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SÃO PAULO – Laureado com o Prêmio de Economia em Memória a Nobel em 2013, Robert Shiller, destacou que continua investindo no mercado de ações dos EUA, apesar de suas advertências recentes com condições semelhantes a bolhas nos índices do país.
Em entrevista ao portal CNBC durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Shiller ressaltou que a sua própria métrica de valorização de longo prazo para o mercado de ações está elevada, em 25. Mas ainda está bem abaixo do recorde atingido em 2000, de 46.
As bolsas norte-americanas terminaram 2013 em níveis recordes de alta, com o S&P500 registrando o seu maior salto anual em 16 anos e o índice Dow Jones, o maior ganho em 18 anos. Enquanto isso, o índice de referência europeu STOXX fechou o ano passado com alta de 17%, após um ano em que a crença na recuperação da zona do euro voltou aos mercados.
Em novembro Shiller afirmou em artigo para o Wall Street Journal estar preocupado com este aumento na relação do preço sobre lucro ciclicamente ajustado – conhecido como relação preço sobre lucro de Shiller – e que ele poderia apontar para uma bolha, mas “ainda iria demorar um pouco de tempo para dizer”. Ele também ressaltou que o mercado pode subir ainda mais, mas talvez os investidores devam reduzir a exposição em alguns ativos.
Já em dezembro, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Shiller ressaltou que não estava aumentando o estado de alerta, mas que os índices acionários de diversos países estão em patamares bastante elevados e que, também no mercado de imóveis, os preços teriam subido vertiginosamente. Essa tendência, na visão do economista, “pode acabar muito mal”.
A visão alarmante sobre o mercado imobiliário norte-americano, que estaria nos seus estágios iniciais de uma bolha imobiliária, também se estende ao Brasil. Em entrevista para a rede de televisão norte-americana PBS, o economista destacou as suas impressões durante passagem ao Brasil, entre agosto e setembro em 2013, avaliando que havia uma certa cegueira com relação à bolha imobiliária e que se sentiu “nos EUA de 2005”.