Publicidade
A gestora brasileira Hashdex, dona de diversos fundos de índice (ETF) listados na B3 que investem em criptos, como o HASH11, esclareceu que não tem exposição às empresas de Sam Bankman-Fried, que protagonizam grande crise no setor nesta semana.
“Temos um processo bem rígido de escolha de custodiantes, não temos nenhum produto da casa, de gestão passiva ou ativa, com exposição ao token da FTX, o FTT. Também não negociamos com a FTX, nem fazemos nenhuma transação com a Alameda Research”, afirmou Pedro Lapenta, head de research da empresa, em conferência com investidores na tarde desta quarta-feira (9).
Lapenta ressaltou que a Hashdex não faz custódia de ativos e que, portanto, não tem as chaves privadas (senhas que dão posse às criptos). “Temos custodiantes regulados, profissionais, que detêm as chaves privadas, com multi-assinatura e processos testados há bastante tempo. Não temos nenhum ativo digital conosco”, afirmou.
A gestora, no entanto, tem alocação em Solana (SOL), ativo muito ligado à FTX e que registra queda de mais de 50% nos últimos três dias. Dos produtos da casa ofertados no Brasil, apenas o ETF WEB311, focado em plataformas de contratos inteligentes (smart contracts), tem exposição ao ativo.
Para Lapenta, a situação da Solana é distinta porque a blockchain segue funcionando normalmente, apesar da SOL passar por forte pressão de venda pelo receio de investidores de que a FTX, que tem muitos tokens, tenha que liquidar seus ativos para fazer frente às dívidas.
A Hashdex compara o caso FTX ao da Celsius, plataforma de empréstimos que entrou com pedido de recuperação judicial em meados de julho, após ter registrado prejuízo com posições alavancadas utilizando recursos de clientes, após o colapso do projeto Terra (LUNA) dois meses antes.
Continua depois da publicidade
Segundo o head de research da gestora, embora as notícias desta semana sejam ruins, considera a volatilidade natural para um mercado que é conhecido por ter crescimento exponencial. Ele destacou que o problema atual tem origem em instituições centralizadas, e que é um bom sinal de que não se trata de uma crise no mundo das finanças descentralizadas (DeFi).
“A tese não muda. Nos preocuparíamos mais se fosse um problema num protocolo grande, como Compound (COMP)”, falou.