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O minério de ferro cai cerca de 26% no acumulado do ano e, segundo a equipe de research da Julius Baer, não há motivos para ânimo, mesmo que a commodity registre um movimento de retomada. O banco reitera cautela para o minério de ferro e aponta que o metal segue sendo o “menos preferido” de sua cobertura.
Embora os preços possam estar prontos para uma recuperação de curto prazo após a recente queda, os analistas do banco alertam que esse movimento não deve ser confundido com o início de uma recuperação de longo prazo.
O time da Julius Baer explica que os últimos dados econômicos da China mostram fraqueza contínua em julho, particularmente em segmentos intensivos em metais, como infraestrutura e imóveis.
No entanto, os mercados de metais industriais reagiram com ganhos, “como se as coisas só pudessem melhorar na China”. Os analistas da casa disseram duvidar disso, especialmente porque o governo não demonstra sinais de se engajar em medidas de estímulo abrangentes.
Segundo o relatório, os níveis de atividade estão muito baixos, especialmente no mercado imobiliário, e o governo não parece mostrar nenhuma intenção de contrariar isso com medidas de estímulo massivas.
“Todas as medidas tomadas até agora foram muito direcionadas ou simplesmente pequenas demais para fazer uma grande diferença nos mercados de metais industriais”, destacam analistas.
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Os níveis de atividade no setor imobiliário estão tão baixos quanto em 2010 para vendas e 2006 para lançamentos, por um lado mostrando o excesso de estoque de imóveis finalizados e não finalizados na China, mas também a demanda estruturalmente declinante devido a uma população em declínio e à desaceleração da urbanização.
As margens dos produtores de aço foram pressionadas como resultado, levando-os a cortar a produção em cerca de 9% em julho em comparação com um ano antes. No entanto, conforme o relatório, as exportações chinesas de aço estão em níveis elevados, pois os mercados internacionais estão servindo como uma saída importante em meio à fraqueza da demanda doméstica.
Os preços mais baixos do aço na China também pressionaram o minério de ferro, que caiu abaixo de US$ 100 por tonelada nos mercados internacionais no início desta semana.
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Perspectivas para Vale (VALE3)
Em meio a esse cenário de maior cautela para o minério, as ações da Vale têm ficado de fora da “festa do Ibovespa” com o índice renovando máximas; no mês, VALE3 cai 6,5% e no ano tem baixa de 22%.
O BTG manteve recomendação neutra para a VALE3 e reduziu preço-alvo de R$ 77 para R$ 65, até que tenha maior visibilidade sobre a resolução de riscos/desafios e uma melhoria da situação macro chinesa e da indústria siderúrgica.
A equipe de research do BTG reduziu suas estimativas em 15% em média para 2024 e 2026, principalmente devido à inclusão dos resultados do 2T24 e menor curva de preço do minério de ferro, agora fixada em US$ 110, 95, 85 e 80 para 2024, 2025, 2026 e longo prazo.
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Por outro lado, o banco destaca enxerga algumas melhorias na história micro da Vale, mas prefere esperar por um pouco mais de visibilidade nas fontes de riscos e desafios antes de mudar de opinião.
A situação macro da China deteriorou-se ultimamente e tornou-se um obstáculo adicional. As negociações da Samarco parecem estar progredindo bem e o BTG prevê um resultado melhor do que o esperado pelo mercado, enquanto o conselho parece estar abrindo caminho para uma sucessão tranquila de CEO.