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Com mais um trimestre de queima de caixa, a MRV (MRVE3) já descarta a estimativa anunciada no início do ano para a linha. Rafael Menin, CEO da companhia, destaca, no entanto, a melhora do item no 3T23 e aponta um promissor 4º trimestre.
“Tenho a ressaltar que depois de muitos trimestres com a geração de caixa negativa e alguns trimestres com uma geração de caixa muito negativa, neste trimestre a gente se aproximou da queima de caixa neutra”, comentou o executivo a analistas.
Menin disse o terceiro trimestre foi forte, com vendas de R$ 2,2 bilhões, “fruto de um produto acertado, uma estratégia de precificação adequada, praças ou cidades com uma boa força comercial”.
Ele crê que a trajetória de preço e volume tem se concretizado trimestre a trimestre. “A gente espera um 4T23 bem melhor do que os trimestres anteriores e voltaremos a ser uma empresa geradora de caixa”, disse.
No terceiro trimestre, a MRV registrou prejuízo de R$ 136 milhões, revertendo lucro de R$ 2 milhões de igual período do ano passado. Por volta das 17h15, as ações da companhia sobem 3%, cotadas a R$ 9,57.
MRV (MRVE3): Projeto interno de metas
O CEO afirmou que a MRV trabalha com programa interno chamado 403515. “O projeto é fazer 40 mil unidades por ano, com margem bruta de 35% e lucro líquido de 15%”, explicou.
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“E também a geração de caixa andando pari passu com o lucro líquido da companhia. Ao atingir esses números a MRV entregará os melhores resultados de sua história”, afirmou.
Sobre a subsidiária Resia, principal motivo da alta queima de caixa dos últimos tempos, Rafael Menin disse que a MRV continua convicto que os mercados escolhidos para atuação nos Estados Unidos (Miami, Atlanta, Houston e Dallas) são os mais promissores de lá.
“O produto Resia é extremamente padronizado. O que a gente faz nessas quatro cidades é exatamente a mesma coisa. É a empresa mais industrial dentre as empresas que concorrem nesse mercado”, disse.
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“A gente continua muito convicto na tese Resia e, obviamente, sabendo que o momento atual é sui generis no que diz respeito a taxa de juros. Ninguém esperava que os juros americanos fossem chegar ao patamar atual”, ressaltou.
No entanto, ele crê no arrefecimento da inflação nos Estados Unidos, o que provocará queda de juros, levando a normalização da situação por lá.
Para evitar queima de caixa
Para evitar mais queima de caixa pela subsidiária Resia, a empresa criou “Regra de Ouro da Resia para 2024”, que será operar com queima de caixa zero.
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“Reenfatizamos aqui que todos os empreendimentos em construção já têm funding 100% endereçados e com prazos alongados de vencimento. Adicionalmente, continuaremos com nossa estratégia, já adotada há alguns trimestres, de apenas iniciar obras de empreendimentos que contém com todo o funding necessário endereçado por compromissos firmes”, relatou a empresa sobre a estratégia no release do 3T23.
O guidance de geração de caixa da MRV não será alcançado esse ano, adiantou Menin. O executivo comentou que a linha ficará cerca de R$ 300 milhões atrás do guidance, considerando o piso inferior da previsão.
Não cumprimento de geração de caixa
“O 4T23 vai ser melhor que o 3T23. Mas acho difícil que a gente chegue no piso do guidance. Basicamente, tem dois fatores que atrapalharam em relação ao começo do ano”, afirmou.
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Primeiro foi terreno, segundo ele. “A gente vai gastar por volta de R$ 100 milhões a mais com terreno”, disse.
“Segundo ponto, é que teve um desempenho muito bom em lançamentos, mas o reconhecimento da receita e do recebimento dele acontece na magnitude menor do que um produto que está com POC (percentual de obra concluída) mais elevado”, explicou.
Sem cavalo de pau na Caixa
Sobre as mudanças na Caixa Econômica Federal, operadora financeira do Minha Casa Minha Vida, programa que a MRV tem grande participação, Menin disse que não crê que a nova direção “não vai dar cavalo de pau”.
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O CEO diz que há uma conversa positiva dos entes privados com o governo sobre o andamento do programa Minha Casa Minha Vida.