MRV (MRVE3), Cury (CURY3) e Mitre (MTRE3) divulgam prévias do 2T24; qual foi melhor?

Construtoras divulgaram dados operacionais do segundo trimestre de 2024 na noite da última quarta-feira (10).

Felipe Moreira

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As construtoras MRV (MRVE3), Cury (CURY3) e Mitre (MTRE3) divulgaram dados operacionais do segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite da última quarta-feira (10). Na B3, no início da tarde de quinta-feira (11), as ações MRVE3 subiam cerca de 2%, MTRE3 saltava 6% e CURY3 caía cerca de 1%.

De forma geral, o Bradesco BBI vê o números da MRV como marginalmente positivos para a tese, com destaque para MRV Brasil, que registrou fortes números operacionais, com lançamentos crescendo anualmente 75% e vendas recordes de R$ 2,5 bilhões durante o trimestre (R$ 1 bilhão apenas em junho), o que levou a um crescimento anual geral de 14% nas vendas.

Além disso, a margem bruta de novas vendas atingiu 34% no 2T24 e o BBI vê tendências positivas com a redução dos recebíveis para 12,6% (redução de 7 pontos percentuais, ou pp, em base anual). Por sua vez, a geração de caixa no Brasil apresentou algumas tendências positivas (reduzindo a dependência das vendas de recebíveis), embora a geração de valor ainda dependa de melhorias significativas nos próximos trimestres.

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Por outro lado, o BBI destaca que a Resia continua enfrentando um cenário desafiador nos EUA. Embora o valuation pareça atraente em 0,6 vez o Preço/Valor Patrimonial e 4,8 vezes o múltiplo Preço/Lucro esperado para 2024, analistas acreditam que uma reavaliação ainda depende de melhorias adicionais na geração de caixa.

Na mesma linha que BBI, a XP Investimentos disse ter uma avaliação ligeiramente positiva da prévia operacional da MRV, devido as perspectivas operacionais sólidas com crescimento significativo de vendas e velocidade de vendas (VSO) mais forte, bem como um cenário de lançamentos melhor, após vários trimestres de baixo volume de projetos.

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Entretanto, analistas da XP ainda enxergam um cenário de queima de caixa pressionado tanto na MRV Inc. quanto na Resia, o que ainda não indica um ponto de inflexão claro.

A Genial Investimentos, por sua vez, classificou os números relatados como mistos e disse pender para uma visão mais construtiva quanto à prévia.

“Se por um lado os números operacionais (diminuição do estoque, melhoria na VSO, mais lançamentos e aumento do ticket médio) foram positivos, por outro a queima de caixa continua a contar uma outra história, o que pode trazer alguma preocupação a alguns investidores, visto que a melhoria operacional, que já está ocorrendo há alguns trimestres, ainda não reflete na geração de caixa”, explica Genial.

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Já o BTG comenta que os dados operacionais foram mistos, uma vez que os lançamentos e as vendas foram bastante fortes no Brasil, mas os números de fluxo de caixa permaneceram fracos.

Dessa forma, o BTG acredita que o valuation descontado da MRV já reflete seus desafios operacionais, mas enxerga que as coisas já estão melhorando, por isso recomenda compra e preço-alvo de R$ 17.

Cury

A Genial Investimentos avalia que a Cury continua a apresentar uma performance operacional de geração de caixa muito acima das outras companhias do setor. Mesmo que as ações da companhia tenham subido mais de 40% nos últimos 12 meses, o retorno do fluxo de caixa (FCF yield) anualizado de quase 10% ainda demonstram que o carrego das suas ações ainda é muito atrativo, mesmo se comparado a setores naturalmente geradores de caixa (como commodities), e ainda mais atrativo se comparado aos seus pares no setor.

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A XP Investimentos também disse com bons olhos o desempenho operacional da Cury e acredita que a combinação de níveis robustos de vendas com uma sólida posição de banco de terrenos deve continuar a abrir espaço para uma aceleração dos lançamentos em 2024.

O time análise da XP reitera a Cury como sua principal escolha no segmento de baixa renda.

Já Bradesco BBI considera os números do 2T24 como neutros, mas provavelmente ajudarão a sustentar o impulso positivo da ação. Cury registrou lançamentos e vendas trimestrais recordes no 2T24, com VSO nos últimos 12 meses acelerando para 75%, enquanto a geração de caixa foi sólida em R$ 152 milhões.

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Dessa forma, o BBI mantém recomendação de compra, pois vê a Cury tendo um dos melhores rendimentos no setor de construção residencial, com um dividend yield já anunciado de aproximadamente 7% em 2024.

O BTG, por sua vez, avalia que a prévia veio acima de suas estimativas em todos os
aspectos, com fortes vendas, lançamentos e geração de caixa, enquanto a
momento favorável do setor deve impulsionar o lucro líquido.

Em termos de valuation, a empresa negocia a um prêmio em relação aos pares (9 vezes P/L 2024 e 7,5 vezes o P/L esperado para 2025), mas também apresenta uma conversão muito melhor de lucros em fluxo de caixa. O valuation não é mais uma barganha, mas o banco reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 21.

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Mitre

O Bradesco BBI também classificou como neutra a prévia operacional da Mitre, apesar de considerar que os números operacionais foram bons, com os projetos lançados “Torre Soho” e “Studios” sendo bem-sucedidos e vendas recordes de R$ 374 milhões.

A VSO ficou em 37% nos últimos 12 meses, mas impulsionada principalmente por um volume geral tímido de lançamentos, já que a empresa tem focado na geração de caixa (R$ 54 milhões) e na redução da alavancagem (4,7 pp no trimestre) em 2024.

Para o BTG, a Mitre reportou sólidos números operacionais, com uma velocidade de
vendas de 17% e uma geração de caixa sólida de R$ 53 milhões. Embora a ação
negocie a apenas 0,5 vezes P/VP, o banco mantém recomendação neutra devido à
alta alavancagem em comparação com os pares e ao fraco momento de resultados.