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As ações de Magazine Luiza (MGLU3) bateram nos R$ 2 na véspera, se aproximando de uma faixa de preços não vista, para os papéis da varejista, desde 7 de dezembro de 2017 – ou seja, quase seis anos –, quando fechou a R$ 1,98.
Na sessão desta quinta-feira (28), as ações se recuperaram e subiram 0,49%, cotadas a R$ 2,05. Entretanto, neste mês, acumulam perdas de 24,7% e, em 2023, caem 25,1%. Em 12 meses, a queda é de 50,9%.
Esse patamar de preços, próximo a R$ 2, havia ocorrido pela última vez em 5 de julho do ano passado, quando os papéis, na mínima, bateram nos R$ 2,03.
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Assim, MGLU3 acaba sofrendo com a crise de desconfiança dos investidores em geral com o varejo, com Casas Bahia, Americanas e Marisa, por exemplo, valendo menos de R$ 1 na Bolsa.
Diante deste quadro de preço a dúvida que surge é a seguinte: MGLU3 a R$ 2 é oportunidade de compra?
Apesar da faixa de preço, grafistas apontam necessidade de uma recuperação de preços no curto prazo para se pensar em compras.
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Em suma, a tendência é de baixa, dizem os analistas. Confira, a seguir, todos os detalhes.
MGLU3 a R$ 2: é compra?
Para a analista técnica da Clear, Pam Semezzato, as ações de Magazine Luiza seguem em tendência de baixa e na região de suporte entre R$ 2,00 e R$ 2,25.
Segundo ela, caso a ação consiga mostrar uma reação compradora nos próximos pregões, o papel pode testar a LTB (linha de tendência de baixa) da “lateralização maior”.
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Gráfico semanal de Magazine Luiza – abril de 2021 a setembro de 2023
Pam ressalta, analisando o gráfico diário, logo abaixo, que MGLU3 “está um pouco esticada na queda”, mas afirma ser necessário “esperar um fundo ser confirmado, para um repique”.
Conforme ela, no curtíssimo prazo, pontos de retração de Fibonacci apontam para repiques de preços a R$ 2,43, R$ 2,57 e R$ 2,70.
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Gráfico diário de Magazine Luiza – março a setembro de 2023
- Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
O analista técnico da XP Gilberto Coelho também aponta que, após atingir a mínima do ano, MGLU3 pode passar por uma movimentação de repique, após tocar os R$ 2, que se configura como um novo nível de suporte.
Assim, acrescenta, o papel pode buscar, neste repique, um patamar de preços entre R$ 2,20 e R$ 2,25. Entretanto, se começar um novo movimento de venda, o próximo alvo de baixa pode ser a faixa de R$ 1,78, detalha em sala ao vivo.
Gráfico diário Magazine Luiza
MGLU3 volta seis anos
Matheus Lima, analista técnico da Top Gain, reforça que MGLU3 já está negociado abaixo do patamar de 2022, nível que não se via desde o final de 2017, fazendo o papel “voltar seis anos no tempo”.
“Magalu não está muito interessante. Está difícil visualizar uma tendência de alta. A ação está deixando e rompendo fundos cada vez menores”, aponta, durante sala ao vivo de mercado.
Conforme ele, pelo gráfico diário, a ação até tinha um suporte na região de R$ 3,04 e uma leve resistência próxima dos R$ 4 – e “tentou se segurar nessa faixa”, antes de voltar a cair.
MGLU3: Gráfico diário
Para ele, caso o papel aceite romper os R$ 2 tem espaço para seguir caindo, indo buscar até o R$ 1,46, mínima importante de 2017.
No entanto, ele ressalta que o volume negociado nessa época era muito menor, o que pode impedir “uma queda mais absurda”.
“Graficamente analisando, a tendência é forte de baixa”, afirma Lima, sobre as ações de Magazine Luiza.
MGLU3: Gráfico mensal
Por fim, Breno Ráo, analista técnico do PagBank, ressalta que a ação de Magazine Luiza se recuperou, logo após a pandemia – atingiu as máxima entre o final de 2020 e início de 2021 –, mas depois “começou a ter topos e fundos descendentes”.
“Se a Magalu perder os 2 reais e se manter por meses ou semanas, irá reverter a tendência de longo prazo para baixa, de quatro anos”, diz, em sala de análise.
Conforme ele, a ação está em uma legítima região de suporte, dos R$ 2, que pode levar a uma “reação compradora”, mas a tendência seguirá de baixa, também no curto e médio prazos.
O que acontece com Magazine Luiza?
Apesar da expectativa geral entre analistas de que as ações de varejistas iam deslanchar após o início de corte da Selic, isso não se concretizou.
Desde a máxima deste ano, de R$ 4,67, em janeiro, as ações da Magalu despencaram 55%.
Parte disso, veio na esteira da crise da Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial – fazendo com o mercado começasse a especular sobre qual seria a próxima varejista a entrar em RJ.
Essa desconfiança em geral pegou, sobretudo, em Marisa (AMAR3) e Via, agora Casas Bahia (BHIA3).
Se as ações de Magazine Luiza caem 24%, neste ano, a situação é pior entre seus concorrentes: AMER3, -92,3%; BHIA3, -75,4%; e AMAR3, -52,8%.
O que atrapalha o varejo?
Em resumo, o que atrapalha o varejo, mesmo com o início do ciclo de queda dos juros, é o fato do consumidor ainda estar arisco e evitando fazer novas compras – e se endividar.
Além disso, o efeito da queda dos juros começará a trazer alívio aos balanços das empresas mais para 2024. Com juros altos, as despesas financeiras se elevaram e corroeram o lucro das empresas.
Mesmo que esteja em uma situação, até certo ponto menos delicada de que outros concorrentes, os resultados de Magazine Luiza do segundo trimestre foram poucos animadores, segundo analistas.
Tudo isso – seja o contexto macro ou interno da empresa – é que leva MGLU3 a flertar com um valor de mercado de 2017.
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