Movida (MOVI3) vê lucro subir 7,4% no 2T22, para R$ 186,8 mi; empresa deve seguir beneficiada por demanda represada, diz CFO

Receita líquida superou projeções do mercado, mas lucro ficou abaixo do esperado

Mitchel Diniz

(divulgação)
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A Movida (MOVI3), empresa de aluguel de veículos e venda de seminovos, apresentou lucro de R$ 186,8 milhões no segundo trimestre de 2022, 7,4% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. O resultado veio abaixo do projetado pelo consenso Refinitiv, de R$ 291,90 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), mais que dobrou no mesmo intervalo (+133%), para R$ 905,3 milhões. No entanto, a cifra ficou abaixo dos R$ 932,75 milhões esperado pelo mercado. Na composição do Ebitda do segundo trimestre, R$ 700 milhões vieram do segmento de aluguéis e R$ 205 milhões da parte de seminovos.

A receita líquida da empresa bateu os R$ 2,308 bilhões, uma alta de 87%, em bases anuais. O número veio acima do consenso Refinitiv, que projetava R$ 2,23 bilhões. A receita com seminovos foi de R$ 1,229 bilhão e a do segmento de aluguéis (incluindo rent-a-car e gestão e terceirização de frotas) ficou em R$ 1,079 bilhão.

A receita de seminovos bateu recorde, com um crescimento de 22% no tíquete médio por carro, para R$ 66,631. Na parte de rent-a-car, a receita por carro saltou 46%, para R$ 2,973 mil. Na categoria de gestão de frotas, uma outra marca histórica, de receita de R$ 1,668 por carro (alta de 29% em relação a um ano antes).

“O negócio de aluguel de carros tem um ótimo espaço de crescimento aqui no Brasil. Ele é subpenetrado”, explica Edmar Lopes, CFO da Movida. Por isso, a companhia continuou tendo espaço para repassar a alta de custos ao preço da diária, cuja média está em torno de R$ 127. Lopes explica que a empresa continua sentindo os efeitos de uma demanda represada.

“Continuamos otimistas em relação à capacidade de repasse de preços. Quando você olha para a mobilidade como um todo, tudo foi impactado pela pandemia. Veja a passagem aérea, que também está cara, porque teve uma recuperação muito forte. Não tenho dúvidas que aqui, na parte de aluguel de carros, a gente captura a demanda de quem mudou a forma de se locomover”, diz Lopes.

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A frota da Movida atingiu 206.901 carros no segundo trimestre, uma alta de 54% na comparação com o mesmo período do ano passado. A empresa adotou uma estratégia de crescer e renovar a frota mais cedo que os concorrentes. “É uma frota mais nova que permite a cobrança de um aluguel diferenciado e isso se reflete em todas as linhas”, afirma Lopes. O número também foi impulsionado pela incorporação da CS Frotas.

Lopes explica que a frota da Movida deve continuar sendo expandida, mas o foco agora é a rentabilidade. “Olhando para frente, se precisar reduzir a velocidade de crescimento para melhorar a rentabilidade, nós vamos fazer isso”, afirma o CFO.

Lopes disse ainda que a empresa deve continuar crescendo mais no segmento de gestão de terceirização de frota (GTF) do que no de de rent-a-car (RAC). “É um negócio mais previsível, de contratos de longo prazo, de longo relacionamento com o cliente. Portanto, traz mais resiliência e menos volatilidade às receitas da companhia”, completa o executivo.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados