Não é só inflação nos EUA que estressa mercado, mas alta de commodities, diz analista

A expectativa maior fica então para as reuniões de setembro (dia 18) e dezembro (também dia 18) como grandes apostas para que haja o primeiro corte de juros nos Estados Unidos

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos foram considerados os grandes responsáveis pelas turbulências no mercado global na semana passada. 

“A gente teve uma surpresa do lado da inflação ao consumidor, principalmente na componente de serviços, que vem sendo não só resistente, mas mostrando certa aceleração (nos EUA)”, disse Rodrigo Sgavioli, head de alocação no research da XP, durante o Morning Call da XP nesta quarta (24).

O analista cita os serviços médicos e hospitalares, além de transportes como alguns dos grandes vilões da inflação norte-americana no momento.

“O mercado estressou com o CPI (de março). E esse talvez não seja o único risco que o mercado começou a precificar. As commodities, que tinham dado um alívio, no começo de 2024 essa tendência se inverteu”, afirmou no programa.

Alimentos e bens industriais pressionam

Segundo ele, a parte de commodities, principalmente de alimentos e para bens industriais, pressiona também a inflação com aumento de preços. A geopolítica global bastante complicada e a política fiscal expansionista também são outros pontos de preocupação apontados pelo especialista.

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“O primeiro corte de juros nos EUA, que era bastante aguardado no primeiro semestre, vai ficando para o segundo semestre. E mais do que isso, ele vai ficando mais para o final do ano”, afirmou Sgavioli.

Eleições nos EUA

Para o head, a expectativa maior fica então para as reuniões de setembro (dia 18) e dezembro (também dia 18) como grandes apostas para que haja o primeiro corte de juros nos Estados Unidos.

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Ressalta-se que a previsão de corte na reunião de dia 7 de novembro, por conta das eleições presidenciais nos EUA, que acontecem dois antes, é ainda bastante incerta.

O analista aponta que a postergação de países como EUA no afrouxamento monetário dá um componente de maior risco às carteiras – e indica que a estratégia de mudar de risco passa pelo equilíbrio melhor do indexador vinculado à renda.

“A gente está mais otimista com IPCA+ e os fundos (atrelados) à inflação. Então, o indexador de renda fixa mais inflação é o indexador que a gente tem uma visão positiva, ainda mais nesse ambiente global”, ressalta.

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Desaceleração no varejo de alta renda

Gustavo Senday, analista de varejo no research da XP, que também participou do Morning Call da XP, disse que espera uma temporada de resultados do 1T24 de média para fraca no setor.

Segundo ele há alguns fatores que impactaram todas as empresas do varejo, principalmente ligados aos impostos, como aumento de alíquota de ICMS em vários estados nesse começo de ano e a cobrança de Pis-Cofins sobre subvenções de investimentos.

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Soma-se a isso a questão da sazonalidade. Para Senday, a Páscoa no mês de março impactou algumas empresas de varejo, embora tenha ajudado o segmento de supermercados.

O analista ressaltou que estima resultado fraco no varejo de alta renda, quando vinha sendo destaque nos últimos tempos no mercado. “Espera-se uma desaceleração forte”, destacou.