Publicidade
O quarto trimestre de 2022 foi mais um período de forte depreciação da frota de veículos da Movida (MOVI3). No segmento de rent-a-car (RAC), a depreciação trimestral anualizada chegou a 10,3%. No de gerenciamento e terceirização de frota (GTF), de aluguéis corporativos, com contratos de longo prazo, foi a 4,8%.
O aumento no RAC é atribuído ao ciclo de transição no mix da safra e da normalização do mercado de seminovos.
“Vale lembrar que as taxas de depreciação do segmento RAC poderão ser beneficiadas pelo alongamento da vida útil de parte da frota e pela melhora nas condições comerciais das últimas compras que fizemos de carros em 2022”, afirmou Gustavo Moscatelli, CFO da Movida.
Esta foi a primeira teleconferência de Moscatelli como executivo da Movida. No mês passado, ele substituiu Edmar Prado Lopes Neto, que passou a assumir outras funções dentro do grupo Simpar (SIMH3).
“As compras realizadas nos últimos dois trimestres já estão com tíquete médio adequado para o segmento”, afirmou o CFO. No terceiro trimestre, o valor médio de compra foi de R$ 78,695 mil e, no quarto trimestre, de R$ R$ 73,740 mil.
Nos doze meses com término no segundo trimestre de 2022, a Movida adquiriu cerca de 55 mil veículos por tíquete médio bem maior, de R$ 90,364 mil, o que representa 24% da frota.
Continua depois da publicidade
“Nessa frota, vamos adotar a estratégia de alongar a vida útil, obviamente sem perder a qualidade do serviço para nossos clientes, e com isso minimizar a depreciação desses carros”, disse Moscatelli.
No trimestre passado, o valor de compra da Movida no segmento de RAC ficou abaixo do valor de venda pela primeira vez em 2022. “Isso melhora o fluxo de caixa, além de um ciclo novo de rentabilidade com um mix correto da frota”.
No GTF, a transição demora a ocorrer, dado que o ciclo do ativo é mais longo. “Ainda teremos mais lotes de carro a menor valor para vender, que foram comprados antes do ciclo de apreciação que a indústria teve nos últimos períodos”, afirmou o CFO.
Continua depois da publicidade
A empresa terminou 2022 com R$ 6,824 bilhões em caixa.
“Na minha visão, a companhia possui um custo de dívida acima do seu risco de crédito. Vamos utilizar o caixa para fazer uma gestão forte de passivos no curto prazo”, disse o executivo.
Leia mais:
Continua depois da publicidade
Renato Franklin, CEO da Movida, disse que a transição da frota para um mix mais popular tende a beneficiar tanto a dinâmica de depreciação quanto de fluxo de caixa.
“Isso nos deixa em posição mais confortável do que em anos anteriores e do que outros players que vão ter de renovar suas frotas nesse mercado de crédito mais duro”, afirmou.
Ainda segundo o CEO, o segundo semestre de 2022 já trouxe algumas oportunidades de negociação com a indústria automotiva. “A gente veio melhorando os descontos, não chegando ainda ao nível pré-pandemia, mas bem melhor do que 2021 e início de 2022”, disse.
Continua depois da publicidade
“A gente acredita que o cenário deste ano tem mais oferta para venda direta. O varejo está sofrendo bastante com o cenário macro, de crédito para o consumidor final, e isso acaba ajudando a gente, a gerar mais oferta de carro”.
Franklin explicou também que a Movida antecipou compras de veículos para aproveitar condições melhores. Com isso, há uma frota não operacional maior do que deveria existir. “Vamos trabalhar para aumentar o retorno dessa frota e reduzir sua depreciação”, afirmou.
Para 2023, não há pressão de crescimento de frota, segundo ele. “Atingimos uma boa escala. Se a gente entender que é melhor para a companhia reduzir frota, a gente pode reduzir sem nenhum problema. O nosso compromisso é com a geração de valor “, afirmou.