Movida (MOVI3) quer crescer no atendimento a aplicativos e diz que seminovos encara restrição de crédito

A empresa iniciou o projeto de atender de forma dedicada motoristas de aplicativos. A marca Moover foi criada pela empresa para esse fim.

Augusto Diniz

Movida (Foto: Divulgação)
Movida (Foto: Divulgação)

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Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) a analistas de mercado, nesta quarta (26), Gustavo Moscatelli, CEO da Movida (MOVI3), destacou que a empresa segue na busca de geração de valor e foco na eficiência operacional.

A empresa iniciou o projeto de atender de forma dedicada motoristas de aplicativos. A marca Moover foi criada pela empresa para esse fim.

“É uma iniciativa nossa de otimizar o capital investido na companhia, com a cabeça de alongar a vida útil de uma parte da frota. Esse é um nicho de mercado que a gente entende que tem potencial de crescimento”, disse Moscatelli.

“Ela não será representativa como é nos concorrentes. Mas ela vai ser bastante rentável, uma vez que a gente não está colocando capital investido novo. A gente só está utilizando o capital investido já depreciado”, complementou.

A Movida pretende direcionar todos os motoristas de aplicativo para a marca Moover e inclusive serão abertas lojas independentes da marca do segmento rent a car (aluguel de carro).

O CEO disse que o projeto começou há 15 dias com 500 veículos com “muito boa aceitação”. Segundo o executivo, tem uma parte importante da frota da companhia que faria mais sentido estender a vida útil e isso será feito através da Moover.

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“A gente fazer adaptações ao longo da vida da companhia para atender determinadas demandas e se estruturar para os momentos macroeconômicos, faz parte da gestão”, justificou a criação da marca exclusivamente voltada para atender motoristas de aplicativos.

Seminovos

A Movida chegou a ter um bom resultado com a venda de carros seminovos no 1T23 – as vendas cresceram 28,8% com preço médio 16,5% maior, em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Mas Gustavo Moscatelli mostrou preocupação com o segmento, dado o momento de aperto de crédito.

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“O mercado de seminovos está bastante duro. A gente viu no primeiro trimestre o mercado aceitando determinados perfis de carro, mas de forma geral está bastante duro por conta do cenário macroeconômico. A restrição do crédito está impactando no carro. A gente vê muito mais negativas nos créditos que os clientes estão solicitando aos bancos”, destacou.

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A empresa já se programou para não ter aumento do preço médio da diária do aluguel de carro esse ano devido ao cenário macroeconômico e com bastante volatilidade.

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“Nosso planejamento do ano está totalmente embasado na melhoria operacional, com redução de custo e melhorias na taxa de ocupação, embora acredite que tenha oportunidade de aumento do tíquete médio da diária”, comentou.

“Nosso concorrente está renovando a frota com tíquete médio mais alto. A gente percebeu nos últimos 60 dias ele com diária média muito próxima da nossa, o que até o último trimestre não era uma verdade – a gente estava com tíquete médio de 10 a 15% acima do concorrente. Isso pode gerar upside aqui, mas a gente não conta com isso (aumento do tíquete médio)”, acrescentou.