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SÃO PAULO – Em relatório divulgado na semana passada, o banco de investimentos Merrill Lynch revelou suas perspectivas para os mercados emergentes no próximo ano.
Em geral, o banco norte-americano projeta boas perspectivas para estes países, que devem seguir proporcionando boas alternativas para investimentos em 2005. No entanto, a euforia verificada em 2004 deve ser reduzida, com crescimento econômico mais lento na maioria dos países analisados.
Menor crescimento
Em relação ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a tendência da maioria dos países deve ser de desaceleração na comparação com 2004. Destaque para as perspectivas de forte redução no ritmo de crescimento da Argentina e Venezuela, países com complicadas situações políticas.
Assim, com exceção de Turquia, África do Sul, Indonésia e Coréia do Sul, todos os outros países analisados pela Merrill Lynch devem experimentar uma redução do crescimento no próximo ano. A tendência é motivada, principalmente, pela fragilidade do dólar no mercado internacional, que deve afetar o crescimento das exportações destes países.
Segundo o banco, o Brasil deve registrar crescimento de 3,7% em 2005, frente aos 5% que devem ser registrados em 2004. Mesmo assim deve ficar em situação privilegiada na América Latina, ficando atrás somente da Argentina (5,4%), da Venezuela (4,5%) e do Panamá (3,8%). Já no cenário internacional a situação é diferente e os principais destaques são Ucrânia e Turquia, que devem crescer cerca de 8% em 2005.
Controle da inflação segue preocupando
O controle da inflação deve continuar sendo uma das principais preocupações do Banco Central do Brasil em 2005, o que faz o Brasil estar entre os países com maior redução do crescimento na comparação com 2004. As perspectivas do banco projetam crescimento dos preços de 5,5% no próximo ano.
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Entre os outros países emergentes, a tendência é mista, com destaque para a Turquia que deve experimentar forte redução da inflação passando de 18,4% ao ano para 10,2% ao ano, já refletindo o início das negociações para a entrada do país na União Européia, prevista para outubro de 2005.
Na outra ponta da lista, o destaque negativo fica com a Venezuela, que verá a inflação passar de 19% ao ano para 25% ao ano.
Equilíbrio fiscal ainda é ponto fraco
No que diz respeito ao equilíbrio fiscal, medido pela necessidade de financiamento do setor público, o déficit nominal brasileiro segue entre os mais altos (em porcentagem do PIB), devendo subir de 2,7% para 3,1% do PIB em 2005, ficando atrás somente de Turquia (8,2%), Venezuela (4,7%) e Filipinas (4,3%).
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As exceções são a Argentina, a Rússia e a Coréia do Sul, que apresentam superávit no balanço fiscal. O banco ainda destaca a sólida mudança de postura do governo argentino em relação à política fiscal, onde, no entanto, deve ser lembrado o fato de não pagamento dos juros de sua elevada dívida externa.