo Barreto Sodré Leal foi indicado como membro do conselho de administração da companhia.

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Petrobras (PETR3; PETR4)

A Petrobras caiu cerca de 5% em um dia de aversão ao mercado e de queda de cerca de 1% do petróleo. 

No radar da estatal, a empresa conseguiu reverter a liminar que suspendia a hibernação da fábrica de fertilizantes na Bahia (Fafen-BA). Com isso, a estatal seguirá com o processo licitatório para a venda da unidade, junto com a fábrica em Sergipe (Fafen-SE).

A estatal já tinha começado o processo de venda da fábrica, mas precisou interromper no ano passado após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski proibir a alienação do controle de estatais e suas subsidiárias sem o aval do Congresso.

CCR (CCRO3)

A CRR registrou entre outubro e dezembro de 2018 seu primeiro prejuízo trimestral, no montante de R$ 307,1 milhões. No mesmo período do ano anterior, a companhia havia registrado um lucro de R$ 329,1 milhões. A receita líquida ajustada ficou em R$ 2,08 bilhões (+3,1%) e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) somou R$ 561,7 milhões, queda de 54,9%.

Cyrela (CYRE3)

A construtora Cyrela fechou o 4º trimestre de 2018 com lucro líquido de R$ 116 milhões, uma alta de 138% ante os R$ 49 milhões apresentados um ano antes. No acumulado de 2018, por sua vez, a companhia viu seu prejuízo reduzir de R$ 95 milhões para R$ 84 milhões.

Já a receita líquida da construtora subiu 64,6%, passando de R$ 809 milhões para R$ 1,331 bilhão entre outubro e dezembro do ano passado. No acumulado de 2018, a receita da empresa ficou em R$ 3,146 bilhões, uma alta de 20% ante os R$ 2,619 bilhões do ano anterior.

Tecnisa (TCSA3)

A Tecnisa reduziu seu prejuízo líquido em 63,4%, para R$ 64,2 milhões, no último trimestre de 2018. A receita totalizou R$ 77,1 milhões (+26,2%) e o resultado bruto ficou positivo em R$ 2,5 milhões (antes negativo em R$ 28,9 milhões). A margem bruta, por sua vez, passou de 47,2% negativos para 3,2%.

Eztec (EZTC3)

A Eztec apurou um lucro líquido de R$ 43,5 milhões (alta de 72%) entre outubro e dezembro de 2018. A receita líquida aumentou 69%, para R$ 144,5 milhões, e a margem bruta passou de 28,9% para 37,6%. O resultado financeiro líquido ficou em R$ 30,7 milhões (+20,7%) e geração de caixa totalizou R$ 66,7 milhões.

Terra Santa (TESA3)

A produtora de grãos e fibras apurou um lucro líquido de R$ 10,8 milhões no 4º trimestre do ano passado, queda de 60% na comparação anual. A receita líquida totalizou R$ 288,2 milhões (+33%) e o Ebitda somou R$ 8,4 milhões (-79,3%). No período, a companhia teve um prejuízo operacional de R$ 332 mil, contra um lucro operacional de R$ 33,3 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.

Omega Geração (OMGE3)

A Omega Geração registrou no último trimestre de 2018, um lucro líquido de R$ 59 milhões (-49%). A receita líquida da companhia também caiu, totalizando R$ 206,5 milhões (-20%). Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 153 milhões (+31%), com margem ajustada de 88%. 

Profarma (PFRM3)

A Profarma reverteu um prejuízo líquido de R$ 25,5 milhões no 4º trimestre de 2017 para um lucro líquido de R$ 2,2 milhões no mesmo período de 2018. A receita líquida da companhia totalizou R$ 1,18 bilhões no período, enquanto o Ebitda somou R$ 33,8 milhões, com margem de 2,9%. Em 2018, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 9,7 milhões.

Grupo Biotoscana (GBIO33)

A Biotoscana registrou uma receita líquida de R$ 235,5 milhões entre outubro e dezembro de 2018 (-3,7%). No período, o lucro líquido ajustado totalizou R$ 18,3 milhões (-50,5%) e o Ebitda ajustado somou R$ 46,8 milhões, com margem de 19,9%.

Com Agência Estado

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