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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou ter feito um convite para que o Ministério da Fazenda indique um representante para o Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4). As declarações foram dadas na segunda-feira (11), após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Segundo Silveira, a presença de um integrante da pasta comandada por Haddad na administração da estatal “é mais do que natural”. “Foi um momento muito oportuno para convidar a Fazenda a integrar o conselho da Petrobras. Até para ela trazer uma ótica e um olhar dela, da Fazenda Pública sobre a economia nacional, para dentro da empresa”, afirmou.
O governo federal tem direito a 6 dos 11 assentos no Conselho de Administração da empresa. As outras 5 cadeiras são ocupadas por acionistas minoritários e funcionários da companhia.
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Alexandre Silveira afirmou, ainda, que não existe “divisão” entre as pastas de Minas e Energia e da Fazenda e que o governo estudará o espaço que o ministério de Haddad ocupará no conselho.
Silveira e Haddad estiveram reunidos no fim da tarde de segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no Palácio do Planalto. O ministro de Minas e Energia classificou a reunião como “extremamente produtiva”.
Apreensão no mercado
O encontro era aguardado com grande expectativa pelo mercado, após a decisão da Petrobras de não pagar dividendos extras aos acionistas, anunciada na quinta-feira (7). Foi feita uma proposta pelo conselho de distribuição de dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões, sem pagamento extra. Enquanto isso, a proposta é a de que um valor de R$ 43,9 bilhões seja destinado para uma reserva estatutária.
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Logo na sequência, a companhia divulgou seus resultados do quarto trimestre do ano passado, com um lucro de cerca de R$ 31 bilhões, queda anual de 28% e abaixo das projeções. Entretanto, o resultado em si foi totalmente ofuscado pelo noticiário sobre a distribuição dos proventos.
Oficialmente, a Petrobras diz que o valor destinado à reserva será utilizado apenas no pagamento de dividendos futuros. Segundo a companhia, os investimentos aprovados para o período de 2024 e 2025 aumentarão a saída de recursos e terão impacto sobre os dividendos. Assim, essa conta de reserva assegura que os acionistas continuariam recebendo bons proventos.
Em entrevista ao SBT na segunda, Lula afirmou que a Petrobras não pode pensar só nos acionistas nem se esquecer de que “tem uma missão”. O presidente também falou em “choradeira do mercado” e o comparou a “um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo”.