Movida (MOVI3) praticamente dobra lucro no 4º tri, amplia expansão e renovação de frota; ação fecha em alta de 8,85%

No ano passado, o lucro somou R$ 819,4 milhões, representando um incremento de 250% na comparação com 2020, que somou R$ 233,6 milhões

Felipe Moreira

Movida (Foto: Divulgação)
Movida (Foto: Divulgação)

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A Movida (MOVI3) registrou um lucro líquido de R$ 276,7 milhões no balanço do quarto trimestre, um desempenho 99,5% superior ao reportado um ano antes.

No ano passado, o lucro somou R$ 819,4 milhões, representando um incremento de 250% na comparação com 2020, que somou R$ 233,6 milhões.

Após o resultado, as ações MOVI3 fecharam com salto de 8,85%, a R$ 17,09, na sessão desta terça-feira (22), com os analistas destacando os números muito fortes em termos de lucro líquido, receita líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).

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Conforme a empresa, a expansão do lucro veio por conta da estratégia adotada ao longo da pandemia, com destaque, entre outros pontos, para a expansão e renovação da frota.

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Em 2021, houve expansão de mais de 50% da frota ante 2020, “um crescimento acima da média do mercado”, o que fez a empresa encerrar o período com 187 mil carros.

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Outro ponto em destaque foi a ampliação da tarifa média ao longo do ano, especialmente com Rent-a-Car (RAC), cujo valor de diária média por carro atingiu R$ 118,6 no 4T21, alta de 23,0% sobre o 3T21 e de 40,6% ante o 4T20.

Adicionalmente, a empresa citou como fatores que puxaram o lucro a incorporação com a CS Frotas, gerando sinergias operacionais no segmento do GTF; crescimento do Movida Zero Km, também no GTF, diluindo custos e elevando as margens no curto prazo; e por melhorias operacionais.

Mais dados do balanço da Movida (MOVI3)

A receita líquida somou R$ 1,741 bilhão no 4T21, alta de 75,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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O lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 154,4% na comparação com igual etapa de 2020, totalizando R$ 776,6 milhões.

Já a margem Ebitda alcançou 83,3% no 4º trimestre de 2021, alta de 22,3 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 29% no 4T21, alta de 19 p.p. em relação ao 4T20.

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No 4T21 o lucro bruto totalizou o montante de R$ 370,3 milhões, com crescimento de 79,1% em comparação com o 4T20.

A margem bruta atingiu 66,2% com variação positiva de 8,6 p.p. na comparação com o 4T20.

As despesas somaram R$ 123,0 milhões no 4T21, com crescimento de R$ 20,3 milhões em relação ao trimestre anterior em função principalmente de despesas com comissão de vendas e taxa de cartão de crédito, incluídas no saldo de gastos com serviços de terceiros.

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O resultado financeiro foi uma despesa no montante de R$ 208,1 milhões, representando um crescimento de R$ 171,2 milhões em relação ao 4T20.

Dívida e investimentos

O CAPEX líquido no 4T21 foi de R$ 2,1 bilhões, que mostra um contínuo crescimento a cada trimestre. O crescimento de 18,7 mil carros aliado a manutenção das taxas de ocupação em RAC e crescimento do GTF, é resultado da estratégia flexível adotada desde o início da pandemia.

A dívida líquida da locadora encerrou o 4T21 em R$ 6,587 bilhões.

O índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida liquida e o Ebitda ajustado foi de 2,9 vezes, uma elevação de 0,2 vez em relação ao 4T20.

Em 22 de dezembro de 2021 o Presidente da Mesa informou que a Administração pretende propor na Assembleia Geral Ordinária (AGO) a se realizar em abril de 2022, a distribuição de dividendos no valor de R$ 307 milhões.

Análises do mercado

A Levante Ideias de Investimentos destaca que a locadora foi beneficiada pela retomada na demanda de locação e pela falta de veículos no mercado devido ao forte impacto da pandemia nas cadeias de suprimento das montadoras, que fez com que a produção de carros ficasse abaixo das necessidades do mercado.

“Além disso, houve uma explosão nos preços de carros novos e seminovos, fazendo com que mais pessoas buscassem o aluguel de carros, fazendo com que a empresa finalizasse o trimestre com ocupação e valor de venda de seminovos muito acima da média”, apontam. Esses pontos favoreceram a elevação dos valores de diária média dos aluguéis de carros, elevando o ticket médio da Movida, que ficou em R$ 118, o que correspondeu a um crescimento de 40% em relação ao 4T20.

A companhia aposta agora no reforço da CS Frotas após combinação de negócios para ganhar mercado. A CS Frotas ficará sob o guarda-chuva da GTF, mas com operação independente. Atualmente, a Movida é a líder de mercado no país no segmento de GTF, com aproximadamente 20% de market share.

“No momento, a compra de veículos no mercado é uma das maiores dores de cabeça para a população, seja por conta dos preços dos automóveis, falta de carros ou o preço da gasolina. Mesmo com o aumento da taxa de juros, que aumenta o custo com financiamento de carros, a companhia tem conseguido surfar nessa onda em que a demanda por carros alugados aumentou muito”, apontam os analistas da casa.

Assim, avaliam, as perspectivas são positivas para a Movida, tanto no curto/médio prazo, pelas condições de mercado
como a demora para a normalização na produção e a inflação de custos, quanto no longo prazo, uma vez que enxergamos uma mudança na mentalidade da população, que cada vez mais está propensa a alugar carros, o chamado CaaS (Car as a Service).

Após o resultado, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo para a ação MOVI3 de R$ 25 para R$ 27, seguindo com recomendação de compra. “Nossa visão positiva é baseada nos seguintes pontos: i) crescimento acelerado da Movida, apesar dos gargalos na produção de veículos no Brasil; 2) Retorno sobre o capital investido (RoIC) atrativo de 15,3%; 3) a ação está sendo negociada a 5,2 vezes o preço sobre o lucro esperado para 2022, resultando em um desconto excessivo de 71% em relação à média brasileira; e 4) um atrativo potencial de valorização de 72%”, avaliam.

O Itaú BBA diz que a Movida apresentou sólidas tendências operacionais no 4T21 tanto em RAC quanto em GTF (este último impulsionado pela incorporação da CS Frotas e Movida Zero Km), além de margens robustas. O segmento de Seminovos continua se beneficiando dos ventos favoráveis ​​devido ao aumento dos preços dos carros usados. No entanto, Itaú observa que a maior depreciação e o aumento das taxas de juros ofuscaram parte das sólidas tendências operacionais, resultando em um resultado de R$ 277 milhões (em linha com as expectativas).  O banco mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para Movida, e preço-alvo de R$ 23.

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