Morgan destaca suas balas de prata entre ações no Brasil em semestre ruim para ativos

Banco evitou forte exposição a empresas ligadas ao ambiente doméstico e apostou em temas de digitalização e energização

Equipe InfoMoney

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O semestre está perto de chegar ao fim, marcando um período para se esquecer na Bolsa brasileira. Enquanto Wall Street renova recordes, o Ibovespa renova mínimas do ano, com baixas acumuladas de cerca de 10% no período.

Ao olhar para o macro, o desempenho é negativo e, conforme ressalta a Guide Investimentos em relatório, a correção do Ibovespa superou 10% no início de junho, quando o índice caiu abaixo de 122 mil pontos, sendo a primeira de mais de 10% desde o período que teve início após as eleições em 2022 e terminou com o Ibovespa registrando mínima abaixo de 100 mil pontos em março de 2023.

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No macro, o noticiário parece pouco animador com o cenário fiscal e riscos políticos, mas o Morgan Stanley destacou boas oportunidades aproveitadas no período.

O banco americano fez um balanço do primeiro semestre em seu portfólio para a América Latina, ressaltando o que deu certo em suas teses de investimentos e o que não deu tanto. Os seus principais temas de investimento na região ficaram com digitalização, energia (como petróleo), nomes selecionados que se beneficiam com o nearshore (ter a produção de suprimentos em países próximos e amigos) e expansão da fronteira agrícola, que contribuíram para uma melhor performance relativa da carteira do banco.

“No acumulado do ano, em meio a mercados de ações voláteis e desafiadores, todos os nossos portfólios na América Latina superaram seus respectivos benchmarks de ações em 2 a 6 p.p [pontos percentuais] A diversificação de países e temas contribuiu para o desempenho superior positivo do nosso portfólio da América Latina (-12% de retorno absoluto em termos de dólares, +6% em termos relativos versus MSCI América Latina)”, aponta a equipe de estratégia do banco.

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Os estrategistas do Morgan Stanley apontaram que seu modelo do México sofreu em termos relativos devido ao viés de nearshoring pré-eleitoral (as ações mexicanas sofreram no pós-eleição).

No Brasil, evitar em muitos casos nomes muito ligados à economia doméstica e aumentar a exposição a nomes fora do índice de referência fez com que o desempenho ficasse acima do benchmark. “Evitar ações cíclicas domésticas brasileiras até agora valeu a pena”, apontaram os estrategistas.

No caso de ações de empresas brasileiras ou com exposição ao Brasil, a holding Nu, do Nubank (NYSE:NU), o Mercado Livre (BDR: MELI34) e os ativos da Embraer (EMBR3) e Petrobras (PETR4) puxaram o desempenho acumulado no ano. Embraer foi o grande destaque, subindo 61% durante o período de exposição ao papel.

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“O sólido desempenho dessas ações no acumulado do ano explica a maior parte do desempenho superior de nossa lista geral. Na verdade, a digitalização é a nossa opção preferida numa trajetória mais agressiva de taxas nos EUA [ou seja, juros altos por mais tempo]”, avalia. Para o Brasil, o Morgan também fica de olho nas taxas em busca de um sinal para revisitar o grupo de ações.

“Permanecemos na defensiva em toda a América Latina. Esperamos por melhores notícias sobre a inflação (EUA e Brasil), ajuste fiscal no Brasil e risco político no México”, avalia o Morgan.

Confira a lista de ações do Morgan para o Brasil:

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Fonte: Morgan Stanley