“Não vemos impacto significativo da fusão entre Carrefour e BIG para o nosso negócio”, diz CEO do Assaí

Belmiro Gomes e a CFO Daniella Sabbag participaram de live do InfoMoney e falaram sobre abertura de lojas, e-commerce, ESG e alavancagem herdada do GPA

Anderson Figo

Publicidade

SÃO PAULO — Fruto de uma cisão recente do GPA (PCAR3), o gigante do atacarejo Assaí (ASAI3) está otimista com 2021, apesar da pandemia de coronavírus. A rede já tem 184 lojas espalhadas pelo país e planeja abrir de 25 a 28 outras unidades ainda este ano.

Segundo o CEO da companhia, Belmiro Gomes, é esperada para 2021 uma retomada da demanda vinda de pequenos e médios comércios que se abasteciam através do Assaí e que tinham ficado fechados ou sem reposição em 2020 por causa das restrições de circulação de pessoas, que por sua vez afetaram as vendas.

Leia também: 

Continua depois da publicidade

“São cerca de 1,8 milhão de pequenos e médios comerciantes que fazem reposição de seus estoques comprando em nossas lojas”, disse o executivo em live do InfoMoney na sexta-feira (26). “Por outro lado, vimos um aumento considerável de pessoas físicas em nossas unidades, já que o atacarejo é conhecido por ter preços mais baixos”, completou.

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Apenas no ano passado, em plena pandemia de Covid, o Assaí conseguiu inaugurar 19 novas lojas — e as movimentações da concorrência não assustam a companhia. Nesta semana, o rival Carrefour anunciou a compra da rede BIG por R$ 7,5 bilhões.

Continua depois da publicidade

“O que a gente imagina é que algumas lojas devem ser transformadas em Atacadão [braço de atacarejo do Grupo Carrefour], mas lojas que já existem, e em muitas delas já estamos próximos, então não vemos um impacto significativo dessa fusão sobre nosso negócio”, avaliou Gomes.

O CEO destacou que o Assaí está entre as 15 maiores companhias brasileiras por faturamento bruto anual e entre as 10 maiores em números de funcionários: “ficamos tão grandes que já éramos maiores que o GPA, por isso nosso controlador, Casino, resolveu pela cisão”, explicou.

Ele comentou ainda que, além da expansão de lojas, a rede também deve investir em tecnologia — o que inclui um possível e-commerce para que pequenos e médios comércios possam reabastecer seus toques, descartando uma iniciativa do tipo, por ora, para o consumidor final, pessoa física. “A operação de delivery de alimentos é muito complexa”, disse.

Continua depois da publicidade

Daniella Sabbag, CFO do Assaí, destacou as iniciativas ESG da marca — entre elas os painéis de energia fotovoltaica nas lojas e os cargos de liderança para mulheres na hierarquia da companhia. A executiva também falou sobre remuneração aos acionistas.

“Temos a política de pagamento de 25% do lucro em dividendos. A medida que a gente vai desalavancando a companhia, e com a nossa forte geração de caixa isso deve acontecer rapidamente, aí teríamos espaço para aumentar. Mas não é uma discussão que está na mesa hoje”, afirmou.

O endividamento da empresa é herança da cisão do GPA. “Quando o GPA adquiriu o grupo Éxito, ele ficou bastante alavancado. Na cisão, metade veio para nós e metade ficou com eles”, explicou Gomes. Os executivos falaram ainda sobre gestão de estoques da marca e como ela foi alterada por causa da demanda na pandemia. Assista à live completa acima.

Inscreva-se no minicurso de Day Trade gratuito que ensina a operar menos de 30 minutos por dia

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.