Mills e Armac: XP vê chance de crescimento duplo e projeta alta de até 86% para ações

Para os analistas Pedro Bruno, Bruno Vidal e Matheus Sant'anna, que assinam o relatório, tanto a Mills quanto a Armac estão bem-posicionadas

Equipe InfoMoney

Equipamento da Mills (MILS3) em operação (Divulgação)
Equipamento da Mills (MILS3) em operação (Divulgação)

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Em relatório sobre o setor de aluguel de caminhões e equipamentos, a XP iniciou a cobertura para as ações da Mills (MILS3) e da Armac (ARML3), com recomendações de compra e preços-alvo respectivos de R$ 21 (potencial de alta, ou upside, de 86% frente o fechamento da véspera) e R$ 14 (upside de 53%).

Para os analistas Pedro Bruno, Bruno Vidal e Matheus Sant’anna, que assinam o relatório, tanto a Mills quanto a Armac estão bem-posicionadas para se beneficiar do que chamam de “oportunidade de crescimento duplo”: (i) crescimento do mercado dada a baixa penetração de aluguéis (principalmente na Linha Amarela); e (ii) ganhos de participação de mercado ao alavancar escala e vencer estratégias corporativas.

A corretora vê avaliações atraentes e destaca os múltiplos abaixo da média da Mills (Mills e Armac são negociados a 8,0 vezes e 9,9 vezes o múltiplo de preço sobre lucro, ou P/L, esperado para 2025, versus 10,5 vezes a mediana do setor).

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Para os analistas, o aluguel de equipamentos oferece uma “oportunidade de crescimento duplo”. Entre uma ampla gama de segmentos dentro do setor, os analistas destacam uma combinação de oportunidades de penetração e participação de mercado em: (i) Linha Amarela, como o mais atraente com (a) baixa penetração de 26% em um grande mercado endereçável de cerca de 450 mil ativos (por volta de R$ 40 bilhões de receitas) e (b) retornos potenciais elevados (em parte devido a benefícios fiscais de D&A, ou depreciação e amortização); e (ii) Plataformas Elevatórias, com uma oportunidade de penetração proveniente de um efeito de substituição (apesar de uma elevada penetração de aluguel de serviços aéreos de cerca de 80%, apenas 16% dos alugueis utilizam plataformas elevatórias e 84% dependem de alternativas menos eficientes).

Adicionalmente, em F&S (formas e escoramentos), embora tenha um perfil de procura mais cíclico (dependente de projetos de infraestrutura), oferece importantes benefícios de FCF (baixo investimento marginal), bem como oportunidades de venda cruzada.
Sobre Mills, depois de enfrentar dificuldades decorrentes da concentração setorial (2012-16), a companhia passou por uma reviravolta operacional e estratégica bem-sucedida. Como resultado, os “Novos Moinhos” tornaram-se uma plataforma bem equilibrada de serviços de aluguel diversificados. A visão positiva é baseada em: (i) uma plataforma de multi-locação bem-sucedida, combinando uma (a) posição de liderança indiscutível em plataformas elevatórias (preparada para se beneficiar de uma presença nacional única), (b) um novo caminho de crescimento em Linha Amarela (adicionando potencial de retorno e previsibilidade de lucros) e (c) posição sólida em F&S (apoiando a geração de FCF, fluxo de caixa livre, e auxiliando em oportunidades de vendas cruzadas); e (ii) uma das avaliações de aluguel mais baratas a nível mundial, com potenciais alavancas de reclassificação à frente.
Em relação à Armac, a empresa passou de operadora regional para a maior locadora linha amarela do Brasil. A XP tem uma visão positiva, baseada em: (i) perfil de alto crescimento/alto retorno, devido ao seu foco no segmento LA (baixa penetração em um grande mercado endereçável); (ii) perfil de negócios resiliente, possuindo tipos de contratos complementares para aumentar a vida útil dos ativos e diminuir a ciclicidade das receitas; (ii) modelo de negócios orientado a serviços, já que a Armac fornece serviços para atender às necessidades operacionais de diferentes clientes (com um processo interno de manutenção verticalizado como principal facilitador); e (iv) avaliação atrativa, com potencial de valorização resultante de uma combinação saudável de múltiplas reclassificações e crescimento dos lucros.

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Recomendações do BBI

O Bradesco BBI também tem recomendação de compra para Armac e Mills, conforme reiterou em prévia de resultados para aluguel de veículos. O preço-alvo do BBI para Armac é de R$ 18 e para Mills é de R$ 17. O banco espera ver os respectivos lucros líquidos no 2T24 em 23% e 8% abaixo do consenso, devido a uma desaceleração no crescimento das receitas.

Para as outras companhias, o BBI aponta que a Vamos (VAMO3), que dará início à temporada de resultados do 2T24 para o setor de aluguel no dia 5 de agosto. Para ela, o banco projeta lucro líquido de R$ 201 milhões, 12% abaixo do consenso. A reapropriação de frota deve aumentar 67% no trimestre, e as margens das concessionárias devem cair novamente à medida que a Vamos reduz os estoques. “O 2T24 deve ser um divisor de águas, com lucro líquido anualizado de R$ 804 milhões”, avalia o banco, que tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 12,00.

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Já a Movida (MOVI3), na visão do BBI, pode surpreender o mercado no 2T24 com um lucro líquido ajustado de R$ 61 milhões, que estaria 38% acima do consenso, mas eventos pontuais relacionados às enchentes no Rio Grande do Sul podem reduzir esse valor. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 11,00.

Já para Localiza (RENT3), a projeção é de uma depreciação trimestral 6% maior no segmento de aluguel de veículos (RAC), levando a um lucro líquido de R$ 656 milhões, 3% abaixo do consenso. RENT3 é recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 80,00.