Moedas digitais poderão infringir soberanias se precauções não forem tomadas, diz membro da UE

CBDcs são moedas digitais emitidas por bancos centrais

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Fonte: iStock/Getty Images
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As moedas digitais do banco central (CBDCs) podem exigir uma rede de acordos internacionais para impedir que moedas estatais infrinjam a soberania de outros países.

Foi isso o que disse o comissário da União Europeia, Paolo Gentiloni, nesta segunda-feira (7), em uma conferência sobre o euro digital organizada pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu.

“Como você evita o risco de infringir a soberania de outras jurisdições por meio de uma moeda digital… enquanto desenvolve uma moeda digital com ambição global, como será o euro digital?” disse Gentiloni, que é responsável pela economia na Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

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O bloco está atualmente considerando uma versão digital do euro, mas antes precisa lidar com questões sobre o funcionamento de pagamentos transfronteiriços.

“Isso, claro, traz a possibilidade de acordos específicos com outras jurisdições regulando esse tipo de dimensão”, acrescentou.

Em outubro de 2021, o G7 alertou que os países que desenvolvem versões digitais de suas moedas nacionais precisam ser cautelosos ao lidar com outras jurisdições.

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Autoridades da UE também falaram sobro o risco que o acesso muito fácil de estrangeiros poderia minar a moeda, semelhante à dolarização de estados que adotam a moeda americana sem a permissão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O Fundo Monetário Internacional também levantou a possibilidade de uma plataforma internacional de CBDC que poderia facilitar os pagamentos internacionais, atualmente prejudicados por atrasos e custos.

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As observações de Gentiloni atraíram uma resposta imediata – inclusive das Bahamas, que já lançou sua própria CBDC, conhecida como Sand Dollar.

“É fundamental que qualquer iniciativa transfronteiriça tomada em relação ao trabalho em CBDCs reflita uma abordagem inclusiva às necessidades que serão expressas pelas Bahamas e por pequenos países nessa arena”, disse John Rolle, governador do banco central Bahamas, na conferência.

O Banco Central do Brasil desenvolve o real digital e pretende ter uma versão piloto lançada até o segundo semestre de 2023.

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