Milei abre Banco de la Nación, o maior da Argentina, ao capital privado

Medida vem após o Congresso barrar, no começo do ano, a privatização da maior instituição financeira do país

Paulo Barros Agências de notícias

Banco Nacional da Argentina, Sede e Agência Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina. Entre 1857 e 1888, o Teatro Colón funcionou nesta propriedade. Então, entre 1940 e 1955, este edifício projetado por Alejandro Bustillo foi construído (Foto: Wikimedia Commons)
Banco Nacional da Argentina, Sede e Agência Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina. Entre 1857 e 1888, o Teatro Colón funcionou nesta propriedade. Então, entre 1940 e 1955, este edifício projetado por Alejandro Bustillo foi construído (Foto: Wikimedia Commons)

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O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou nesta quinta-feira (20) um decreto que transforma o Banco de la Nación, maior instituição bancária do país, em uma sociedade anônima. A medida representa um avanço do governo na abertura do banco ao capital privado, após o Congresso rejeitar sua privatização no início do ano.

No decreto, Milei defende que a mudança moderniza a estrutura do banco e o alinha às “melhores práticas do mercado financeiro”. O governo, que incluiu a instituição em um pacote de privatizações barrado pelo Legislativo, agora utiliza os poderes extraordinários concedidos pela mesma lei para levar adiante a reestruturação.

A nova configuração societária mantém o controle estatal: o governo argentino deterá 99,9% do capital, com o Ministério da Economia exercendo os direitos acionários. A Fundação Banco de la Nación ficará com os 0,1% restantes.

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A decisão provocou forte reação dos sindicatos bancários, que acusam o governo de tentar vender uma instituição lucrativa. “É contraditório querer vender o que funciona, a menos que o único objetivo seja uma negociação espúria e uma nova fraude”, declarou o sindicato La Bancaria, em referência ao recente escândalo envolvendo o apoio de Milei a uma criptomoeda que se revelou um golpe.

Dados oficiais corroboram o bom desempenho do banco. Em 2024, os desembolsos cresceram mais de 600%, segundo a própria instituição, que também registrou recordes em participação de mercado, depósitos e patrimônio.

Diante do decreto presidencial, o sindicato declarou “estado de alerta e mobilização”, indicando que a decisão pode enfrentar forte resistência política e social nos próximos meses.

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(Com informações da Associated Press)

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)