Morgan Stanley vê alívio no mercado brasileiro e melhor desempenho de “mid caps”

Embora preocupações fiscais ainda persistam, as taxas de juros mais baixas oferecem um respiro para o câmbio, crédito e mercado de ações

Equipe InfoMoney

(Foto: Freepik)
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O Morgan Stanley passou a adotar mais risco e se expor mais a ações ligadas à economia interna em seu portfólio para o Brasil, tendo agora uma posição neutra para elas. O movimento ocorre uma vez que os últimos dados de inflação nos EUA e no Brasil foram vistos como positivos para o mercado de ações.

Para os estrategistas, os juros globais e domésticos deverão ter um alívio, proporcionando algum espaço para que os nomes sensíveis às taxas de juros apresentem um desempenho superior na segunda metade do ano (2S24).

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O cenário é de maior alívio sendo que, embora preocupações fiscais ainda persistam, as taxas de juros mais baixas oferecem um respiro para o câmbio, crédito e mercado de ações. Além disso, os múltiplos do mercado continuam atraentes, com um múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) de 7,3 vezes e um rendimento de dividendos de 6,7%.

O Morgan também tem projeções positivas para a temporada de balanços do segundo trimestre de 2024, o que deve impulsionar o mercado. Contudo, o banco observa que, embora o mercado possa continuar a se valorizar, as ações de média capitalização devem se beneficiar mais, enquanto as ações de grande capitalização podem ficar para trás.

“A inflação benigna tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil deve trazer alívio para as taxas globais e domésticas, abrindo espaço para que as empresas sensíveis às taxas de juros no mercado interno tenham um desempenho superior”, afirma a equipe de estratégia. Recentemente, o banco adicionou ações brasileiras do setor imobiliário e de infraestrutura que podem se beneficiar de taxas mais baixas.

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No curto prazo, espera-se que as ações de média capitalização sejam favorecidas em relação às ações de grande capitalização, devido à inclusão de empresas brasileiras listadas no exterior no índice MSCI. Essa mudança resultará em uma compra líquida de aproximadamente US$ 5 bilhões em cinco empresas listadas nos EUA, com destaque para o Nubank. Por outro lado, a estimativa é de que as ações de grande capitalização sofrerão vendas líquidas de cerca de US$ 1,5 bilhão para abrir espaço para as novas inclusões.

A visão é de um cenário mais favorável para o mercado brasileiro, com perspectivas de resultados positivos e um valuation atrativo. No entanto, a equipe de estratégia do banco aponta ser importante observar que a situação fiscal ainda precisa ser resolvida para que haja uma maior confiança no mercado.

O banco também reforça que o Brasil possui um potencial de transformação externa a longo prazo, por meio da expansão dos setores de energia e agricultura, que poderiam impulsionar as exportações entre 22% e 30% até o fim da década. No entanto, esses são temas mais relevantes para a seleção de ações individuais do que para a análise macroeconômica.

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“No momento, o Brasil permanece um investimento conservador, impulsionado por temas como digitalização, energia e agricultura. Para que haja um cenário mais otimista, seria necessário ver uma solução fiscal e o início de um ciclo de investimentos. No entanto, as avaliações estão se aproximando de níveis extremos e há poucos vendedores locais no mercado. Assim, é importante manter uma postura cautelosa e seletiva ao investir no Brasil”, avalia.

No portfólio do Morgan para o Brasil estão as ações de Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), Santos Brasil (STBP3), Rumo (RAIL3), Nubank (ROXO34), Mercado Livre (MELI34), Totvs (TOTS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4).