‘Não se espera mudança nos dividendos da Petrobras no curto prazo’, diz analista

Além disso, os planos de investimentos também não devem ser atingidos, no momento

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O anúncio da saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4) e a nomeação pelo governo de Magda Chambriard para seu lugar ainda irá gerar muito debate, mas mudanças na prática podem não ser sentidas em um primeiro momento.

Helena Kelm, analista de óleo, gás e petroquímicos da XP, participou nesta quarta-feira (15) do Morning Call da XP, e disse que, “embora tenha tido muitas notícias de que o Prates estava sofrendo pressão para sua substituição, a gente ainda via essa mudança como não esperada”.

Petrobras (PETR4): Mais desconfiança

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Para Kelm, a notícia adiciona mais desconfiança na Petrobras. “A gente reconhece que essa mudança gera incertezas e uma percepção de risco da tese (de investimentos)”, disse.

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O centro da demissão de Prates estaria no descontentamento do governo com a relativa independência da Petrobras. A analista avalia que esse contexto, no entanto, suscita percepção de risco de interferência do acionista majoritário na gestão da empresa.

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“Isso acaba contribuindo para preocupações dos investidores minoritários, principalmente nos temas como distribuição de dividendos, política de preços e o plano de investimentos”, ressaltou.

Sem mudanças, por ora

“Por enquanto, a gente não espera mudança significativa nos dividendos, bem como nos planos de investimentos no curto prazo”, complementou.

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Sobre a nova CEO, Magda Chambriard, a analista comentou que ela tem bastante familiaridade com a Petrobras (trabalhou de 1980 a 2002 na estatal), mas destacou que a executiva vai se deparar com um cenário diferente na empresa.

Empresa sólida

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“É um contexto desafiador com significativas pressões externas, mas por outro lado ela vai encontrar uma empresa com forte geração de caixa, balanço patrimonial desalavancado, com portfólio de investimento bastante sólido e bem estruturado”, comentou Kelm.

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A analista avalia que o governo deve adotar o caminho mais rápido para Chambriard assumir o cargo, que seria a renúncia de um dos membros do conselho atual, para que o novo nomeado possa ser designado como substituto e subsequentemente eleito CEO.