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SÃO PAULO – Em uma ação surpreendente, a Suzano Papel e Celulose (SUZB5) informou na última segunda-feira (31) que seu conselho de administração aprovou a proposta para migração da empresa para o Novo Mercado (segmento de maior governança corporativa da B3). Por definição, a maior transparência por parte da administração já é motivo de comemoração pelos acionistas, mas outros dois fatores foram ainda mais festejados: a conversão das ações preferenciais em ordinárias na proporção de 1 para 1 e a garantia de 100% de Tag Along.
Com o acionista minoritário recebendo 100% do valor por ação oferecido pelo controlador e sem o “pedágio” costumeiro pelo controle, as ações preferencias classe A da Suzano subiram 7,42%, cotadas a R$ 15,06. Vale lembrar que a Vale (VALE5; VALE3) também anunciou a migração para o Novo Mercado no primeiro semestre deste ano e a conversão de troca entre as ações preferenciais classe A em papéis ordinários foi na relação de 0,9342.
Os analistas do BTG Pactual “aplaudiram” a decisão da administração da empresa, que ainda dependerá de deliberação dos acionistas em assembleia geral extraordinária e pelo BNDESPar, que deve aprovar o acordo conforme dito pelos diretores da Suzano em teleconferência realizada na manhã desta terça-feira (1). O time do banco de investimento enalteceu a melhora em termos de governança e a justa razão de troca – sem prêmio pelo controle. A empresa espera finalizar a operação entre 60 e 90 dias.
Para os analistas do Credit Suisse, essa notícia reforça a tese de que o desconto das ações em relação aos seus pares em bolsa – Fibria (FIBR3) e Klabin (KLBN11) – é injustificável e acreditam que o anúncio será o gatilho para o mercado perceber isso. Segundo o banco de investimento, o próximo passo será a listagem de ADRs (American Depositary Receipt) em Nova York, o que deve ajudar aumentar a liquidez do papel.
De acordo com os diretores da Suzano, a unificação das classes de ações não resultará em diluição do acionista e, portanto, os controladores deverão permanecer com 57% do capital total da empresa, como também não tem relação com operações de M&A (Fusão & Aquisição, na tradução livre). Sobre o assunto, a empresa afirmou que “não participará de leilão para comprar a Eldorado Brasil” e que “haveria mais sinergia com a Fibria”, levantando mais uma vez a questão de consolidação do setor de papel e celulose.